"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Quer pelo lado do "baixar os custos do trabalho foi a reforma que ficou por fazer", quer pelo lado da redução do subsídio de desemprego, no montante a pagar pelo Estado e na duração temporal, para obrigar os "manhosos" e os "mandriões" a procurarem o trabalho que não há ou a aceitarem um qualquer trabalho a qualquer preço, o que remete automaticamente para a primeira parte, a dos custos do trabalho, e a da quebra do contrato social pela parte do Estado, a segunda parte, a da redução do subsídio por Vítor Gaspar, e a do populismo em lançar Ventura num subúrbio da capital como barómetro para acções futuras, há aqui uma coerência de louvar em Luís Montenegro quando assume o seu Pass[os]ado.
Estas duas notícias, lado a lado no online do Correio da Manha [sem til], durante a vigência de um Governo PS, alegadamente de esquerda e a governar com o "Orçamento de Estado mais à esquerda" desde que há esquerda, é aquilo que a tropa-fandanga do "sentido de Estado" classifica como "populismo".
Era possível encontrar Gonçalo Ribeiro Telles no autocarro entre a Avenida e o Saldanha na hora de almoço; BoJo ia de bike para a Mansion House em Walbrook; assim como de bike se desloca o holandês Mark Rutte de casa para o trabalho e do trabalho para casa; na Suécia os deputados vivem em kitchnet e recebem um passe social para as deslocações dentro da capital; no país rico do "qualquer dia querem que o presidente do grupo parlamentar do PS ande de Clio" uma empresa pública, intervencionada com o dinheiro dos contribuintes, com redução da massa salarial dos trabalhador... colaboradores e despedimentos negociados pela margem mínima, os directores recebem um "cheque Uber" no valor de 450 euros para compensar a perda de BMW. Populismo, dizem eles.
Que o Estado de direito democrático deve abdicar de sê-lo e condenar a pedido da turba só porque se não o fizer vai favorecer a ascensão do Chaga, é o argumento mais espantoso que se tem ouvido nestes dias, desde anónimos a políticos super star com assento e acento no prime time, passando por jornalistas. O medo do populismo de extrema-direita para se passar a actuar como se vivêssemos num Estado governado por um partido populista de extrema-direita é um jogo perigoso de se jogar e o Ventas, percebendo isso melhor que os anónimos, os políticos super star e os jornalistas, chapéu, começa a capitalizar por antecipação e força ainda mais com pressões inaceitáveis sobre o tribunal guardião da Constituição da República sob a forma de manifestações.
Em dia de manif das polícias, com o neo-fascismo populista do Chega sentado no Parlamento a levar a direita tradicional, CDS-PP, e os novos neo-liberais, Iniciativa Liberal, a reboque, ao invés de serem os próprios a demarcar território e a separar as águas, convém [re]lembrar os dois grandes perigos para a democracia e o Estado de direito neste início de século XXI: a judicialização da política e a autonomização das polícias.
Depois de no discurso do 25 de Abril ter alertado, sem ninguém perceber porquê, para os riscos do "messianismo salvífico" e do "populismo", Marcelo Rebelo de Sousa anuncia que nestas férias vai a banhos para as "Termas do Cartaxo".
Dear Europe is a collaborative video about the upcoming European elections and how lessons gleaned from Brexit and Trump, might relate. The piece was made by artists who call the US and the UK home. Turn on closed captions for French, Dutch and German and Italian!