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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| Refugiado ad eternum

por josé simões, em 30.03.09

 

 

 

Suponhamos que aquando da descolonização e do regresso dos milhares de colonos portugueses das “províncias ultramarinas” – léxico Estado Novo –, ao invés de os termos integrado na sociedade da "metrópole" – léxico Estado Novo again –, os tínhamos enfiado nuns campos construídos para o efeito, ali para os lados do Alentejo ou de Trás-os-Montes, com o estatuto de refugiados retornados, e por lá ficassem, e por lá tivessem filhos a quem era concedido reconhecido o estatuto de refugiados retornados, e depois netos a quem era também concedido reconhecido o estatuto de refugiados retornados, e por aí fora.

 

Vem esta conversa a propósito da Orquestra Juvenil Palestiniana “Cordas de Liberdade”, composta por jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos, e que, apesar de serem nascidos na Cisjordânia, continuam a ter o estatuto de refugiados que tinham os seus pais e os seus avós, quando há 50 anos fugiram ou foram expulsos das suas casas na guerra que se seguiu à criação do Estado de Israel. Cinquenta anos!

 

Nascer, viver e morrer com o estatuto de estrangeiro no seio do seu próprio povo.

Uma “reserva” humana conveniente, ali à mão, para servir de joguete e de arma de arremesso. Há pelo menos meio século que “a culpa é de Israel”.

 

(Foto fanada no Corriere della Sera)

 

 

|| Angry Young Men

por josé simões, em 29.03.09

 

Pequenos e simples passos como conhecer “o outro”, para a verdade oficial, não é conveniente que sejam dados. Interessa alimentar o Ódio e a Raiva. Desde pequenino. Porque “de pequenino é que se torce o pepino”, na sabedoria popular, ou “é que se torce o destino”, na letra de Sérgio Godinho. E além disso “só tem medo do Diabo quem já ouviu falar dele”.

 

A Orquestra Juvenil Palestiniana, “Cordas de Liberdade”, foi dissolvida pelas autoridades do Campo de Refugiados de Jenin - a norte da Cisjordânia -, por ter cometido o “crime” de tocar para um grupo de sobreviventes do Holocausto.

 

“Nós temos que proteger as nossas crianças e a nossa comunidade”, palavras do líder do Campo.

 

«The move highlights the sensitivity of many Palestinians over acknowledging Jewish suffering, fearing it would weaken their own historical grievances against Israel»

 

(Foto via Reuters)