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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Todo o poder aos pantomineiros!

por josé simões, em 22.08.21

 

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«Em comunicado, a PJ explica que, "aproveitando a proximidade das eleições autárquicas, assim como o previsível lançamento de programas para a recuperação económica, o suspeito terá estabelecido contactos ao nível empresarial, autointitulando-se titular de cargo político com capacidade de decisão em matéria de contratação pública".»

 

Fingiu ser político e arrecadou centenas de milhares de euros. Agora, foi detido por suspeita de burla qualificada

 

Podemos ver isto de duas maneiras: a primeira, e a mais óbvia, a da promiscuidade entre o poder político e o tecido empresarial; a segunda, não menos grave que a primeira, antes pelo contrário, a da classe empresarial que, na lamuria programática do "colaborador" improdutivo e da rigidez das leis do trabalho, passa a vida encostada ao Estado que abomina.

 

Antes do 25 de Abril de 1974 havia duas classes de pantomineiros: os ligados à agricultura, denominados "agrários", os com ramo de actividade na indústria, conhecidos por "industriais", a revolução democratizou o léxico e renomeou todos em "empresários".

 

[Link na imagem]

 

 

 

 

||| Insectos à parte

por josé simões, em 24.12.13

 

O nome roubo-o ao primeiro trabalho dos Tantra, Mistérios e Maravilhas.

 

[Recebido por email]

 

 

 

 

 

 

Tudo boa rapaziada. Os amigos são para as ocasiões.

por josé simões, em 03.10.07

“Eu ontem jantei com a nossa amiga Celeste (…) Ela não entrou em detalhes operacionais. Sabia que a coisa existia, ponto final”, diz Abel Pinheiro em conversa com Paulo Portas a 13 de Abril de 2005 (…)”
(Mais aqui)
 
O problema nunca foi Saldanha Sanches ter razão quando afirmou que Celeste Cardona tinha ido para a pasta da Justiça para fazer uns fretes aos amigos do CDS. Pelos vistos não foram só os amigos do CDS; os amigos dos amigos dos amigos do CDS também andam ao barulho…. Todos nós, cá no íntimo, sabíamos que Saldanha Sanches tinha razão. O problema era Saldanha Sanches não ter onde se agarrar para provar o que dizia. Agora que pela primeira vez, e desde que me lembro, aparece publicada uma escuta decente, daquelas que vale mesmo a pena (ouvir) ler, fica-nos a saber a pouco… Não há por aí mais nenhuma escuta disposta a ser publicada que venha confirmar a ideia que todos nós temos, cá no nosso intimo, que Maria José Morgado quando foi afastada da PJ, foi-o pelas mesmas razões: para não desfazer os fretes que Celeste fazia aos amigos de Paulo Portas?
 
Mas esta escuta também mostra outro ponto de interesse. E ao contrário do que diz Fernando Negrão, quiçá em jogada de antecipação para tentar desviar os salpicos de lama que venham a cair em cima do PSD, parceiro de coligação de Paulo Portas, Celeste Cardona e dos seus “amigos” no Governo de Barroso, não são a “falta de noção do que é a separação de poderes” por parte de José Sócrates, nem sequer a existência de “um conjunto de pessoas que julgam poder mudar quem entendem, ao sabor de interesses, que muitas vezes, não sabemos qual a finalidade”. É que as eventuais pressões sobre o Presidente da República, exercidas por José Sócrates com vista à substituição do Procurador-geral da República, não passam disso mesmo, de “eventuais pressões”. Não é ao Presidente que cabe a nomeação do Procurador por proposta do Primeiro-Ministro? Goste-se ou não, é um direito que assiste a José Sócrates. A memória é assim tão curta que já estamos todos esquecidos do que foi o consulado de Souto Moura à frente da Procuradoria?
 
A questão essencial é a promiscuidade existente entre o PS e o CDS, patente nas escutas. A questão essencial é a normalidade e a naturalidade com que o “moço de fretes” do PS, Rui Pereira, tem conversas deste teor com o “Espírito Santo” do CDS, Abel Pinheiro. Essa é que é essa!
 
Adenda: José Manuel Fernandes escrevia ontem, em editorial no Público: «(…) Não lhe ocorre, (a oposição) por exemplo, exprimir o espanto pelo percurso de Rui Pereira, aparentemente um jurista “independente” mas disponível para todos os serviços, que foi sucessivamente secretário de Estado num Governo do PS, candidato frustrado do PS ao lugar de PGR, responsável pelo grupo de trabalho que redigiu a proposta de revisão do muito discutido Código do Processo Penal, membro eleito, por indicação do PS, para o Tribunal Constitucional e, antes que chegasse a aquecer o lugar, ministro da Administração Interna de José Sócrates? Sem colocar em causa o jurista e o homem, será este percurso o mais normal?»
 
Pelos vistos há mais cargos a acrescentar ao curriculum de Rui Pereira…