Sign O' The Times, CCXI
[Link nas imagens]
Sign O' The Times, Capítulo CCX
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
[Link nas imagens]
Sign O' The Times, Capítulo CCX
"É obrigatório manter o distanciamento de 1,5 metros no acesso à praia e entre grupos. Não é permitido praticar desportos com duas ou mais pessoas no areal. Entrar numa praia repleta também pode dar multa."
[Link na imagem]
Clément Mahoudeau, photojournalist stringer at AFP/ Photo
Sign O' The Times, Capítulo XXVIII
Ver o alegado ministro do Ambiente nas televisões a dizer que não senhor, que não vai haver uma privatização das praias coisíssima nenhuma, que sim senhor, que em Portugal as praias são públicas, como toda a gente sabe, sem explicar, para toda a gente que não sabe, nem se calhar o alegado ministro do ambiente e é por isso que não explica, na versão benigna, porque até pode saber e assobiar para o lado, como é que, por exemplo, nas praias da Figueirinha e Galapos em Setúbal/ Arrábida, na imagem retirada do Maps vazias, talvez início de Junho ou final de Setembro, onde são bem visíveis as concessões e o espaço deixado livre para o pagode que vai ensardinhado na 'camineta da carreira', vão ser cumpridas as regras do distanciamento social - metro e meio entre chapéus de sol e 3 metros entre toldos e colmos, sendo que os donos das praias, também conhecidos por concessionários, já andam também nas televisões a chorar que assim não vai ser rentável e que há que alargar as concessões, aquelas que ninguém sabe quem fiscaliza os metros quadrados de área ocupada, exageradamente ocupada, mesmo em tempo de normalidade, e com a absurda regra de não ser permitido abrir chapéu de sol à frente, coisa que em Espanha, por exemplo, não acontece.
Se a ideia é motins na praia em pelo verão, não está nada mal pensado, não senhor.
É impossível manter a distância entre as pessoas nos transportes públicos nas horas de ponta, faz o Diário de Notícias primeira página, cinco dias depois da primeira página do Expresso com as praias vedadas com cercas, vigiadas por drones, patrulhadas pelos fuzileiros, controladas com aplicações para telemóvel, mesmo as praias desertas, como os quatorze quilómetros de areal entre a Tróia e a Comporta, ou os vinte e tal entre a Comporta e a Aberta Nova, por exemplo, desertos onde a distância mínima entre famílias é de 100 metros no pico de Agosto. Está encontrado o problema deste país no combate ao Covd-19: a ida à praia.
E se afinal o Dieselboom tiver razão, que só nos preocupamos com praia, putas e vinho verde?
[Imagem de autor desconhecido]
Os concessionários de praias querem o aumento das áreas por causa das restrições Covid-19, áreas já exageradamente grandes em tempos de normalidade, comparativamente com, por exemplo, Espanha, aqui mesmo ao lado, com a vantagem da oferta na hotelaria, restauração, património cultural e histórico, ser muito mais barata que a nacional e onde, ao contrário da norma portuguesa, é permitido abrir chapéu de sol no areal frente à concessão. Muito bem, mas... e as pessoas da toalha e do chapéu de sol? As pessoas do "vai para fora cá dentro", sendo que "o vai para fora cá dentro" são as praias à porta de casa? Pessoas para quem as férias de verão mais exóticas foram uma ida de Setúbal à Praia da Rocha? Se isto não o princípio da privatização das praias...
[Imagem]
[Daqui]
[Daqui]
Em Agosto de 2007 «comercializar as amêijoas e as corvinas que se pescam no Tejo», em Janeiro de 2010 «TGV pode transformar Lisboa na "praia de Madrid"» em Junho de 2011 «Quer fazer praia na Baixa de Lisboa? Vai ter de esperar só mais um ano»
Estamos condenados a aturar estes desvarios ad eternum ou, dito de outra maneira, o dinheiro do contribuinte é um poço sem fundo?
