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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Diz que vai haver muita abstenção

por josé simões, em 20.05.14

 

 

 

Entre o socialista alemão Martin Schulz, pelo Partido Socialista Europeu, [PSE] e o centrista ou social-cristão ou lá o que é, luxemburguês Jean-Claude Juncker, pelo Partido Popular Europeu [PPE], vem a alemã Angela Merkel da CDU, que integra o PPE, a meias com o alemão Sigmar Gabriel do SPD, que integra o PSE, e escolhem a francesa Christine Lagarde, da UMP francesa que integra o PPE [20 de Maio de 2014, 17:00 a partir do minuto 02:02] e o voto democrático que se dane, não se fala mais nisso, vira o disco e toca o mesmo, carrega na austeridade, agora em modo 2 em 1, o FMI na Comissão Europeia e a Comissão Europeia no FMI, ainda as tournées de Schulz e Junker pelas capitais europeias vão a meio, em alegre propaganda de apelo ao voto democrático dos cidadãos e da importância do voto democrático e da Europa que há-de vir e o coise.

 

Deve ser a isto que Francisco Assis, candidato pelo Partido Socialista que integra o PSE de Martin Schulz e Sigmar Gabriel, se refere quando fala em "excessiva clausura ideológica em Portugal e na Europa" e que "em democracia só há uma forma de romper com isto, através do voto, pela opção democrática das pessoas" [20 de maio de 2014, 17:00 a partir do minuto 07:18], a "opção democrática" que depois não vale a ponta de um chavelho face aos arranjos e negociatas de bastidores entre o PSE, que Assis vai integrar e o PPE, em cujas bancadas se vão sentar Paulo Rangel e Nuno Melo.

 

Numa coisa Francisco Assis tem razão, mais cedo ou mais tarde a "fronteira da esquerda" vai mesmo acabar no PCP e no Bloco [20 de maio de 2014, 17:00 a partir do minuto 06:26], delimitada pelo Partido Socialista e pelo partido Socialista Europeu. Engana-se é redondamente no tamanho, como se enganaram os socialistas gregos, agora partido residual.

 

Esta gente, socialistas de dentro de portas e socialistas europeus, quer mesmo ser levada a sério pelos eleitores?

 

[Imagem de Mel Bochner]