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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Depois dos chalupismos vários o chalupismo político

por josé simões, em 30.01.25

 

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Circula por aí um clip onde Maria João Avillez, alegada jornalista, questiona Ricardo Costa sobre a oficialidade [veracidade] dos números apresentados pela polícia que deitam por terra a teoria da direita, cada vez mais radical, da insegurança pela percepção, "um relatório estranhíssimo". E a senhora por lá vai continuar, em horário nobre, a deturpar realidades e a truncar informação, como diria o outro, a torcer a estatística até que ela diga o que a dona Maria João quer que seja dito. E não, isto não tem nada a ver com liberdade de expressão. E não, isto não tem nada a ver com cancelamento. Isto tem a ver com sanidade e rigor, porque a seguir vamos ter, também em horário nobre, um chalupa anti-vacinas, um terraplanista, ou um criacionista, a questionarem todo edifício cientifico que nos trouxe até ao séc. XXI, o retrocesso civilizacional pela casa dentro desde a caixa da televisão. Por coincidência, e só por coincidência, todos na órbita da direita política.    

 

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Um trapo encharcado nas fuças ainda era pouco

por josé simões, em 13.01.25

 

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No dia em que milhares desciam desde a Alameda até ao Martim Moniz num protesto contra o racismo, a xenofobia, e a instrumentalização política das forças da ordem, a televisão do Correio da Manha, sem til, optou por cobrir uma contra manifestação convocada pelo líder do partido da taberna, contra a imigração e, alegadamente, em solidariedade com as polícias, onde as ramonas da polícia eram em maior número que os contra-manifestantes.

No dia a seguir, Eduardo Dâmaso, alegado jornalista e  director-adjunto do Correio da Manha em papel, sem til, assina uma artigo sobre o "mundo pequenino" do taberneiro, e que ele, o taberneiro, "não existe sem polarização, sem maniqueísmo, sem ódio, sem uma retórica nacionalista pacóvia, sem uma liturgia popularucha de um alegado amor pátrio importada da mais rasca cinematografia americana", convenientemente esquecendo-se de que antes esta gente ficava a falar sozinha na rua ou ao balcão da taberna e que agora ganha projecção mediática, e tempo de antena contínuo, através de televisões e jornais com opções editoriais como as do Correio da Manha, sem til.

Um trapo encharcado nas fuças ainda era pouco.

 

 

 

 

Entalado

por josé simões, em 23.12.24

 

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Em menos de uma semana Luís Montenegro aparece nas televisões a surfar uma rusga policial descabelada num bairro de imigrantes, que nunca dorme, onde é possível encontrar sempre alguma loja aberta, desde a conveniência à quinquilharia diversa passando pela restauração, gente de trabalho, com as contribuições em dia, cujo resultado foi a detenção de um indígena tuga com droga numa algibeira e um canivete na outra, e que ocupou durante uma manhã dezenas de polícias numa rua que não fora a demissão da câmara de Carlos Moedas da recolha do lixo era dos sítios da capital mais aprazíveis para circular.

Luís Montenegro eclipsou-se quando, sem aparato policial, uma unidade de polícia deteve no Parque das Nações sete homens com armas de fogo de calibre 6.35 e 7.35 e várias caixas de munições dentro do carro em que circulavam. É o Parque das Nações, onde um apartamento está por 5.630 €/m2, não vivem 10 num T0, não há monhés, nem dos "qué flô?", só portugueses de bem, ou vistos gold da lavagem de dinheiro, a criminalidade que não faz comichão à direita da lei e da ordem.

Luís Montenegro não aparece no prime-time das televisões para explicar a razão da deslocação de um carro patrulha para acudir a um evento onde 500 hooligans de uma claque de futebol faziam merda dentro de um restaurante. Pirotecnia, insultos, agressões físicas. Escapuliram-se todos, vão agora usar as câmaras de vigilância, diz a polícia. 

Em menos de uma semana.

 

Martim Moniz foi aquele palerma que ia na cabeça da turba numa investida ao castelo, agora de S. Jorge, mais excitado que todos os outros, queria ficar para a história e para a recompensa real como o primeiro cristão a entrar, lixou-se porque, empurrado pela turbamulta que vinha atrás de si, ficou entalado na porta. Entalou-se com éfe grande, literalmente. Corria o ano de 1147. Para a construção da história ficou que, desapegado da vida, se atirou para a frente num acto heróico. Deve ser o primeiro loser da história com direito a nome de porta, a nome de estação de metro, a nome de bairro.

