"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
- Entre Telmo Correia, Luís Nobre Guedes, Mário Assis Ferreira (presidente da Estoril-Sol), Paulo Portas, Abel Pinheiro, o Pavilhão do Futuro da Expo’ 98 mais um Casino;
- Passando pela Portucale, os depósitos todos em 12 500 euros, o BES e o Jacinto Capelo Leite;
- Novamente o BES, os 24 milhões de euros e os submarinos;
- Até às 62 000 – sessenta e duas mil – 62 000 fotocópias de Paulo Portas;
- Tudo pouca coisa para 3 – três – 3 anos no Governo;
A resposta à pergunta de António Pires de Lima, pode ser encontrada hoje em editorial no Público, assinado por Paulo Pereira (sem link):
“O CDS-PP tem sido uma máquina de pedidos de esclarecimento ao Governo sobre tudo o que mexe na governação, desde a reorganização das forças armadas à acção da ASAE, do funcionamento dos tribunais administrativos à linha Porto-Vigo de alta velocidade ou à avaliação dos professores – isto para falar apenas das últimas duas semanas.
Compreende-se a necessidade de fazer prova de vida, umas vezes com razão e outras sem ela.
Mas será este o mais nobre serviço que o CDS e Paulo Portas podem neste momento, prestar ao país, à democracia e a um exercício digno da actividade política? Não, não é.
Em vez de pedir explicações duas vezes por dia, o CDS e o seu líder deviam dar explicações sobre a sua passagem pelo Governo, que assume um carácter cada vez mais trágico para os interesses do Estado, com uma invulgar acumulação de casos graves em tão curto espaço de tempo.
(…)
Quando ao CDS e a Paulo Portas, da próxima vez que vier pedir explicações de dedo em riste deve reflectir se não deve ser ele a dá-las.”
Ou seja, senhorAntónio Pires de Lima, num ponto a sua análise coincide com a do resto dos portugueses, o CDS é um partido de formiguinhas. De formiguinhas que passaram os três verões de Governo a amealhar, directamente para as suas contas bancárias, e a tratar da vidinha. Mas fica por aí a analogia. A ideia que passa agora é, a de um partido de uma só cigarra. Canta, canta, canta, mas não alegra. A oposição da formiguinha travestida de cigarra vale o que vale: nada. E o Inverno vai ser longo…
"como é que é possível um banco público dar 200 milhões de euros a um português para comprar acções e jogar na especulação do mercado e ao mesmo tempo não haver 19 euros para pagar a um pensionista que tem uma pensão de 400 euros"
Caixa Geral de Depósitos = banco. Joe Berardo = empresário. A Caixa emprestou dinheiro ao empresário. O empresário fica a pagar o empréstimo e com juros.
Eram nulas as expectativas em relação ao congresso do PS.
Sócrates eleito secretário-geral com mais de 85 % dos votos.
A moção levada a congresso com maior número de votos era também a do secretário-geral.
A somar a isto, a maior maioria absoluta de sempre no parlamento.
Sócrates que apesar da idade revela uma astúcia politica digna de um Mário Soares dos “bons velhos tempos”, aproveitou com eficácia o tempo de antena dispensado e transformou o que seria o congresso do PS, no comício do Partido do Governo.
Neste plano, Helena Roseta e Manuel Alegre com as suas intervenções criticas a alguns aspectos da governação, caíram que nem ouro sobre azul na estratégia de Sócrates. È que involuntariamente, no teatro de Santarém, foram os actores que faltavam para preencher o lado esquerdo do palco, o toque de maquilhagem que faltava ao Partido para passar a ideia que não renegou nem o nome nem as origens.
As expectativas (se houveram) de confronto interno estavam mais no lado das Oposições, talvez com uma secreta esperança de ver assumido em Santarém, por parte dos militantes do PS, aquilo que elas próprias não conseguem fazer no Parlamento.
Um governo em exercício, com o ímpeto reformista que se lhe reconhece, alguém esperava da parte do partido que suporta o executivo um acto de haraquiri político?
Salvou-se a banda sonora. “Go west”, Pet Shop Boys.
Vox Populi: Palavras de Luís, vendedor no mercado grossista que se realiza todos os sábados em Santarém, esta semana coincidente paredes-meias com o congresso do PS, ao “Diário de Noticias”: “Estão lá como nós aqui, a ver se enganam alguém”.