"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A televisão recupera declarações de Santana Lopes, que não há ninguém mais preparado que ele para assumir o cargo de Presidente da República, depois de Marques Mendes assumir que não vai a votos mas que pode ir. Marques Mendes, Santana Lopes, Paulo Portas, Durão Barroso, Passos Coelho, há muita qualidade à direita, dizem e escrevem os analistas comentadeiros da política oca dos joguinhos de bastidores. O doutor Miguel Relvas também disse qualquer coisa sobre o assunto.
"100 jovens que estão aqui para partilhar com muita gente de grande qualidade, dos melhores dos melhores do país" disse Hugo Soares ao arribar à Universidade de Verão do PSD. Alexandre Poço, Álvaro Beleza, Leitão Amaro, Duarte Marques, José Manuel Fernandes, Paulo Portas, Pedro Freitas, entre outros, mais o próprio Hugo Soares, é o que consta no site da tertúlia.
Quando Santana Lopes, depois de se submeter a votos em nome próprio, candidamente conclui que uma das causas para o flop eleitoral do Aliança foi muita gente pensar "que para votar no antigo primeiro-ministro era preciso meter a cruz no PSD", não só choca de frente com estrondo na realidade do valor das suas ideias, do seu peso político e da contribuição para o debate, como também explica porque é que Miguel Morgado, outra nulidade, continua escondido na mentira, sem coragem de se apresentar a votos a dizer ao que vem, como fizeram os "camaradas de luta" do Iniciativa Liberal.
Disseram ao doutor Santana Lopes que era boa política e bom para a política, a dele, vir para o Twitter, dava votos, as novas ferramentas de comunicação e o coise. Viram o sucesso que foi a "rede" do Obama? E o burburinho do Rei do Twitter, o Trump, uma criança nitidamente desequilibrada mas ainda assim um sucesso em 280 caracteres. Cofveve. E o doutor Santana Lopes lá veio para o Twitter, depois de décadas nas televisões a vender banha da cobra sem contraditório, depois de décadas a ser pago pelas televisões, à paisana ou em frente-a-frente com adversários, vendedores de elixires vários, com moderadores que só ali estavam porque parecia mal se ali metessem um manequim. Só que o Twitter, que é bom para a saúde e faz puxar pela cabecinha, começou a confrontar e a questionar o doutor Santana Lopes com as suas incoerências e contradições, coisa que não lhe acontecia quando era pago e lhe estava a acontecer agora, que estava ali de borla, wtf? , a tal massa anónima da net que julga e condena e que é bué boa para os políticos quando se trata de passar spin para a carneirada mas que quando o rebanho faz perguntas é o pelourinho. E o doutor Santana Lopes, desabituado e mal habituado que lhe perguntem, por exemplo, como é estar reformado desde os 50 e poucos anos de idade e passar o resto da vidinha até aos 60 e muitos a perorar nas televisões sobre "sustentabilidade da Segurança Social", desatou a bloquear os perguntadores inconvenientes. Mas mesmo bloqueando línguas de perguntador no Twitter há sempre a possibilidade de as perguntas continuarem a ser feitas, era o que mais faltava?! , e o doutor Santana Lopes fechou a conta a cadeado e agora o Twitter, que era bué bom para passar spin e dava votos, passou a ser assim a modos que um diário secreto online de um político que se vê primeiro-ministro de Portugal. O primeiro líder partidário que nega aos possíveis e potenciais eleitores a possibilidade de conhecerem o seu pensamento político. E já não ganha votos com isso. Mas também não perde, o que dadas as circunstâncias até é um ganho assinalável.
O doutor Santana Lopes amuou e fez beicinho e Putin, Rui Rio, Trump, o louco do Irão com a cabeça enrolada em trapos, Bolsonaro, Assunção Cristas, o Papa Francisco, António Costa, vítimas diárias de perguntadores diversos e de ódios vários no Twitter, riram-se. lol.
