"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ruy de Carvalho, depois de 40 anos a apoiar e a dar a cara por todos os líderes do PSD, desde Santana Lopes ao pantomineiro do pin, passando por Cavácuo [não é gralha], em Lisboa na manif dos agentes culturais para "brinde à ignorância da ministra". Não ter a puta da vergonha na cara é isto.
A puta da vergonha não é de Ruy de Carvalho, a puta da vergonha é dos "agentes culturais", pela falta de memória e pela ignorância, manifesta no respeitinho é muito bonito ao mais velho, mesmo que o mais velho toda a vida tenha desempenhado o papel de Mephisto.
O Governo, preocupado com as emissões de carbono e com o princípio "um carro uma pessoa", que congestiona as estradas de Lisboa, e com a Greta sueca e com as novas gerações, que não ligam a ponta de um corno à política mas que estão sempre de olho vivo nestas coisas, chatos do caraças, foi todo de fotografia para o autocarro a gás para a fotografia na Presidência do Conselho de Ministros [e não, não há aqui nenhum erro na construção da frase que a ideia subjacente à propaganda governamental foi mesmo esta, fotografia-autocarro-fotografia] que para a próxima legislatura, se Deus quiser, há-de ser um autocarro eléctrico. Nos outros 364 dias do ano cada ministro vai no seu topo de gama com o respectivo motorista. Onde é que já se viu um ministro andar de transporte público no país onde nem um líder duma bancada parlamentar pode andar de Renault Clio? Há dignidades, caralho! Depois queixam-se dos Andrés Venturas desta vida.