"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A Arte Disto Tudo consiste em os Donos Disto Tudo fazerem eleger um Presidente Disto Tudo com os votos dos Deserdados Disto Tudo, na sua grande maioria de quem a única relação que tem com um banco é a da conta ordenado para efeitos de receber o salário no final do mês e a ida ao multibanco para pagamento das contas, sem arcaboiço sequer para ver concedido um empréstimo bancário pelo Banco Disto Tudo para compra de habitação própria ou uma s obras em casa. Chapéu!
«[...] Ricardo Salgado é dos primeiros nomes a aparecer no processo sobre as eleições presidenciais de 2011 [...] . Ofereceu para a reeleição de Cavaco Silva o máximo permitido por lei: 25.560 euros.
Amílcar Morais Pires, membro da comissão executiva do BES, também contribuiu. É o homem que Ricardo Salgado sugeriu ao Banco de Portugal para que o substituísse como principal responsável do banco [...] Tal como Joaquim Goes, outro membro da comissão executiva do BES e um dos nomes que chegou a ser falado como sucessor de Salgado. Chegou a transitar para o Novo Banco.
Neste grupo de doadores, encontra-se o comandante António Roquette Ricciardi, pai de José Maria Ricciardi, que até julho foi administrador da Espírito Santo Financial Group, e José Manuel Espírito Santo, vice-presidente da Espírito Santo Financial Group. E ainda Pedro Queiroz Pereira, presidente da Semapa e ex-acionista de referência do BES.
O presidente da KPMG Portugal, que fez uma auditoria externa ao BES, também consta no processo. Sikander Sattar deu 5 mil euros.
O empresário que deu uma prenda a Ricardo Salgado de 14 milhões de euros que está a ser investigada pela justiça deu à campanha de Cavaco em 2011 25 mil euros. [...] A mulher, Beatriz da Conceição Veríssimo deu o mesmo contributo de 25 mil euros, o filho Paulo Jorge Veríssimo Guilherme também e Ilda Maria Veríssimo Guilherme Silva Alberto, uma familiar que é gestora da empresa de José Guilherme doou também 25 mil euros.»
As atribulações de um fascista, suadosista dos idos de Salazar, em que até os mortos votavam e os vivos nem precisavam sair de casa para depositar o boletim de voto na urna.
5.141.550 eleitores não votaram, 191.171 votaram em branco, e mais 86.546 rabiscaram o papel, desenharam um bélinho, escreveram uma alarvidade, or ever. Tudo isto num universo de 9.631.890 eleitores. E continuam a falar de “Esquerda” e de alternativas e do PC e do Bloco e do caralho. Não perceberam mesmo nada, pois não?
By the way, falar português, daquele português que o povo entende, também ajuda.
Quando a via eleitoral esgotou por falência dos partidos políticos e das suas propostas e a via armada não é sequer hipótese a equacionar, a alternativa passa pela desconstrução do passado e do presente através da paródia, da sátira, do nonsense, do copy/ paste, do ridículo e da profanação. Questionar tudo, atacar tudo, desorganizar tudo, ignorar (que não no sentido de “ignorância) deliberadamente todos as os significados e ideologias estabelecidas, entrar em choque com o mainstream instalado de forma a despertar o inconsciente, que não é erudito nem judicioso nem doutrinado, e que toda a gente tem um.
Mais penoso que a campanha eleitoral é a semana seguinte às eleições com as punhetas dos comentadores e analistas nos jornais e televisões. For God's sake, get a life!
Passos Coelho a demarcar território e a separar as águas e a pôr o PSD e Cavaco Silva nos seus devidos lugares, Cavaco Silva a demarcar território e a não se saber pôr no seu lugar de Presidente eleito de todos os portugueses.
A campanha de Manuel Alegre meteu os pés pelas mãos e confundiu tudo: o PS com o Governo e o Governo com o PS, o Governo com a Esquerda e a Esquerda com o Governo, o PS com a Esquerda e a Esquerda com o PS e… as combinações todas que se queiram fazer e sem sequer haver necessidade de meter o Bloco de Esquerda ao barulho. E amanhã é outro dia.