"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Paulo Baldaia, um dos comentadeiros do regime nos intervalos de ser um hooligan trauliteiro no Twitter a dar o corpo às balas por Pinto da Costa, contra o Benfica e o centralismo sulista, marchar, marchar, na televisão do militante n.º 1 a explicar, urbi et orbi, que há "um critério editorial que se baseia, logo de início, nos [partidos] que já têm representação parlamentar" no que toca ao destaque dado pelo media às diversas representações políticas, depois dos 10 - dez - 10 minutos dados pela SIC Notícias, no rescaldo das eleições, ao Aliança e a Santana Lopes, que não se submeteu a votos nem sequer o partido que lidera elegeu algum deputado, a seguir a terem cortado a palavra a João Ferreira da CDU ao minuto e meio para mostrarem um gráfico de barras com uma qualquer percentagem e a terem repetido a façanha com Paulo Rangel do PSD, para não falar dos zero minutos dados a Rui Tavares do Livre.
Rui Rio, no rescaldo das eleições, a dizer que há que repensar a forma como as campanhas eleitorais são feitas, por forma a cativar os cidadãos no dia de fazer a cruzinha no boletim de voto e inverter a abstenção, como se as pessoas formassem opinião e fossem votar pelo que é dito no circo das arruadas, das canetas, dos sacos, dos porta-chaves e das palhaçadas rua abaixo e feiras e mercados adentro.
Estava eu muito longe de desconfiar que a simples partilha no Twitter de um link para um artigo de opinião de Ferreira Fernandes no Diário de Notícias, o “conluio-policial mediático” e as suas consequências, ia receber um comentário do jornalista, não de um jornalista qualquer, um jornalista ex-director da TSF, ex director do Diário de Notícias, coluna regular no Jornal de Notícias e visita assídua na SIC Notícias - Paulo Baldaia, por via do seu heterónimo [ou será ele mesmo desinibido do “código deontológico”?] futeboleiro-regionaleiro – DragãoASul, [em print screen na imagem “por causa das moscas”] que, por sua vez, ia dar origem a uma chusma de likes e mentions [alguns já bloqueados] da horda de trogloditas trauliteiros, a salivarem nas redes de cada vez que um qualquer Pavlov açula a matilha acéfala do pontapé-na-bola, todos nascidos, Paulo Baldaia incluído, depois do senhor das bufas, avisado da visita da PJ, ter fugido com a menina do alterne para Vigo até a maré baixar, e por isso desconhecedores dos factos.
O dia em que o director de um jornal com 150 venerandos anos de existência gasta 5465 caracteres num editorial a comentar os comentários dos comentadores a uma sua entrevista ao Presidente da República na silly season onde as pessoas dantes iam para a praia por causa do sol na moleirinha como dizia o povo à época em que o Diário de Notícias foi fundado.
Olhando para o nível de destruição no Estado e na administração pública, no Estado social, na saúde e na educação, na economia e nas empresas, nas famílias e na sociedade, provocado por 5 anos de Governo Pedro Passos Coelho/ Paulo Portas ou, se preferirem, PSD/ CDS-PP, 10 anos parece-me curto, excessivamente curto. Mas enganar-se nas contas, falhar metas e previsões, também é imagem de marca deste Governo.
É o rico que não entra no Reino dos Céus. O título do post é só porque o senhor, que trabalha de segunda a sexta na Universidade Católica, vai à missa aos domingos procurar inspiração para reinterpretar a Bíblia por medida, às segundas, no Diário de Notícias.