"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Parece que cabe a António Costa fazer tudo o que estiver ao seu alcance para desfazer o que António José Seguro fez, dividir e escaqueirar o partido. Parece também que a ideia dos "seguristas" é ter alguém a fazer o que António José Seguro não fez, a defesa da liderança anterior à sua e da história do partido, nem que para isso tenham, os "seguristas", de continuar a escavar na divisão do partido com a invenção de nomes para o congresso.
Vivemos num país livre e numa democracia, pelo menos na forma, e cada um é livre de dizer e de escrever as barbaridades que lhe aprouver e, os mais inteligentes de entre os bárbaros, até o fazem a coberto do chamado "sentido de humor" como precaução e para evitar cair no ridículo, mas há sempre rabos que ficam de fora, não é defeito é feitio, como diz o povo, "é a raça deles", e se não é com vinagre que se apanham moscas podemos sempre seguir-lhes o rasto pelas cagadelas deixadas na superfícies das coisas: 40 anos depois do 25 de Abril a direita herdeira de Salazar e do Estado Novo do Minho a Timor continua ressabiada com a descolonização e com a entrega do Ultramar aos turras e aos comunas: "Ministro da Defesa e do fim do Ultramar", a sério?!
"Adeus Guiné tenho já o dever cumprido, não estou arreprendido, de por ti lutar. Adeus Guiné serás sempre Portugal".
Mora nas Caldas da Raínha mas vota na Guarda – 285 quilómetros, 3 horas e meia de viagem, €35 em gasolina + €22.65 de portagens.
Regressa depois a Lisboa para aguardar o resultado da votação – 318 quilómetros, 4 horas de viagem, €40 em gasolina + €23.10 de portagens.
A pegada de carbono deixada pelo senhor que diz coisas só para alimentar o circo regionaleiro-futeboleiro-trauliteiro dos descamisados contra os engravatados, dos cavadores das terras altas contra os doutores da planície de Lisboa.
Nuno Godinho de Matos, o rosto da promiscuidade entre política e negócios, apoia António Costa. E um gajo que assaltou uma mercearia, o rosto da pequena criminalidade, que apoia António Costa. E outro que teve sexo com uma galinha, o rosto da depravação, que também vota em António Costa.
Ainda não há estudos de opinião sobre a percentagem de Pê Pê Dês traço Pê Ésse Dês inscritos nas directas do PS de dia 28 de Setembro [que raio de data...]. De estranhar a placidez da Marktest, da Aximage, da Eurosondagem, da Universidade Católica [que, aliás, nunca acerta uma], or ever, sobre o fenómeno que é a abstenção aumentar de eleição para eleição mas haver uma corrida ao boletim de voto para eleger o candidato a primeiro-ministro pelo PS... Mas, se ainda têm dúvidas de que António José Seguro é o candidato da direita, a eleger pela direita para uma evolução na continuidade, é ir ler o editorial de hoje no i, assinado por Luís Rosa.
Aplaudir de pé o discurso do ódio de Cavaco Silva no dia da tomada de posse?
Mandar o Proença da UGT aprovar o Código do Trabalho antes de lhe dar um lugar no Secretariado do partido?
Mandar a bancada parlamentar abster-se na votação do Código do Trabalho na Assembleia da República?
Votar favoravelmente o aumento das mais-valias aos patrões e accionistas e a descapitalização da Segurança Social como nome de reforma do IRC?
Votar favoravelmente o Tratado Orçamental ao lado do PSD e do CDS?
Ficar mudo e quieto obrigando alguns deputados do PS a aliar-se ao Bloco de Esquerda e ao PCP para pedir a fiscalização sucessiva do Orçamento do Estado?
Numa mesa de "políticos", entre um risoto de galinha do campo acompanhado por um tinto de Pias e o debate António – António, optaram por assistir ao risoto e debater a garrafa.
Nós só queremos ver Lisboa a arder: «o voto de um agricultor em Montalegre é precisamente igual ao de um doutor em Lisboa». Candidato a primeiro-ministro de Portugal por um partido republicano e socialista ou candidato a presidente de uma Associação de Futebol ou de um clube a precisar de unir os hooligans as hostes em torno do presidente contra um inimigo adversário externo? Este homenzinho é perigoso.