"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Depois dos mísseis hipersónicos russos, que nunca ninguém viu e nem sequer conseguem ganhar guerras, as bombas israelitas com capacidade para pulverizar 500 cadáveres da face da terra. Quinhentos - 500 - quinhentos mortos, número avançado pelo Hamas ainda a coisa ia com 5 minutos de ter acontecido, trezentos - 300 - trezentos mortos, uma meia hora depois, anunciado por uma organização com "saúde", num nome à ocidental para credibilizar a pantomina, e que também é pertença do Hamas. E as imagens são 20, quanto muito 30 sacos de cadáveres, já lá iam quase 24 horas passadas.
Como é que o Hamas, perito em propaganda, prontamente replicada pelos idiotas úteis a ocidente, perdeu esta oportunidade de chocar a opinião pública ocidental, sempre de lágrima no canto do olho por ataques onde as imagens são sempre crianças, muitas crianças, sofrimento de crianças, com uma montanha de cadáveres ali à mão de semear e só mostrar 30 sacos?
"És um aldrabão e apoiante de genocídio do povo Palestiniano", ou o dia em que me acusaram de ser apoiante do Hamas no Twitter.
[Link na imagem "A wounded donkey sits near houses and buildings destroyed in Israeli strikes, in Jabalia in the northern Gaza Strip, October 11". Reuters/ Anas al-Shareef]
O pormenor está nos corpos das crianças israelitas nunca aparecerem expostos como os das crianças palestinas, como nesta foto de Hatem Ali para a AFP Photo, numa despedida com familiares e amigos só do sexo masculino. Noutras fotos, e imagens nas televisões, as mulheres aparecem na frente, em acções de protesto ou em manifestações de sofrimento, onde até parece que têm vontade própria e são seres humanos, não fora o serem só elas, como nas escolas nos idos do fascismo em Portugal, homens de um lado, fêmeas do outro.
[Na imagem "Relatives pray by the body of Amir Ganan, who was killed in an Israeli airstrike, during his funeral in Khan Younis, Gaza Strip, Tuesday, Oct. 10, 2023". AP Photo/ Hatem Ali]
É necessário reprimir severamente as ações dos serviços secretos estrangeiros e identificar efetivamente traidores, espiões e sabotadores, alertou Vladimitr Putin
Newly placed Ukrainian billboard in Kherson, southern Ukraine, Nov. 27, 2022. From left, the billboard reads in Ukrainian: "Dear, you are Free" and "Kherson, Hero City". AP Photo/ Bernat Armangue
A quantidade de jornalistas e analistas e comentadeiros e paineleiros em todas as rádios e televisões que no minuto seguinte ao bombardeamento cobarde e criminoso de um centro comercial se apressaram a desculpar e a arranjar justificação para o terrorismo programado de Putin, "foi um erro", "foi uma falha de cálculo", "alguma coisa deve ter acontecido", "as coordenadas do verdadeiro alvo estavam erradas", "ali a poucos metros há não sei o quê", "a fábrica ao lado trabalha para o exército", "rebeubeu, pardais ao ninho", seguido da mesma lengalenga na imprensa escrita um dia depois, depois de quatro meses a ver barbaridades a cores e em directo que só conhecíamos a preto-e-branco e em diferido dos documentários da II Guerra Mundial e a ver um boneco vestido de verde com uma ecrã atrás a debitar propaganda e a "alta precisão" dos mísseis russos. A papagaios deste calibre o Vladimir Vladimirovitch agradece.
Em cima o print screen da conta da superstar trauliteira do PCP no Twitter no elogio ao propagandista luso às ordens de Putin com a capa de "jornalista", aquele que acha, diz e escreve, que o 25 de Abril tem dono e que o PS é inimigo da revolução, seguido da notícia da execução a sangue-frio pelas tropas russas do fotojornalista Marks Levin. "a cobrir uma zona de guerra. Mas mesmo na zona de guerra". O PCP que diz não apoiar e invasão russa da Ucrânia, até porque não há invasão coisíssima nenhuma, é uma "operação", magister dixit pela boca de Jerónimo de Sousa, o PCP indignado com o ataque à liberdade de expressão e de imprensa que foi a proibição em espaço da União Europeia das agências de propaganda russas Sputnik e Russia Today, o PCP de onde não sai um pio sobre a proibição da Novaya Gazeta pelo regime de Putin nem sobre os jornalistas que caem como pardais a mando do Kremlin. É a diferença entre jornalismo e propaganda e propaganda e jornalismo numa zona de guerra. Mas mesmo na zona de guerra,
Aqueles que há uns tempos protestaram, e bem, pelas notícias "com agenda" por jornalista da Agência Lusa com ligação ao Chega, são os que agora defendem que o "jornalista Z" está a fazer um óptimo trabalho independente na frente russa ao serviço da CNN Portugal.
Mupis e outdoors de Moscovo começam a ser preenchidos com posters a identificar a Suécia como um país de nazis. "Desnazificar" a Suécia é a próxima "operação militar especial"?
Dizia um major-general Z numa televisão portuguesa que tudo não passava de uma encenação; como é que os corpos não apresentavam sinais de decomposição depois de tantos dias na rua?
A "desnazificação da Ucrânia" pelas mãos de quem interferiu nas eleições americanas para dar vantagem a Trump, manipulou na campanha do Brexit para meter a Inglaterra fora da União Europeia - separar para enfraquecer, financia toda a extrema-direita em solo europeu, de Marine Le Pen a Matteo Salvini, passando por Frauke Petry da alemã AfD ou pelo inglês BNP e o austríaco FPO.
O Chaga inventou um evento para o mesmo dia do congresso do PCP para logo de seguida desmarcar o que nunca tinha sido marcado e para no entretanto ter toda a comunicação social, mais a direita bonitinha, que é aquele que só se atreve a pensar em privado o que a direita trauliteira e matarruana grita alto e bom som em público, a dizer "Estão a ver? Até o Ventas desmarcou o Conselho Nacional mas os comunistas não. Acham que são donos disto tudo e podem fazer o que quiserem". Depois aparece a desmontagem da propaganda, mas o que está dito, está dito, o mal está feito, mission accomplished, e o papel de idiotas úteis, o da comunicação social, já ninguém lhes tira, a mensagem do intruja passou, e o empenho em mostrar o "sentido de Estado" dos neo-facistas não é o empenho em desmontar a propaganda dos discípulos de Goebbels.