Luís Montenegro em 2024 também vai na cabeça da turba, a cavalgar a percepção de insegurança criada e alimentada pela extrema-direita, na esperança de lhe ganhar o eleitorado, ao invés da atitude pedagógica de desmontar uma narrativa, como competia a um primeiro-ministro com um mínimo de sentido de Estado e um máximo de educação cívica e democrática. Também vai ser empurrado para a frente e morrer entalado. Não vai ficar para a história como o outro, já ninguém vai em histórias de heróis inventados para servir uma religião ou uma política de Estado, quanto muito daqui por uns anos será lembrado como o homem que escancarou as portas à direita totalitária, xenófoba e racista, uma bela medalha para se ter ao peito.

 

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Impressões Digitais

por josé simões, em 22.12.24

 

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Luís Montenegro conhece a letra do Impressões Digitais dos GNR, "Sinto-me uma fotocópia prefiro o original, Edição revista e aumentada cordão umbilical"?

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

"Heróis do mar, nobre povo. Vergonha! Vergonha!"

por josé simões, em 04.12.24

 

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"Vergonha! Vergonha! Vergonha!", o lendário "Deixa arder que o meu pai é bombeiro" substituído por um "Está a arder? Chama os políticos!", mais o hino nacional por dá cá aquela palha, sabem a letra, devem ter aprendido nos jogos da Selecção quando um imigrante brasileiro meteu os portugueses a comprarem bandeiras para as janelas no chinês da esquina, com as cores do avesso e os pagodes de pernas para o ar no lugar dos castelos. Depois dos homens do casse-tête, os homens da mangueira. É o que há, "sign o' the times", como cantava o malogrado. Havia um problema quando um partido com reduzida representação parlamentar levava para as ruas o que não tinha alcançado nas urnas, "instrumentalizava os sindicatos", andou a direita do "sentido de Estado" décadas de dedo estendido a crucificar. Agora está tudo bem, temos movimentos, alegadamente "inorgânicos", com o mesmo parlapié de um partido com expressão parlamentar, e as mesmas palavras de ordem às quais só falta a hastag dos cartazes que aparecem amiúde por aí. Caros, deve haver petróleo na Miguel Lupi. Agora não há nada a apontar, nada para crucificar, são joguetes, de joguetes que dizem à descarada o que os do "sentido de Estado" só se atrevem a pensar em privado. Depois o resto chama-se "incorporar o discurso da extrema-direita". Está dito, está dito. "Heróis do mar, nobre povo. Vergonha! Vergonha!"

 

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Novilíngua

por josé simões, em 15.11.24

 

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Instrumentalizar a polícia em operação de propaganda = aumentar o sentimento de segurança dos cidadãos.

 

Costumava haver uma diferença entre Estado de direito democrático e totalitarismo. Costumava.

 

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Danos colaterais

por josé simões, em 29.10.24

 

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A direita sonsa, que pensa em privado o que o taberneiro diz em público e em voz alta, depois do fiasco que foi a manif "em defesa da polícia", percebendo que não pode... err... que não deve defender o indefensável, o faroeste, porque lhe cai a máscara da "respeitabilidade", aproveita-se agora do motorista da Carris para desviar o foco do racismo endémico nas polícias, quando a verdade é que o motorista da Carris, que parece tanto preocupar a direita sonsa, podia ele próprio ter sido abatido pela polícia, à noite, a caminho de casa depois de largar o serviço. Ou é preto ou é brasileiro, é suspeito à partida e é suspeito à chegada. Se não fez qualquer coisa é porque ia fazer outra coisa ainda pior. É dano colateral duas vezes, a primeira como vítima inocente dos motins, a segunda como vítima inocente no aproveitamento político daqueles que contra todas as evidências constroem narrativas a negar a génese dos motins e onde as vítimas são culpadas de serem vítimas.

 

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O Governo amigo

por josé simões, em 05.07.24

 

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Das soluções milagrosas escondidas na manga e dos euros prometidos em campanha eleitoral "nem mais um cêntimo". Ponto. Até porque a quebra de receita com a baixa do IRC vai servir para distribuir dividendos pelo patrão e pelo accionista e o dinheiro investido na economia vai ser zero porque o trickle down não funciona e porque o tempo do "capitalismo reprodutivo" já lá vai.

