"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Já chateia. Desde o Presidente da República ao primeiro-ministro, passando por ministros avulso, líderes de partidos diversos, sindicatos, associações empresariais e o mais que seja, a ladainha é a mesma, que o PRR vai ser vai ser uma oportunidade única e irrepetível para Portugal dar o salto até à altura dos olhos da Europa, de se desenvolver, de acabar com a pobreza. Desde o primeiro tostão que deu entrada nos cofres com a adesão à CEE que a oportunidade é única e irrepetível. Com Cavaco: agora é que é. Com Guterres: agora é que vai ser. Com Durão Barroso: desta é que não escapa. Com Sócrates: é pouco mas é o que há e vai ser bem aplicado. O ouro do Brasil. E todos sabemos quem é que desde então teve oportunidades únicas e [ir]repetíveis de acabar com a [sua] pobreza. Já chateia.
Até há duas dezenas de anos os putos aprendiam a andar de bicicleta com os pais nos parques e jardins, antes disso aprendiam na rua, a brincar uns com os outros. Agora que o Governo decidiu apostar na vertente ciclismo no desporto escolar e que são anunciados três milhões de euros em bicicletas para distribuir pelas escolas, para que os alunos do 2.º ciclo aprendam a andar já este ano, a discussão é sobre o dinheiro que o Governo vai "deitar à rua", "esbanjar", nos "amigos" que vão ganhar dinheiro, e o caralho, e não como nos demitimos todos, como é que chegámos até aqui. Continuem com discussões da treta que vão bem encaminhados.