"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A Hungria de Viktor Orbán, um "líder nato e que merce elogios" no elogio de Duarte Marques, "vai sair do pacto da ONU para as migrações" mas vai continuar sentada na bancada do Partido Popular Europeu em Bruxelas ao lado dos camaradas do PSD e do CDS.
Vamos ficar todos muito indignados porque os Estados Unidos abandonaram o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, o Trump, aquele malandro, o filho da puta, o fascista, e fingir que a Arábia Saudita, a Indonésia, o Catar, o Burúndi, a Etiópia, as Filipinas, a Mongólia, os Emiratos Árabes, Cuba, o Egipto, o Iraque, o Ruanda, China, Venezuela, por exemplo, não fazem/ fizeram parte do referido Conselho. Siga.
Anormal seria que a ONU, organização nascida há 70 anos como resposta a uma Europa arrasada pela II Guerra Mundial e os seus 70 milhões de mortos, consequência do conceito alemão Lebensraum, 70 anos depois da sua criação e quando se debate qual o seu papel no século XXI, a sua reestruturação, a resposta aos novos problemas e desafios, e se parte para a eleição de um secretário-geral num processo nunca antes visto e cuja palavra-chave era "transparência", visse todo o processo posto em causa por um coelho búlgaro tirado da cartola alemã do... Lebensraum.
Era o nome de um programa de televisão, quando o ambiente e a ecologia ainda não estavam na ordem do dia, e que dava uma vez por semana na RTP a preto-e-branco.
"Só há uma terra" podia ser o lema, mesmo para os negacionistas que, com uma agenda ideológica escondida, ignoram e recusam que o aquecimento global é uma realidade, com o argumento de que obedece… a uma agenda ideológica! Até porque só há mesmo uma terra.
Os espanhóis, que nunca ouviram falar em Ceuta e Melilla, equacionam levar à ONU o diferendo com o Reino Unido por causa de Gibraltar, com o apoio da Argentina que de momento ocupa um lugar no Conselho de Segurança. Os bifes, em retaliação, mandam a marinha bombardear Cadiz, depois de encomendarem uma acção de graças ao almirante Nelson e de um desfile, com muitas bandeirinhas e milhares a entoar "Rule, Britannia!" a plenos pulmões, em Trafalgar Square, perante a indiferença dos nativos e provocando milhares de baixas em ingleses, machos e fêmeas, a cair de bêbados nas parais de Victoria, Santa Maria e Cortadura. Os argentinos, a coberto da confusão, instalada, invadem as Malvinas e os bifes levam para contar porque, como o Pinochet já bateu a bota, praise the Lord, os chilenos não estão para aí virados e não lhes dão a cobertura que lhes deram da última vez, ainda a velha bruxa era viva. Nós tentamos a nossa sorte em Olivença mas somos corridos pela populaça aos gritos "mal por mal antes na cadeia que no hospital!". Silly Season é quando um homem quiser e o mundo é governado por perfeitos idiotas.