|| “Nada de novo em cima do planeta Terra”
Dizem que alguns se alambazaram com um milhão de euros. Mas isso agora também não interessa nada, não é?
(Imagem de Caspar Benson via Getty Images/ fStop)
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Dizem que alguns se alambazaram com um milhão de euros. Mas isso agora também não interessa nada, não é?
(Imagem de Caspar Benson via Getty Images/ fStop)
Há por aí uma malta que tem orgasmos múltiplos mal vê uma imagem de uma centena de estudantes concentrados numa rua de Atenas. Se essa malta voltar a ler Platão percebe que a vaselina tem areia.
Tomás Vasques no Hoje Há Conquilhas Amanhã Não Sabemos
Logo a seguir ao 11 de Março de 75 assistiu-se a uma debandada geral dos grandes proprietários para os mais diversos destinos, com o Brasil e a África do Sul à cabeça. Vinham aí os comunistas!
Das propriedades; das fábricas deixadas para trás, todos sabemos a(s) história(s). As casas, moradias e habitações, aos centos deixadas ao abandono nos centros urbanos e nas cidades, foram prontamente ocupadas pelos famélicos e deserdados do Portugal antes de 74. No tempo em que ocupa ainda não se escrevia com K. Alguns de “geração espontânea”, outros, a grande maioria, habilmente manobrados por personagens a que hoje em dia se convencionou chamar de “populistas”. Quando anos mais tarde (não muitos) regressaram, pelas novas perspectivas que se vislumbravam, e porque afinal os comunas antes de “virem aí” já se iam embora, foi o cabo dos trabalhos para as desocupar e entregar aos seus legítimos proprietários.
Vem este escrito a propósito da “nova” direcção do PSD. Parece que regressam agora do Brasil e tratam de devolver os okupas (agora com K) à procedência.
É necessário que alguma coisa mude para que fique tudo na mesma.
(Foto fanada no La Repubblica)
Há mais de 24 horas que o Teatro Rivoli se encontra ocupado por manifestantes que contestam a decisão da Câmara Municipal do Porto de ceder a exploração do espaço à iniciativa privada, com o argumento de que os custos, ultrapassam largamento as receitas, o que torna a situação insustentável.
Numa leitura atenta ao manifesto (www.juntosnorivoli.com), pode-se constatar que a argumentação dos ocupas é, "(...) a defesa de um Teatro Municipal contemporâneo, de vocação multidisciplinar, aberto à inteligência, motor do conhecimento e criatividade, capaz de ajudar o Porto como cidade cosmopolita (...)".
Pergunta inocente, da minha parte: E isso é incompatível com uma gestão privada da coisa?
Resposta, também inocente: É, porque o que aqui está em causa, é o direito de uns quantos auto proclamados criadores, subsidio-dependentes, a usufruírem de um espaço, em principio público para todo o género de representações supostamente culturais.
A Câmara Municipal ou o Estado subsidiam, eles levam à cena, e depois é o normal, meia dúzia de espectadores por apresentação, durante meses ou anos a fio, numa sala duma cidade europeia e cosmopolita.
Ou as pessoas são burras, ou os criadores são uns incompreendidos, porque as salas estão permanentemente às moscas.
Não será preciso ir por essa Europa fora para encontrar exemplos, em que espaços do género, explorados por iniciativa privada, interagem com a comunidade e dão frutos. Nem sequer recorro ao exemplo Lisboa.
No Rivoli existe um excelente restaurante, de exploração privada.
No Rivoli existe um lounge caffé, com dj's e música ao vivo, de exploração privada.
Mas o caricato nesta situação é o facto de Isabel Pires de Lima, Ministra da Cultura, se ter oferecido para servir de mediadora entre os ocupas e Rui Rio. A Mesma ministra que tinha declarado guerra, através do IPPAR, a Rui Rio, aquando do caso túnel de Ceuta, em frente ao Museu Nacional Soares dos Reis!
Não quero interpretar, que Isabel Pires de Lima tem Rui Rio como inimigo de estimação, mas parece-me que todas as ocasiões são propicias à ministra para largar umas farpas.
O PS tem mau perder? Ainda não digeriu a derrota autárquica? Se Fernando Assis fosse presidente da Câmara do Porto as atitudes seriam as mesmas, ou já teríamos assistido à intervenção da Policia para repor a ordem pública?
Seria bom a senhora ministra titular da cultura, não esquecer que faz parte de um governo, em que o ministro das Finanças diz preto no branco que é preciso reduzir custos, e fazer mais com menos, exactamente aquilo a que Rui Rio se propõe no Rivoli.
P. S. - O que é que o Bloco de Esquerda tem a haver com os rastas-tocadores-de-tambor-ocupas do Rivoli? (pergunta minha, também inocente).