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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Há justiça e há política, com h

por josé simões, em 15.11.23

 

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"À justiça o que é da justiça, à política o que é da política", sendo que compete ao poder político, legitimado pelo voto popular, a construção, definição, e posteriores reformas, do sistema judiciário, por muito que desagrade à classe, que não vivemos no regime do Judge Dredd.

 

[Imagem de autor desconhecido] 

 

 

 

 

||| Conversa da treta

por josé simões, em 08.12.14

 

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Se "as grandes vitórias se geram no centro político" porque é que o CDS aparece sempre inflitrado na marcha popular do arquinho e balão da governação? Por ter "centro" no rótulo da denominação de origem controlada? Só pode, porque na pratica aparece quase colado à extrema. Assim como também só pode ser pelo [cada vez menos] engodo no eleitorado de dizer uma coisa em campanha e fazer o seu contrário depois de alçados ao poder, como o prova a eleição da trupe de Pedro Passos Coelho no PSD mais à direita de sempre.


O que ganhava eleições ao centro era o discurso da mentira da direita, ao centro, a arrastar a esquerda, que por querer fugir da sua extrema, aos olhos do eleitorado, acabava por se juntar no centro à direita do discurso. O resto é conversa da treta de quem vê a direita morrer sozinha, escondida com o rabo de fora disfarçada no centro. Já ninguém tem medo do comunismo e do extremismo de esquerda, por mérito da direita que gerava "grandes vitórias no centro político".


[Imagem]

 

 

 

 

||| Mais uma vez Mário Soares tem razão: o senhor é salazarista

por josé simões, em 22.04.14

 

 

 

O homem com mais tempo de vida política activa nos 40 anos que levamos de democracia, toda ela assente numa rede de intrigas [juro que não vou entrar pelas intrigas no backstage para alcançar a liderança do partido, conveniente enfabuladas por uma rodagem do carro como quem não quer a coisa, até à mais recente inventona das escutas a Belém], crispações com as outras forças políticas [a queda do Governo do Bloco Central e depois as mui célebres "forças de bloqueio", "deixem-nos trabalhar"], insultos à inteligência dos seus co-cidadãos e a promoção da destruição da agricultura e pescas do país nos anos de ouro dos fundos comunitários, faz um upgrade da velha máxima salazarenta "a minha política é o trabalho" e truna e mistura deliberadamente o campo das empresas com o campo da política [malgré a história do PPD, primeiro e do PSD, depois, ser toda ela feita de uma promiscuidade entre empresas e política] para passar recados aos políticos, para se pôr de fora, ele que não é político, para apagar o seu passado de político que nunca foi político:

 

«são as empresas "e não as intrigas, as agressividades, as crispações, os insultos entre agentes políticos, que promovem o crescimento económico, a criação de emprego e a conquista de novos mercados.

 

As empresas são tudo isso, crescimento económico, criação de emprego, conquista de novos mercados e também agressividade, muita, crispações, muitas, e insultos, dentro de portas, fora dos holofotes mediáticos. E a política é isso tudo também, e é disso tudo que nascem as diferenças e as alternativas.

 

Salazar não diria melhor.

 

 

 

 

 

 

||| Prognósticos só no fim do jogo

por josé simões, em 27.01.14

 

 

 

A ver alguns paineleiros-comentadeiros, na televisão, fazedores de opiniões, nos jornais, homens com agá grande, de direita, daquela direita de que alguma esquerda gosta.

 

Apoiei Passos Coelho mas estou arrependido. Apoiei Cavaco Silva mas estou arrependido. Vou apoiar Marcelo Rebelo de Sousa [e vou-me arrepender depois, a gente já sabe o que a casa gasta]. Não apoiei Soares Carneiro porque não tinha idade para votar [logo não há lugar a arrependimento, apenas uma imensa tristeza por não se ter nascido um ano mais cedo].

 

Apoiar, a priori, para se arrepender, a posteriori, é o "prognósticos só no fim do jogo" da política, o "omo que lava mais branco", a indulgência total pelo mal causado, a remissão dos pecados, concedida por alguma esquerda àquela direita de que gostam.

