"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A resposta à pergunta está em todos os anos que o excelentíssimo senhor Aníbal leva, primeiro como primeiro-ministro depois como Presidente, e na relação, por vezes encenada para o conflituoso e para indígena ver, com o camarada de partido e bwana do reino da Madeira, e também na relação com os amigos-camaradas de partido que sempre gravitaram à sua volta – cavaquistas, vox populi, e em todos os affairs, mais ou menos dúbios mais ou menos descarados mais ou menos nebulosos, que envolvem a sua pessoa e a pessoa dos seus amigos, cada uma por si ou as duas em conjunto. Mais depressa o Pai Natal desce pela chaminé na noite de Natal.
Ver António José Seguro, a discursar por entre o nevoeiro no Chão da Lagoa do PS madeirense, não é ver a imagem de um qualquer D. Sebastião a chegar ao areal da Ericeira, mas a imagem de um líder entalado entre a herança de José Sócrates e do partido que assinou por baixo o memorandum com a troika, e a necessidade de, sem se contradizer, fazer uma oposição minimamente consistente, e aguerrida q. b. , de modo a justificar a confiança do eleitorado. [Não deu para perceber se no final houve morteirada e fogo de artifício].
Ricardo Rodrigues tem de aparecer, tem de ganhar notoriedade, tem de ser mediático, tem de entrar na calha para a sucessão. No jogo de cumplicidades políticos/ media, media/ políticos é um risco que o PS arrisca correr, quiçá alicerçado na máxima de Jorge Coelho de que “há muita fraca memória na política e nos políticos”. E nos eleitores?