"És liberal e não sabias"
EDP lucrou 657 milhões e vai pagar 750 milhões em dividendos aos acionistas
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EDP lucrou 657 milhões e vai pagar 750 milhões em dividendos aos acionistas
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O célebre "temos de fazer mais com menos" com que Pedro Passos Coelho nos brindou durante os quase cinco anos de Governo da troika explicado com um desenho.
António Saraiva, secretário-geral do sindicato dos patrões, atarefado que anda a despedir, vender património e pedir ajuda ao Estado, que é como quem diz, a pedir ajuda ao dinheiro dos impostos dos trabalhadores colaboradores que despede com quem rescinde amigavelmente contrato depois de meses a pagar baixos salários com remunerações justas e consignadas em Lei e no Código do Trabalho, nem sequer deu pelo mui popular ditado 'amaricano' "you pay peanuts you get monkeys" e já tem uma 'next big thing' em mente, se calhar para levar à concertação social onde o senhor Silva da UGT vai assinar de cruz.
a promoção da produtividade deve ser a prioridade da política económica
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Quando vos disserem que em Portugal temos de trabalhar o dobro das horas dos alemães para produzir a mesma coisa, que a baixa produtividade é um entrave ao crescimento económico, à criação de riqueza e ao desenvolvimento do país, o item que impede Portugal dar definitivamente o salto para o pelotão da frente das economias mais desenvolvidas da Europa, por culpa dos trabalhadores que em França, no Luxemburgo, na Alemanha, na Suíça, na Bélgica, em Inglaterra, nos Estados Unidos, em qualquer sítio do mundo para onde emigrem, são considerados os melhores trabalhadores do mundo, lembrem-se disto:
"Patrão dos patrões despediu e também aderiu ao PER"
"Tribunal decreta "liquidação e encerramento" da Associação Industrial do Minho"
Um tempo houve onde onde os pantomineiros fura-vidas eram agrupados por categorias consoante o ramo da actividade económica a que se dedicavam: ou industriais ou agrários. Depois, com a revolução de Abril, a coisa democratizou-se e e o termo "empresário" tornou tudo mais abrangente e ao mesmo tempo inócuo.
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Escrevem hoje o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias em parangonas de primeira página, respectivamente, que "Seis pontes e cinco fins de semana alargados ameaçam produtividade" e que "Patrões queixam-se de perdas de produção. Feriados no próximo ano vão permitir cinco fins de semana alargados". Como não há almoços grátis o que nos privado equivale a que quem quiser fazer pontes ou fins-de-semana alargados tem de para esse efeito usar dias de férias e ainda assim negociado com a entidade patronal com bastante antecedência, vulgo no final do ano anterior que é quando são marcadas as férias do ano seguinte, e ainda assim dependendo do serviço e não podendo pôr em causa o normal funcionamento da empresa, o que quer dizer que mesmo que o trabalhador queira a tal da ponte há sempre um "mas" a considerar; que até empresas como a Autoeuropa e a Visteon Corporation , por exemplo, que não são propriamente mercearias de bairro, no princípio de cada ano fazem chegar às empresas fornecedoras e/ ou associadas e/ ou que trabalham em função de, um calendário onde constam todas as férias, paragens, pontes e fins-de-semana prolongados programados, por forma a não haver a tal da quebra de produção e a ameaça à produtividade com que o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias fazem as grandes parangonas, ou isto é jornalismo de encomenda para patrões do princípio do séc. XX que no séc. XXI cheios de cagança ostentam "empresário" antes do nome, ou isto é jornalismo ideologicamente capturado pela direita radical dos baixos salários e da precariedade como modelo, ou isto é só mau jornalismo, ou isto é todas as três hipóteses numa mistura de merda, literalmente.
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Reduziram-se os dias de férias, eliminaram-se dias feriados, proibiram-se as pontes e as tolerâncias de ponto, excepto no dia de Natal amém, aumentou-se o horário de trabalho, reduziu-se o preço da hora extra e a produtividade não aumenta para se aumentarem salários e o salário mínimo nacional?
E, como dizem os amaricanos, "if you pay peanuts, you get monkeys".
O PSD, por interposta pessoa Marco António Costa, que sabe muito bem amaricano eainda melhor o sentido da expressão, não quer ver coisíssima nenhuma, quer levantar poeira para empatar e adiar e, enquanto empata e adia, o pagode vai empobrecendo. Caso contrário em cima da mesa estaria a produtividade associada à política de rendimentos. Bem podem apregoar que o modelo pretendido para o país não é assente nos baixos salários, a agenda já nem é escondida.
«PSD quer discutir política de rendimentos associada à produtividade»
[Imagem de Nicholas Ballesteros]
"O Governo não tem um modelo de salários baixos e de desemprego para o país", já o disseram o primeiro-ministro, o vice, o ministro da Segurança Social, o ministro da Economia, a ministra das Finanças, já o disseram todos, prontes. Mas pelos vistos nem um Código do Trabalho, a favorecer a rigidez patronal, uma acentuada diminuição das indemnizações a pagar em caso de despedimento, a favorecer a mais-valia do patrão e/ ou dos accionistas, aliado à diminuição do valor do subsídio de desemprego e da sua duração temporal, e mais uma bolsa de desempregados, desesperados e disponíveis, como força de pressão sobre os que ainda têm emprego, são motivos suficientes para invalidar a velha máxima amaricana "if you pay peanuts, you get monkeys".
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Proposta por aquele senhor que pensa que é ministro da Economia: trabalhar mais meia hora diária…
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«"Troika" manda cortar salários para aumentar produtividade»
Voltámos aos gloriosos tempos da “alegria no trabalho; como é que alguém a quem lhe baixam o ordenado passa a produzir mais?
E o mais grave é que a culpa nem é das pessoas. As pessoas estão lá, as pessoas precisavam de um emprego, e eles deram um emprego às pessoas em vez de trabalho (o mítico e lendário “eles”). E as pessoas compraram casa e carro e casaram e tiveram filhos e têm a vidinha organizada à volta de uma mentira que é uma verdade inconveniente e continuam a ser os menos culpados no meio (e no princípio e no fim) disto tudo. E são estes que no dia 24 vão parar e sair para as ruas em protesto. Se fosse no futebol era “o sistema”.
Trabalho há 20 anos na mesma empresa (privada) onde o meu pai trabalhou 40 anos, a maior do ramo no distrito, e onde a estratégia de crescimento passou/ passa pela aposta na continuidade e na estabilidade profissional dos empregados. São mais de 60 anos de longevidade empresarial conseguida com uma política assente na preferência e na prioridade aos familiares dos funcionários mais antigos nas contratações para o quadro de pessoal. Como eu são mais de 50% os trabalhadores que entraram para a empresa com base neste requisito, é quase uma empresa multifamiliar. Agora vêm-me falar na relação entre o aumento da produtividade e a flexibilidade e a mobilidade e ainda mais em despedir por “razão atendível”… atendível “é a tua tia, pá!”
(Imagem La Oscura, Llangréu, 1951)