(Imagem “Beach1954”, 'Los Angeles, portrait of a city', Taschen)
Não foi há muito tempo, foi no pós-revolução de Abril aí por alturas do PREC, e mais ou menos por estas alturas, que nas televisões passavam reportagens a preto-e-branco, desde a Pr. de Espanha em Lisboa, com bichas (filas é lá no Brá-ziu) intermináveis de quilómetros de lisboetas à espera – e a reclamar – do autocarro para as praias da Caparica. Há bocado passou num telejornal qualquer uma reportagem com o jornalista na Pr. de Espanha, numa bicha monstruosa, só que dentro do carro a "assar" no acesso à ponte Sobre-o-Tejo, que era assim que o pessoal do reviralho dizia durante a ditadura para não ter de pronunciar o nome do velho de Santa Comba.
Vem esta conversa da treta a propósito do tempo de antena do POUS da inenarrável Carmelinda Pereira, transmitido ontem antes do telejornal, onde a senhora dizia, mais coisa menos coisa, que um dos maiores erros da nossa história recente havia sido a “entrada” (sic) para a então CEE e, posteriormente, a adesão ao Euro.
A camarada Carmelinda vale o que vale e tem a importância que cada um lhe quiser dar, não é por aí. O problema é este país de miseráveis de espírito estar infestado de Carmelindas, da Direita à Esquerda, e que insistem em contar-nos uma história da carochinha. Como se nós nunca tivéssemos estado “lá”.
(Banda sonora do dia)
Um fulano tem um estaminé mal amanhado numa praia, a maior parte das vezes saído da linha de montagem de algum IKEA para bairros da lata, e onde pratica preços muito acima do mercado (assim de repente cafés a €1 e gelados tabelados a €1. 20 por €2).
O estaminé mal amanhado está lá por “direitos adquiridos”, porque o fulano dono do estaminé também é esperto e há muitos anos atrás ocupou espaço público comum e montou negócio.
O fulano que tem o estaminé mal amanhado montado numa praia em terrenos de domínio público, chega o Verão e ocupa a praia de uma ponta à outra com barracas, toldos, sombrinhas e espreguiçadeiras, que aluga a preços que fazem o comum dos cidadãos optar por apanhar um cancro na pele e ficar ao Sol naquelas tirinhas que sobram nas extremidades das praias e onde o índice de ocupação é de 10 banhistas por m2, porque sombrinhas e outras coisas à frente da concessão vazia é proibido, enquanto o fulano dono do estaminé safa umas coroas nos intervalos com o aluguer de gaivotas e canoas forradas a autocolantes publicitários ao Ice Tea e Sumol de Laranja.
O fulano que é dono de um estamine mal amanhado numa praia em terrenos de domínio público por direitos adquiridos e que enche os bolsos à tripa forra em 3 meses de Verão acha que o contribuinte, perdão o Estado, deve continuar a pagar o seu ordenado e o da sua família a subsidiar o seu negócio.
(Em stereo)
(Imagem Bathing beach. Circa 1923, a Potomac bathing beaches of Washington, D.C National Photo Company)
Ainda sou do tempo em que se ia à boleia para a Praia da Figueirinha. Ou de “Cacilheiro” até Tróia e depois bater 7 ou 8 quilómetros a pé pelo areal até bem depois da Praia do Parque de Campismo, onde não havia ninguém, há excepção de uns melgas que passavam o dia atrás das moitas a espreitar as mulheres.
Levar enrolado na toalha duas sandes, uma peça de fruta e uma garrafa de água que depois era enterrada na areia junto à rebentação. Era o frigorífico onde às vezes também cabia um melão ou uma meloa.
Lia-se um livro manhoso, o Record ou a A Bola, nos intervalos de dormir e ir ao banho. Paz e sossego.
Agora praia que se preze tem massagem, hidroginástica, dj, bar com caipirinha e as melgas que dantes espreitavam as mulheres atrás das dunas foram substituídas pelas melgas que aparecem nas capas das revistas.
Fónix! É nestas alturas que um homem percebe que está a ficar velho…
(Porque é que as pessoas vão à praia?!)