"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
No tempo de W. em Washington era "a administração Bush", no tempo de Obama é a NSA ou a CIA ou outra qualquer agência, daquelas que a gente conhece dos filmes e das séries de televisão ou, quanto muito, "a administração norte-americana". Ao nível do charme, da eloquência, do trabalhar a imagem, há aqui uma subida de nível e Barack Obama "move-se" bem e tem boa imprensa. Como diz o povo, "mais vale cair em graça do que ser engraçado".
Atribuída pelo 'Dart Vader' de George W. Bush, pode ler-se na página Wiki. Logo agora que deixou de usar na lapela o pin com a esfera armilar e o escudo com as chagas de Cristo e o "Milagre de Ourique". Não quis importar Snowden mas pode ter tramado as exportações portuguesas e sem invocar o nome dos estivadores. Nem pestanejou quando alguém, não disse quem, lhe passou a dica sobre o perigoso criminoso-terrorista com mandado de captura internacional, que fugia, à socapa, para o sol do hemisfério sul, como nos filmes. Vai ser lindo de ver a participação portuguesa na próxima Cimeira Ibero-Americana. Responde perante uma bandeira e vive bem com isso. Pode ser que ganhe uma Purple Heart ou assim.
Quando a poeira do golpe de Estado constitucional assentar, legitimado pelo vazio técnico que ocupa a cadeira da Presidência da República, e depois dos mercados acalmados pela solução encontrada para que tudo continue como dantes quartel-general em Abrantes, um espantalho das searas, para o caso, servia perfeitamente, o ex-ministro de Estado e ex-ministro da Defesa Nacional e ex-ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e futuro qualquer coisa que lhe permita aparecer, bater o recorde de manutenção no poder de Fidel Castro, e passar creme no próprio umbigo, com ganhos e com poder, muito poder adquirido pela meritocracia do "elevador social" da intriga política, a bem da Nação e do "sentido de Estado" e do arco da governação amém, possa explicar se a diversificação de mercados para as exportações, iniciada com o Governo de José Sócrates, e nomeadamente para a América Latina, é para continuar ou se o amigo amaricano [não é gralha, é como o povo que fica à porta das igrejas nas Entradas Solenes diz] assume o prejuízo e justifica, para o povo ver e perceber, o ‘Distinguished Public Service Award' que tem na vitrina lá em casa.
Mesmo a falar alto para dentro, para consumo interno, é não ter a noção do ridículo, é não ter a noção de que, neste momento e neste caso concreto, a opinião pública global é anti-americana, e que quanto mais fala mais se enterra.