"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ainda assim, e apesar de não irem a votos, os árbitros rodam. Não são sempre os mesmos a apitar os mesmos. E quando são outros, não recebem o apito por herança familiar. E nunca foi ninguém preso por protestar contra o adversário e/ ou contra as decisões do árbitro. O que é um bom princípio.
É uma “guerra” antiga. Nunca consigo marcar nada para a parte da manhã, com amigos que tenho, actores em companhias de teatro ou nas televisões (naquelas telenovelas que vocês vêm todas as noites); pelos menos para antes das onze / meio-dia. “A essa hora não!”, “Tas maluco, ou o quê!?”.
Só por curiosidade: companhias subsidiadas.
Fui muitos anos roadie e conheci e fiz amigos entre músicos, desde a música popular ao rock e ao jazz (esses que estão agora a tocar aí na vossa rádio). Combinação para antes do meio-dia era impossível!
Só por curiosidade, o grosso dos espectáculos eram / são para Câmaras, Juntas de Freguesia, organismos públicos.
Há umas semanas encontrei uma amiga, do novo lote de realizadores de cinema em Portugal. Ia muito enfadada porque, por causa dum trabalho, tinha de estar às 10 da manhã em Lisboa. “Onde é que já se viu! Alguém consegue funcionar a essas horas?!”. Eu estava no activo desde as oito, mas ela nem reparou no pormenor. E lá foi toda esbaforida a correr para o autocarro.
Só por curiosidade: o tal subsídio também tem aqui lugar.
(#) Às vezes parece que são eles que se julgam num estádio superior. Assim uma espécie de Brâmanes a quem tudo é permitido; excepto levantar cedo e sujar as mãos. É a cultura da irresponsabilidade total; a total ausência de regras e de disciplina. Obviamente os resultados não aparecem.
E afinal há sempre alguém que se levanta cedo e trabalha e paga impostos para haver o tal dinheirinho para o subsídio.
(*) "a enconar", como por aqui se usa, seria o termo mais indicado, mas achei que era no mínimo um título "estranho" para um post.
Depois disto (que não me surpreende absolutamente nada), falta agora saber se esta enxurrada de medalhas que por aí vai, num futuro mais ou menos próximo, não se vão revelar medalhas “DDR”…
Vai daí, faço uma incursão no meu baú das preciosidades raras, e recupero estes dois singles, 7” (o de cima e o de baixo), arribados a Portugal nos idos quentes de 1974/ 75. Para prensagem made in China até que o som não é nada mau…
Como facilmente se pode constatar a Tocha está lá, bem visível, com mais de 30 anos de antecedência. Premonição?
(We’ll Be Successors To The Communist Cause – capa)
(We’ll Be Successors To The Communist Cause – contracapa)
Atenção aí, putos! Muito brevemente, ainda antes do evento Pequim 2008, vou tocar um destes depois das 4 da manhã; quando a casa estiver à pinha!
Depois de Londres e Paris, dei comigo a pensar para com os meus botões, como será a recepção à Olympic Flame em Lisboa. Agora que por estas bandas os azimutes andam todos trocados, haverá mobilização geral para uma apoteótica recepção ao símbolo do ideal olímpico?
Não é por nada. Assim de repente veio-me à memória a visita em 1975 de Valentina Tereshkova a Portugal, e as ruas cheias de povo anónimo, de bandeirinha na mão, a acenar à primeira mulher no espaço.
"No final, pouco depois de os bigodes negros do homem do MFA se terem encontrado com o rosto sereno da cosmonauta, aliás como aconteceu com outros bigodes mais ténues de um bombeiro voluntário e de membros de outras organizações presentes, que ofereceram presentes à única cosmonauta da terra, foi cantada em coro a Gaivota voava, voava, canção que fez entreabrir os lábios vermelhos da mulher do espaço."
in Jornal O SÉCULO Visita da cosmonauta Valentina Tereshkova a Portugal (Pavilhão dos Desportos, 1975 Lisboa)
Por mim já está decidido; vou até lá tentar “soprara vela” envergando orgulhosamente a minha t-shirt. Assim, como assim, para os chineses é tudo sorrisos, beijinhos e abraços. E no final podemos todos cantar a “Gaivota voava, voava”.
Nós ainda somos do tempo em que se boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscovo a pretexto da invasão soviética do Afeganistão!
Anda tudo muito entretido a brincar às economias e às globalizações. E os que não andam nestas brincadeiras, e ignoram os Afeganistões dos dias de hoje, só pode ser porque em 1980 a coisa era muito mais grave; os comunistas eram maus como as cobras…