 

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"Dia 4 às 15 horas"

por josé simões, em 01.07.24

 

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Na convocatória para a cercadura ao Parlamento, a páginas tantas, o taberneiro diz "dia 4 às 15 horas" enquanto faz com a mão direita o gesto três dedos e um zero que, em linguagem gestual, todos já vimos no canto do ecrã a tradução, significa "dia 4 às 15 horas" e não o símbolo White Power dos supremacistas brancos e, por coincidência e só por coincidência, também o símbolo do Movimento Zero nas polícias, aqueles senhores e senhoras que nos grupos WhatsApp, Telegram e contas fechadas no Facebook se dedicam a insultar imigrantes e gente de outras cores, para, mais rápidos que a própria sombra, os ditos zeros responderem ao apelo do chefe e gritado presente. Nas televisões, rádios, jornais, que andaram com o senhor ao colo e o engordaram, ninguém deu por nada, mesmo depois de elevados à categoria "Inimigos do Povo". Espectáculo!

 

 

 

 

Pé ante pé...

por josé simões, em 30.06.24

 

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O cerco ao Capitólio foi arquivado pelo Ministério Público, o tal, o das escutas anos a fio, saídas para a opinião pública descontextualizadas, sem jeito nem trambelho, a dias certos, na maior das coincidências. Agora os polícias voltam a ser chamados a montar cercas, por dentro e por fora, desta feita à casa da democracia, símbolo maior do Estado de direito democrático, eles que estão obrigados a assegurar a legalidade democrtática, depois do partido que os convoca já ter à civil "cercado" o Tribunal Constitucional. Pé ante pé...

 

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Da série "Coisas Verdadeiramente Surpreendentes"

por josé simões, em 11.06.24

 

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Manifestantes nacionalistas e antifascistas envolveram-se em confrontos junto ao Padrão dos Descobrimentos, "nacionalistas" é a maneira bonita que alguns media arranjaram para referirem os fascistas, e a polícia, para pôr cobro à refrega, escolheu o lombo dos antifa para largas à bastonada. Depois descobriram que a polícia é amiga dos fascist... dos nacionalistas. E até há fotos a circular pelas redes onde se vêm ambos, a polícia e os fascist... nacionalistas, em alegre confraternização, antes e depois da peleja. A seguir vão descobrir que o Partido alegadamente Socialista esteve 8 anos no Governo e não quis acabar com os zeros, com os amigos fardados do senhor Machado, pôr ordem nas polícias.

 

 

 

 

Os descartáveis

por josé simões, em 23.02.24

 

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O partido das polícias e da lei e da ordem anda há 24 horas a desmentir e a desacreditar as polícias e a inventar insegurança para criar desordem. São os descartáveis na caminhada até ao poder, por mais hinos nacionais que entoem com a mão direita no coração.

 

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"Th-Th-The, Th-Th-The, Th-Th... That's all, folks!"

por josé simões, em 21.02.24

 

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E no rescaldo do 'cerco ao Capitólio' tivemos os dirigentes dos sindicatos da polícia a dizerem que está bem, a manif não foi autorizada, mas os polícias até se portaram bem.

 

 

 

 

Polícia e democracia ou a democracia da polícia

por josé simões, em 08.02.24

 

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A polícia, que tem por função defender a legalidade democrática, tem um problema com a democracia e com a liberdade de expressão- 50 anos do 25 de Abril.

 

Sindicato da polícia vai apresentar queixa contra MAI e comentadores

 

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A ordem das forças da ordem

por josé simões, em 07.02.24

 

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"Se soubesse o que sei hoje tinha ido para a GNR quando saí da tropa. Fulano de tal fez isso e já está reformado com uma boa reforma sem se chatear nada".

"Não arranjas emprego em lado nenhum? Vai pra polícia, pá!".

Não há um único português que não tenha alguma vez na vida ouvido esta formulação, dos pais, de familiares, de amigos. Não há um único. À imagem do que antes acontecia com Direito, para onde ia toda a gente que não tinha média para entrar em mais lado nenhum, só vai para a polícia quem não sabe fazer mais nada. E chegámos aqui. Racismo, xenofobia, homofobia, justicialismo, desrespeito total pelo Estado de Direito, recurso à mentira, violência, condenações atrás de condenações no tribunal europeu. 50 anos do 25 de Abril.

 

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