"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
"Beber vinho é dar o pão a 1 milhão de portugueses". "Comam uvas, bebam vinho". Se calhar, naquela cabecinha, a solução passa mesmo por aqui. O que, vindo de um soldado disciplinado, militante de um partido em que o líder de cada vez que refere o ditador ultramontano e tacanho é o "doutor Salazar" com um temor reverencial na voz...
Só o que falha aqui são só os viúvos, porque "maravilhosas são as Suas obras e insondáveis são os desígnios do Senhor" e ninguém fica viúvo por sua vontade. É a vida. Terrena. Não se compreende por isso.
Porque dos solteiros, schnell! schnell! "crescei e multiplicai-vos", ide constituir família. Muita e grande.
Divorciado[a] e com filhos. Família monoparental por vontade do Homem e não por desígnio de Deus Pai. Ide comprar uma Bíblia. Schnell! schnell! também.
Nem o sósia de Danny Kaye, que lidera a bancada parlamentar do PSD com muito menos piada e infinitamente pior actor, nem Telmo 'escudeiro-de-Paulo-Portas' Correia, nem o iirevogável vice-pantomineiro percebem que a reabilitação de José Sócrates não está/ não foi feita por António Costa nem pelo novo líder da bancada parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, mas por 4 anos de governação PSD/ CDS-PP ou, se preferirem, de Pedro Passos Coelho/ Paulo Portas, debaixo da asa protectora de Cavaco Silva, conseguindo ainda de caminho a proeza de reabilitarem também Santana Lopes e fazerem dele um estadista de primeira água. Compreende-se assim a "assombração" que atormenta, é que a má fé, a incompetência e a mediocridade é tanta e tamanha... E ainda para mais depois de se terem unido para chamar a troika e corrigir o 'regabofe' socialista.
Já não há pachorra para este jornalismo de estagiários, impreparado, amorfo e acéfalo, de microfone na mão a abanar o rabo à porta dos ministérios e secretarias de Estado, correia de transmissão do spin governamental, sem nunca questionar as contradições, as meias verdades e as mentiras do Governo, sem nunca confrontar o Governo com a sua novilíngua e os factos, a realidade das coisas e as suas implicações na vida das pessoas, deixando o "trabalho de casa" a cargo dos comentadores que infestam as rádios e televisões, todos da área do Governo, e que fazem o "trabalho de casa" da casa do Governo.
Em Abril de 2011 andava Pedro Passos Coelho em campanha moralizadora pelo país, contra o despesismo socialista, as fundações, o viver acima das nossas possibilidades, os gastos intermédios e as gorduras do Estado, quando aparece nos telejornais, com o ar mais sério do mundo e com cara de a quem tinha morrido um familiar ou alguém muito chegado, com uma anedota inventada, ali, à pressão, sobre um turista finlandês e um almoço na Madeira. Uma anedota manhosa como manhosa só podia ser uma anedota mal-amanhada para atacar um Governo do Partido Socialista mas com a acção a decorrer à roda de uma mesa de almoço, com Alberto João Jardim à roda da mesa, no dia do congresso do PSD Madeira. Não sei se estão a chegar lá... mas nunca ninguém, nem sequer os jornalistas, chegaram e deram pela óbvio. Adiante.
Os despesistas socialistas foram arredados da governação, truz-truz-truz, lagarto-lagarto-lagarto, as fundações foram com os porcos, as gorduras derretidas na frigideira, tudo purgado de alto a baixo, Pedro Passos Coelho, que já não conta anedotas, continua sem se levantar da cadeira ou sem levantar um dedo para defender a Pátria, tudo na mesma, mas o filho da puta do turista finlandês, o da anedota, não desiste nunca de vir passar férias à Madeira, a qualidade do turismo nacional e tal, e de cobrar por isso.
Depois do partido da lavoura, do partido dos reformados e pensionistas, do partido dos ex-combatentes do Ultramar, do partido do contribuintes, o partido dos humoristas:
O Ulrico, que é Fernando, diz que aumento do imposto sobre a banca «é medida mal dirigida e mal justificada» porque «a maior parte dos bancos que operam em Portugal, ou têm prejuízo ou ganham muito pouco dinheiro», já a recapitalização do banco a que preside, maquilhada pelo ministro Gaspar das Finanças de enorme aumento de impostos, é bem dirigida e bem justificada porque a maior parte dos cidadãos que trabalha em Portugal, ou têm lucro ou ganha muito dinheiro e, como tal, ai aguenta, aguenta. Um rato de esgoto é isto.
Depois do "Novo Rumo" de António José Seguro [paz à sua alma] ter proposto um tribunal especial para investidores estrangeiros, temos agora o Velho Rumo de Passos Coelho/ Paulo Portas a tentar bloquear o acesso dos pequenos contribuintes à justiça com mais uma inconstitucionalidade da praxe, um ranking dos contribuintes. Paga e não sacode água do pacote.