|| Estava escrito nas estrelas
Desde que o PCP, depois da morte de Álvaro Cunhal, oficialmente reabilitou Estaline que, mais tarde ou mais cedo, haviam de aparecer os herdeiros da Conjura dos Médicos de 1951 quando o vozhd, dando largas ao seu anti-semitismo [a fermentar desde a calorosa recepção dada a Golda Meir na Moscovo de 1948], incumbiu Ignatiev, coadjuvado por Riumine “O Pigmeu”, de forjarem um conjura sionista-americana contra a União Soviética na pessoa do Pai dos Povos, trabalho efectuado com profissionalismo e requinte numa sala de tortura em Lefortovo, equipada como se de um consultório médico se tratasse, cumprindo as ordens de Josef Vissarionovitch «Batam, batam e tornem a bater!» [*] e arrancado confissões atrás de confissões à equipe de clínicos do Kremlin [Iegorov, Volkogronov, Rijikov] e onde à cabeça aparecia Vinagradov, o médico pessoal de Estaline.
Portanto, e logo a começar por mim, do que é que todos nos admiramos?
[Na imagem The Stalin Monument, Erivan 1962, Robert Lebeck]
[*] Estaline, A Corte do Czar Vermelho, Simon Sebag Montefiore, Alêtheia Editores, 2006