Reza que o Doutor Salazar ia um dia a caminho de casa quando se depara com um cidadão, de gatas, num jardim em cima de um relvado onde num aviso constava "Proibido pisar a relva". Deu imediatamente ordem ao pide Rosa Casaco para parar o carro, dirigiu-se ao desgraçado e disse "Então o senhor ousa desobedecer à autoridade do Estado? Não tem a 3.ª Classe? Não sabe ler?" ao que o miserável, de chapéu na mão, cabeça baixa e voz trémula responde "Sabe o Senhor Presidente do Conselho, é que o dinheiro não me chega e venho aqui comer um bocadinho de relva para enganar o estômago". Acto contínuo o Doutor Salazar tira um cartão de visita do bolso do casaco que assina depois de escrever "Este cidadão está autorizado a comer relva em todos os jardins do país".
Adenda: Entretanto, e como a internet não dorme, o "pelourinho das redes sociais", que é o nome dado às redes quando as pessoas pensam pela própria cabeça e não se limitam a servir de câmara de eco ao spin partidário, descobre que a foto é na União Soviética nos anos 60. O triunfo dos imbecis ou o partido do senhor Doutor que serviu de barriga de aluguer da direita radical contra Rui Rio, órfã de Passos Coelho.
Adenda II: Colocado no "pelourinho das redes sociais" o partido do Doutor Santana Lopes apagou o tweet. O triunfo dos imbecis, capítulo II:
Se este é o procedimento com um partido inexistente o Doutor Povo tem legitimidade para se questionar como foi com cargos institucionais, de eleição e de nomeação política.
Quando Santana Lopes meter na cabecinha que o que empurra as pessoas para a abstenção são personagens como ele, há 40 anos por aí, a viver de avenças e sinecuras várias, a dizer tudo e o seu contrário, reformado aos 62 anos de idade enquanto discute nas televisões o aumento da idade da reforma para os outros por causa da "sustentabilidade da Segurança Social", as eleições até podem ser no dia de Natal.
#OperaçãoSantanaAoColo é a hastag por mim criada no Twitter para coleccionar as primeiras páginas e a cobertura quase diária nos telejornais dada ao líder de um partido que da primeira vez que se apresenta a escrutínio obtém 1,86%,61.753 votos votos.
Três dias depois das eleições europeias, na primeira página do jornalismo dito de referência, 155 anos de história, o mais antigo jornal nacional, Santana Lopes, líder do Aliança que, em termos gerais, vale tanto quanto o Livre de Rui Tavares, ex-deputado europeu, com méritos reconhecidos por todas as bancadas parlamentares em Bruxelas, e que conseguiu fazer 15 dias de campanha eleitoral sem que nenhuma televisão "tivesse dado por isso". É assim que se faz.
Depois de ter batido com a porta movido pelo fracasso que foi o ter sido barriga de aluguer ao projecto de tomada do PSD por dentro pela direita radical agora órfã de Pedro Passos Coelho, depois do banho de realidade que foi o perceber que a "marca" Pedro Santana Lopes não existe fora do PPD mal grado o colo de todas as televisões, mal-educado vem largar bitaites sobre a vida interna de um partido que já não é o seu. Ressabiado ou, mais uma vez, por encomenda da direita radical a quem serviu de hospedeiro e que tinha jurado remeter-se ao silêncio até às legislativas de Outubro, havemos de saber mais à frente.
Miguel Sousa Tavares não só desmonta um pantomineiro em directo com uma só pergunta como obriga o pantomineiro a fazer jus ao epíteto de pantomimeiro quando, ao ver-se encurralado, apanhado com as calças nas mãos, como soi dizer-se, e sabendo do gosto do entrevistador pela caça, tenta introduzir o tema na conversa, como elemento de distracção que lhe dê tempo para respirar, recuperar o controlo e direccionar a entrevista para onde mais lhe convém. E este Circo Santana, com televisões em prime time, já dura pelo menos desde 1976.
"Seguros de saúde para todos. Esta é uma das ideias e medidas concretas defendidas pelo Aliança que, pela voz do líder Pedro Santana Lopes, fechou este domingo o congresso fundador do partido, em Évora."
"Santana Lopes sublinha que "todos devem ter o seu seguro de saúde" porque "é insustentável que só os ricos possam escolher entre o serviço público e o serviço privado"."