 

Ah, e aquela direita de que alguma esquerda gosta, e que apoia, a priori, para se arrepender, a posteriori, bem avisou que Barack Obama era um bluff, que François Hollande se ia espalhar ao comprido, e já andam a avisar que o Matteo Renzi vai sem travões direitinho à parede.

 

Tony Blair e Gerhard Schröder, esses sim, eram homens às direitas, err… de esquerda.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

||| Insectos à parte

por josé simões, em 24.12.13

 

O nome roubo-o ao primeiro trabalho dos Tantra, Mistérios e Maravilhas.

 

[Recebido por email]

 

 

 

 

 

 

|| De Espanha, o mesmo vento e o mesmo casamento

por josé simões, em 14.09.09

 

 

 

"No hay confrontación, ni fractura en el PSOE, porque estar en el Gobierno apacigua mucho. Te pueden llamar por teléfono y ofrecerte una secretaría de Estado o un ministério."

 

Não é só em Espanha. Vale em todo o lado, e vale até para os partidos na oposição. E explica, por exemplo em Portugal, a perceber a aparente união do partido em torno de Manuela Ferreira Leite, e os autênticos flic flac com mortal encarpado à frente, feitos por gente aparentemente lúcida e provida de bom senso, perante as autênticas barbaridades proferidas por Manuela Ferreira Leite.

 

Ainda que seja só um aroma, cheira a poder.

 

(Na imagem Tossing In A Blanket, 1955 via Getty Images)

 

 

 

Mailer secreto

por josé simões, em 27.10.08

 

«los republicanos son una monstruosidad psicótica. Por un lado, son Dios, bandera y familia -aunque pocos de ellos reconocerían a Jesus Cristo si estuviera haciendo pis en el retrete de al lado»

 

Norman Mailer, cartas inéditas sobre política.

 

 

 

Política Pop

por josé simões, em 29.04.08

 

 
“ (As agências de comunicação) devem ser apenas entidades que sabem, através de estudos, quais são os anseios das populações, dos públicos-alvo e preparam a informação, com base na verdade, para dar a esses públicos.”
António Cunha Vaz
 
Há qualquer coisa de Pet Shop Boys nesta entrevista de António Cunha Vaz à P2. António Cunha Vaz vs. Neil Tennant. Passo a explicar.
 
No início da década de 80, Neil Tennant, crítico numa revista “manhosa”, de nome de Smash Hits, pensou para com os seus botões que, ao invés de andar a perder o seu precioso tempo em críticas a bandas e interpretes, identificando-lhes os erros e apontando-lhes o caminho para o que considerava a “pop perfeita”, melhor era formar a sua própria banda e aplicar na prática as suas teorias. Se bem o pensou melhor o fez, e, em parceria com uma obscuro arquitecto de nome Christopher Lowe fundaram os Pet Shop Boys.
O resto é história; da pop. 36 músicas no Top 20; 10 LP’s no Top 10, vendas superiores a 55 milhões de discos; duas nomeações para os Grammy Awards, e, uma conta bancária recheada.
 
António Cunha Vaz não exclui a possibilidade de entrar na política. Para mandar; diz ele. Porque está farto de estar na sombra; leia-se de delinear estratégias para os outros seguirem. Tal qual Neil Tennant. E, como também já tem o seu Grammy Award na prateleira – a eleição de Carmona Rodrigues em Lisboa – não exclui a hipótese de se lançar noutros voos.
 
Só que, à imagem dos Pet Shop Boys de Tennant, António Cunha Vaz arrisca ficar para a história da política em Portugal como uma nota de rodapé. É assim a pop. Muita facturação; sem dúvida. Do ponto de vista estético, um formato irrepreensível. Conteúdo igual a zero. Por acaso, e para o caso, até me estou a lembrar de uma canção da pop portuguesa. Chiclete dos Táxi. “Mastiga e deita fora”.