"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ontem foi Rui Rio num espectáculo lastimável a fazer o papel de idiota útil do ex-camarada, agora líder de um albergue de fascistas e neo-nazis com o nome de partido; hoje é António Costa, feito chico-esperto, a querer tirar dividendos da triste figura feita pelo líder do PSD na véspera, sem perceber, e sem que ninguém no Partido Socialista o chame à razão, que está a alinhar e a cumprir a agenda marcada por Ventura que, por estas horas, deve estar morto de riso com a dupla de parolos que lhe saiu em rifa.
Reintroduzir a pena de morte a propósito de alguém que está disposto a, com um colete de bombas à cintura, se explodir num autocarro, num café, num banco, numa instituição pública qualquer e levar consigo dezenas de inocentes;
"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado nos céus". Mateus 16:18-19
A pena de morte vai a referendo no Estado da Califórnia, não por causa do Artigo 3° da Declaração Universal dos Direitos Humanos [Todo o indivíduo tem direito à vida …], mas porque assim o contribuinte pode poupar anualmente 200 milhões de dólares do dinheiro dos seus impostos.
Primeira Emenda ao Artigo 3° da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Todo o indivíduo tem direito à vida desde que a sua morte não pese nos impostos do todo o contribuinte.
Como é nos States, onde os criminosos são condenados depois de uma consulta na Bíblia, se calhar é verdade. E se calhar vem na Bíblia.
[Imagem "Executioners Room", Greenhaven Correctional Facility, Greenhaven, New York,1991 by Lucinda Devlin]
E apesar das alternativas à disposição dos bárbaros continuarem a ser mais que muitas [desde o gás à corda passando pela electricidade e pelas pedras e pela bala, paga pela família do executado], o que me complica com o sistema nervoso é o haver médicos envolvidos, e com papel preponderante, na execução das penas. Um aval profissional e cheio de humanidade. Como se não houvesse um código deontológico jurado.
[Interessante seria saber quantos desses médicos invocam objecção de consciência, alguns por motivos religiosos, para recusarem a interrupção voluntária da gravidez em casos de violação ou má-formação do feto, por exemplo]
- Every prisoner waiting to be executed is granted a last meal. Prisoners waiting to die choose their last meal for different reasons. Some choose for past memories, while others feast on what they crave at the moment. […]. Choosing the last meal is a significant ritual because the accuracy and validity of this choice is the only answer one can ultimately accept. […]