Quinta-feira o Avante! explica
Jornalista bielorrusso detido após desvio de avião para Minsk, Europa vai discutir sanções
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Jornalista bielorrusso detido após desvio de avião para Minsk, Europa vai discutir sanções
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Diria que estas coisas têm aparições cirúrgicas, em datas também elas cirúrgicas, para levantar poeira, preparar a opinião pública, e justificar medidas repressivas e de censura na Web. Mas isso era se fosse muuuuuito maquiavélico.
«Dados pessoais de sete mil militantes do PSD na Net»
[Imagem de autor desconhecido]
Na ressaca do chamado boom do rock português, depois dos Chicos Fininhos e das Ruas do Carmo e de Portugais na CEE e de O Corpo É Que Paga, entre outros, e que levaram as editoras e as rádios a apostar em toda a merda que surgia desde que fosse quatro por quatro e com um refrão manhoso, propiciando o aparecimento de aberrações e flops editoriais como os NZZN, Roquivários, e perdoem-me os que ficaram esquecidos que só de me lembrar destes já fico com pele de galinha, e com essa fobia da next big thing e consequente mina de ouro, deitar fora o bebé junto com a água do banho, a coisa estagnou: nem as editoras gravavam o que quer que fosse de “rock português”, nem as rádios passavam o que quer que fosse de “rock português” – só “grandes músicas”, avant la lettre.
Foi com o aparecimento das rádios piratas e com a aposta no alternativo, e na maior parte das vezes alimentadas as emissões com gravações também elas piratas, que se voltou a falar em rock feito em Portugal. E foi assim que o “1º de Agosto” dos Xutos & Pontapés foi um hit antes do estúdio, e foi assim que conseguiram furar o bloqueio e gravar. A primeira banda a gravar depois da ressaca. A partir daí é história.
Esteve muito bem o ministro, Miguel Guedes que esteja caladinho (e os Xutos também).
(Na imagem o pirata mais famoso do mundo: Errol Flynn)
Adenda: Afinal parece que não... Ainda assim não invalida nada do que escrevi.
Nesta altura do ano em Espanha, desde Cádiz até Barcelona, em tudo o que é cidade, aldeia, vila ou lugarejo que tenha um mínimo de afluxo turístico, é impossível não encontrarmos dezenas de magrebinos, todos ilegais, que se dedicam à venda de cd's e dvd's piratas. É o seu único meio de subsistência, e o preço de cada, oscila entre os 2 e os 5 euros, dependendo da capacidade negocial do comprador. Tenho alguns no carro. Que estes desenraizados, que estes deserdados, sejam presa fácil - contingente de recrutamento - nas malhas do terrorismo jihadista , essa é uma outra questão...
Vem isto a propósito das declarações de Eduardo Simões, director-geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), e já comentadas aqui.
Uma pergunta para o sôr Eduardo: E se no carro dos terrorista do 11 de Março tivessem sido encontradas caixas de Aspirinas? Ou maços de Marlboro?
“A pirataria está a financiar o terrorismo”
Quem o diz é Eduardo Simões, director-geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), nas Alegações Finais no DN de hoje. E desenvolve: «Em conferências internacionais têm sido dados exemplos de financiamentos de terrorismo a partir da pirataria. Os casos mencionados foram, em conferências a que assisti, O IRA e, mais recentemente a Al-Qaeda. Nos ataques do 11 de Março, em Madrid, foi apreendida uma carrinha cheia de capas de CD pirata. (…)».
Acredita quem quer. Esta não engulo, e, confesso, estive quase tentado a dar a este senhor o troféu O Verdadeiro Artista.
A seguir ao 11 de Setembro
Revolta-me a hipocrisia de pessoas como o director-geral da AFP, ao afirmarem que com a pirataria «Está em causa o modo de vida de artistas, músicos, actores, editores…», e revolta-me ainda mais a hipocrisia dos «artistas, músicos, actores» ao pactuarem com estas declarações. É mais que sabido que os artistas ganham uma ninharia, uma miséria, nicles, com os chamados royalties sobre as vendas dos seus trabalhos. A grande fatia do lucro vai parar às mãos das editoras e das lojas revendedoras – tipo FNAC’s. Onde os músicos ganham algum dinheiro é, com os direitos de autor recebidos das rádios e televisões de cada vez que a sua música ou o seu trabalho é apresentado, e dos espectáculos ao vivo.
Meus amigos; não sou consumidor de CD’s. Continuo a preferir o vinyl; e, vinyl como é sabido, não dá azo a piratarias. Mas uma coisa vos asseguro; uma certeza vos deixo: se o entendimento sobre “financiar o terrorismo” for contribuir para que as grandes editoras e revendedoras deixem de ter os lucros astronómicos que têm à custa do trabalho criativo de terceiros; eu vou começar a financiar. Vou começar a comprar CD’s piratas.