"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Da primeira vez era só ignorância e desconhecimento do funcionamento dos Parlamentos nas democracias parlamentares constitucionais, daí a confusão naquelas cabecinhas quando o primeiro dos últimos, o Partido Socialista, o partido que ficou em segundo lugar nas eleições, ter formado uma 'geringonça' e constituído Governo.
Da segunda vez, aprendida a lição dada pela esquerda sobre o funcionamento das democracias parlamentares constitucionais, e uma vez que não são burros, nem pouco mais ou menos, é só má-fé e desonestidade. Chamar "coligação negativa" a partidos com assento parlamentar que se limitam a cumprir o que consta no programa com que se apresentaram a votos. Eles, useiros e vezeiros que são em prometer uma coisa em campanha eleitoral e fazer exactamente o seu contrário uma vez alçados ao poder, Deve ser complicado encaixar.
50 anos do 25 de Abril e continuam as interpretações sui generis da direita sobre o funcionamento da casa da democracia.
Do Estado mau e totalitário, pago com o dinheiro dos cidadãos e a "pesar na economia", para o Estado bom e liberal, ao serviço do privado pago com o dinheiro do contribuinte, opressor do cidadão para benefício de meia dúzia de famílias.
“Mais de 2000 funcionários do fisco na cobrança das portagens”
Onde é que fica o princípio do utilizador-pagador se aqueles que moram lá, e que são quem mais utiliza, estão isentos de pagar? Interessante é ver neste caso, o Governo, sem coragem, escudar-se na lei comunitária e não recorrer à cantilena da "imagem que lá fora têm de nós", sem a vergonha nem os pruridos que mostra noutras intervenções sobra a intervenção estrangeira e a perda da soberania, por ser alguém vindo do exterior a chamar à atenção para o óbvio e a pôr ordem na casa.
E não lhes ocorreu colocar cabines de portagem, com pagamento automático, Via Verde, e portageiros, escudados na desculpa de mau-pagador, para o efeito renomeada de "problemas técnicos", porque há muitos nós e muitas entradas e muitas saídas e muita falta de vontade.
E cabines de portagem implica investimento que é coisa que está fora do horizonte visual deste Governo que só vê lucro no imediato, portageiros implica criação de emprego e direitos e encargos com a Segurança Social e, por enquanto, o pessoal do RSI só vai trabalhar de graça para as autarquias e IPSS.
Quando o trabalho escravo for extensível a toda a economia talvez, mas se calhar já é tarde. Para o turismo, para a economia, para o país.
Ninguém é demitido, ninguém se demite, não há vergonha nenhuma, e há 4, 4 milhões de euros do contribuinte português, vezes xis meses, na conta bancária da Lusoponte.
Meia dúzia de maduros (não é preciso mais) sai nas respectivas viaturas para a auto-estrada, em marcha lenta - de preferência nas entradas/ saídas dos grandes centros urbanos - e com a mão em cima do cláxon. Os outros, os milhares que anseiam por chegar a casa, ao trabalho, buscar os filhos à escola, or ever, desesperados com a lentidão do trânsito e a ver a vidinha a andar para trás, começam a stressar e desatam a buzinar como forma de escape. Está feito o maior buzinão da história, em protesto contra a introdução de portagens nas SCUT. Mais fácil que limpar o rabo a meninos.
Adenda: os jornais, isentos e descomprometidos destas coisas do regionalismo-futeboleiro, informam as horas e os locais das concentrações. È aproveitar a info e não passar por lá.
Em parceria com os idiotas úteis do lado de cá da fronteira, empresários da região com as portagens mais caras de toda a Espanha protestam contra a introdução de portagens nas Scut.
A região com as portagens mais caras de toda a Espanha e onde nalguns casos, como entre Tuy e Santiago de Compostela, se chega a pagar 3 – três – 3 vezes portagem sem sair da mesma auto-estrada, é contra a introdução de portagens nas SCUT.
Abel Caballero, presidente do Eixo Atlântico, em declarações à Antena 1 (a partir do minuto 01:01)
Além de pagar as minhas portagens em cash e as dos outros, as SCUT por onde nunca passo, via impostos, descubro agora que também pago a programação cultural da cidade do Porto. O Porto é um Estado à parte dentro do país?