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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

É mais forte que ele; está na “massa” do sangue!

por josé simões, em 22.04.08

 

"Não será muito fácil explicar às pessoas da Área Metropolitana do Porto que vão ter que continuar a estar horas e horas para atravessar a ponte da Arrábida ou do Freixo, as duas com um congestionamento absurdo, quando se constrói no Sul uma ponte que vai custar entre 1,2 e 1,5 mil milhões de euros"
(Link)
 
Se bem percebi, as pessoas da Área Metropolitana de Lisboa – particularmente concelhos do Barreiro e Setúbal – podem continuar a estar horas e horas para atravessar a ponte 25 de Abril, com um congestionamento absurdo, ou, em alternativa, fazer um ror de quilómetros por dia, mais gasolina e portagens, para atingirem a outra margem, via ponte Vasco da Gama, que não vem mal ao norte, perdão, ao país por isso…
 
Era este o homem que até há poucos dias atrás queria ser primeiro-ministro de Portugal!
 
É por causa destas, e doutras como estas, que sou contra a regionalização.
 
(Foto de Joel Aron)
 
 

O Verdadeiro Artista (XXXV)

por josé simões, em 07.04.08

 

Quando o Governo decidiu colocar nas mãos do LNEC a decisão final para a localização do novo aeroporto, logo houve quem viesse a terreiro questionar a idoneidade do organismo; que não era isento; que dependia directamente do ministério tutelado por Mário Lino. O LNEC decidiu, e a opção recaiu sobre a proposta defendida pela CIP. O LNEC passou então a ser dos melhores do mundo na sua área.
 
Até hoje. Com um contorcionismo digno de um artista do Circo de Pequim, José Manuel Fernandes em editorial no Público avança que, afinal, o LNEC não serviu para legitimar a opção da CIP para o novo aeroporto, mas, “para ajudar o Governo a desenvencilhar-se da polémica da OTA” (!). É obra!
 
É obra, porque agora o LNEC, ao contrário do esperado, não foi na conversa da CIP e optou pela proposta do Governo, que, segundo JMF é uma autêntica “manta de retalhos em que, por vezes, se roça o absoluto amadorismo.” Ele, JMF é que tinha razão ao ver o que mais ninguém viu: o presidente do laboratório ao lado de Jorge Coelho; contrariado e nitidamente constrangido, a avalizar um inquérito “feito por encomenda” do ministro, e onde a responsabilidade do acidente nas obras do Metro de Lisboa ao Terreiro do Paço eram imputadas ao empreiteiro e não ao Estado (para desgosto de JMF) a quem competia a fiscalização. (Já agora, o que é que a fiscalização tem a ver com a responsabilidade no acidente? JMF não explica…).
 
Para JMF a ponte Chelas-Barreiro é uma “barreira física a meio do Mar da Palha” que inviabiliza os movimentos de mercadorias no porto de Lisboa. Ao contrário de toda a gente, e particularmente dos lisboetas, que vêm como barreira física a autêntica Muralha da China que são as pilhas de contentores à beira rio, e que separam Lisboa e os seus habitantes da zona ribeirinha. Conversa de palha; no mínimo, e para ser minimamente educado.
 
A surpresa vem quando JMF descobre “que a origem da saturação está na zona servida pela ponte mandada construir por Salazar, sendo difícil imaginar que esse tráfego seja desviado para a ligação Barreiro-Chelas”. Difícil só se for para o director do Público, que, de certeza, não perde todas as manhãs uma ou mais horas para circular desde a baixa de Corroios até ao Garrafão da Ponte, e isto se entretanto não houver um acidente no percurso, ou até na própria Ponte. O que JMF deliberadamente ignora, porque lhe convém, é que, quase um terço do tráfego na 25 de Abril é provenientedo concelho do Barreiro, que entretanto se transformou em dormitório de Lisboa; enquanto as fábricas fechavam e a ponte ia para Alcochete favorecer interesses obscuros e encher os bolsos de uns quantos ligados à construção civil e à especulação de terrenos. E que mesmo construindo-se uma ponte Chelas-Barreiro o problema vai manter-se e agravar-se por uma dúzia de anos (ou mais), porque fica a faltar mais uma: a ponte Trafaria-Oeiras.
 
José Manuel Fernandes – O Verdadeiro Artista!
 
 

Momento masturbatório da semana

por josé simões, em 04.04.08
(E logo numa sexta de manhã!)
 
A escolha do corredor Chelas-Barreiro para a terceira travessia do Tejo dá razão ao refrão «a ponte é uma passagem para outra margem» da canção-hino dos Já Fumega.
 
A ponte Chelas-Barreiro é um velho projecto que finalmente sairá do papel e ajudará a cerzir as duas margens do Tejo numa grande metrópole, uma missão que a segundo travessia, entre Alcochete e o Parque das Nações, não logrou cumprir.
(Link)
 
Era para ter escrito assim: “Fico extremamente satisfeito por constatar que sou lido no Diário de Notícias”. Depois, com receio de ser mal interpretado, optei por esta: “Qualquer semelhança entre o que ontem aqui foi escrito e o editorial do DN é pura coincidência”. Mas era pior a emenda que o soneto. Fica então assim: “Já somos (pelo menos) dois a partilhar do mesmo ponto de vista”. (Mas eu escrevi primeiro!)
 
 

Um dia histórico

por josé simões, em 03.04.08

 

Hoje é um dia histórico para o distrito de Setúbal e para as suas gentes; e em especial para os habitantes do concelho do Barreiro. Pela primeira vez em muitos e longos anos, uma obra pública que, por via da sua localização, não vai fomentar a especulação imobiliária nem o desordenamento do território. Num distrito que pelas suas opções eleitorais, foi durante décadas castigado politica e economicamente; num distrito que se habituou a sofrer em silêncio, e que, apesar disso, e do esquecimento a que foi votado pelo poder central e pelos sucessivos governos, nunca ergueu bandeiras regionalistas em torno de personagens mais ou menos populistas, ou em torno de outros, não menos “manhosos”, ligados ao clubismo doentio e aos futebóis.
 
Uma obra para servir as populações residentes e não para fomentar migrações de população como aconteceu com a ponte Vasco da Gama.
 
A ponte é uma passagem prá outra margem”; cantavam os Jáfumega nos anos 80. Venha a ponte, que já ontem era tarde!