Se isto é um Presidente...
É discutível, juridicamente certamente perdi, politicamente acho que ganhei
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É discutível, juridicamente certamente perdi, politicamente acho que ganhei
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O Governo que com uma alteração à legislação fiscal permite a fuga da EDP ao pagamento de 110 milhões de euros em impostos, apesar de sobejamente avisado, é o Governo que acaba com a moratória do crédito à habitação e que admite recorrer para o Constitucional para travar apoios sociais aprovados pela oposição.
Num mundo perfeito Pedro Passos Coelho tinha telefonado a Christine Lagarde e agora tínhamos o @psocialista em peso, mais os avençados e ilhas adjacentes, em pé de guerra nas "redes" e no comentário televisivo, contra a subserviência do poder político ao poder económico e a uma tecnocrata nomeada por interesses mais ou menos obscuros, enquanto ignora a Constituição de um país soberano e as decisões saídas de um Parlamento eleito em eleições livres e democráticas.
[António Costa no Twitter]
Dizem, os especialistas Zés Gomes Ferreiras desta vida que pululam nas redacções das televisões, que o chumbo de nova injecção de dinheiros públicos, do contribuinte, no Novo Banco, até estar concluída a auditoria, põe em causa a credibilidade do Estado, por quebra de contrato. O Estado, que pode quebrar o contrato que tem com o cidadão, o contribuinte, ao cortar salários, pensões, e apoios sociais, para acudir à falência dos bancos e à quebra de contrato que tinham com a sociedade, com a economia e, em última instância, pode ter reflexo nos juros da dívida pública, com os mercados a penalizarem um país, um Governo, um Estado, que se recusa a injectar dinheiro dos cidadãos, dos contribuintes, num banco com operações no mínimo mal explicadas [1] [2]. O dinheiro que não tem e que se vê obrigado a pedir emprestado aos mercados. É isto, não é?
[Imagem de Sébastien Camboulive]
No discurso de encerramento do debate parlamentar na apresentação do Orçamento do Estado para 2021 a cargo do ministro da Economia, a páginas tantas Siza Vieira deixa cair "para ultrapassar esta pandemia que não criámos".
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Um Orçamento do Estado dum Governo minoritário do Partido Socialista é aprovado no Parlamento só com os votos do Partido Socialista, ninguém votou nada ao lado de ninguém.
[Imagem "Fritz Lang directs Brigitte Helm in Metropolis [1927)]"]
No dia 10 de Outubro de 2019 a imprensa dava conta que o "PS recusa acordos para a legislatura e vai negociar orçamento a orçamento".
No dia 28 de Outubro de 2020, dois anos depois mais uns pozinhos, Ana Catarina Mendes, no discurso de encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2021, imediatamente antes da votação, num exercício de propaganda e manipulação, recorre ao golpe baixo da mentira e, em directo para todo o país, acusa o Bloco de em Outubro de 2019 ter recusado um acordo para a legislatura preferindo negociar orçamento a orçamento.
Não ter a puta da vergonha na cara é isto.
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Malgrado a barragem de propaganda nos media, pela opinião publicada e falada nas duas semanas que antecederam o debate do Orçamento do Estado, no sentido de atribuir a culpa de uma hipotética crise política ao Bloco de Esquerda, os 30 minutos do discurso de abertura de António Costa são gastos, que é diferente de usados, a justificar-se.
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O estado da Nação, Capítulo I
Catarina Martins a fazer o pleno da crítica, do PS ao CDS passando pelo PSD, papagaios e cartilheiros avençados com lugar cativo no comentário em prime time, por o Bloco de Esquerda exigir e lutar por um Serviço Nacional de Saúde melhor e mais eficiente do que o que temos.
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O CDS, que nos tempos difíceis que se aproximam tem o voto contra anunciado no Orçamento do Estado para 2021, acusa o Bloco de Esquerda de nos "momentos difíceis" não querer "nenhuma responsabilidade" e "agora que, infelizmente, o país está em crise e se aproximam tempos difíceis" vai votar contra o Orçamento do Estado.
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Segundo a generalidade da comunicação social, mais os paineleiros-comentadeiros com lugar cativo nas "análises à jornada" e cartilheiros diversos vertidos à paisana disfarçados de independentes, o Bloco de Esquerda é irresponsável, não tem sentido de Estado, e até chama a direita como em 2011 [escamoteando que a direita em 2011 foi chamada pelo voto nas urnas], por não abdicar dos seus princípios ao não se abster, ou até votar favoravelmente o Orçamento do Estado para 2021, apresentado por um Governo minoritário do Partido Socialista que, com truques de ilusionismo e a cumplicidade da generalidade da comunicação social, não abdicou dos seus princípios numa encenação de negociação e cedências, não se coibindo com isso de chamar a direita sabendo de antemão do voto contrário do Bloco de Esquerda. #TINA #OE2021
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Argumentar que um eventual chumbo do Orçamento do Estado pelo Bloco de Esquerda é chamar Passos Coelho - o agregador da direita, para lhe entregar o poder de volta, tal e qual o chumbo do PEC IV de Sócrates, é só má-fé argumentativa e deliberadamente ignorar que Passos Coelho foi a votos, que ganhou em eleições livres e democráticas, que nem o PCP nem o Bloco metem quem quer que seja a governar, e fazer de conta que António Costa não se meteu no buraco onde se encontra quando disse "No dia em que a sua subsistência depender do PSD, este Governo acabou" e que agora, com a cumplicidade dos media e dos paineleiros-comentadeiros com lugar cativo, atira o ónus da culpa para os ex-parceiros da 'Geringonça' e espera que se anulem e abdiquem dos seus princípios em função do Governo minoritário PS, numa espécie de TINA 2.0?
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E voltamos ao ponto de partida que é o de um partido que se reclama da esquerda e que passou 40 dos 46 anos da democracia a governar à direita, com os votos da direita ou em coligação com a direita, a acusar a esquerda de votar com a direita no Orçamento do Estado.
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A direita que nos idos da troika depois de ter cortado o 13.º mês permitiu a diluição do subsídio de férias em 12 vezes para que as pessoas não sentissem o rombo no orçamento no final do mês é a direita que agora diz que a mexida na taxa de retenção mensal do IRS pelas mesmas razões é uma trafulhice socialista.
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