"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
O Presidente do Estado laico avisou o bispo José Ornelas, Dom, de que estava a ser investigado por cumplicidade em casos de abuso sexual. "Tenha Vossa Excelência Reverendíssima atenção que a justiça anda de olho em si". Marcelo, o supremo magistrado da Nação, eleito por sufrágio universal, não respeita nem responde perante o povo português que jurou servir, nem pela Constituição que jurou defender. Marcelo, o beato devoto, responde perante o Papa, a hierarquia do Vaticano, e pela Bíblia de que guarda os ensinamentos. E isto é com Marcelo, numa questão de fé, religião, e de não saber, nem querer, separar o homem religioso da função presidencial laica. Nas primeiras páginas com as fugas ao segredo de justiça, dos directos das televisões na porta das operações "secretas" da Polícia Judiciária e Ministério Público, é uma questão de fé na Igreja Universal do Pilim Universal, que também move multidões, todas têm o seu papel no movimento da humanidade. No entanto Marcelo quando morrer vai para o Céu, comer o corpo e beber o sangue de Deus à mesa com os encobridores e cúmplices de abuso sexual, uns porque falam directamente com Deus, ele porque tratou das indulgências junto de quem de direito enquanto foi vivo. Amém.
A matilha que vai ladrar e rosnar à mãe da "pequena Jessica" no dia do funeral ou aos pais da "pequena Maddie" na saída do edifício da Judiciária em Faro é a manada de arganel no nariz que faz o sinal da cruz e pontua as frases com "se Deus quiser" quando Manuel Clemente afiança que equívoco no cu dos outros para ele é refresco. Pequeninos, sem aspas e em maiúsculas.