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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

||| Ganhar mais com menos

por josé simões, em 04.04.16

 

Wisconsin, 1979. © Kenneth Josephson.jpg

 

 

Chegamos algum dia a saber quem ganhou milhões de escudos dos contribuintes, que o euro por estes dias era regresso ao futuro, a meter manilhas de esgoto por debaixo do alcatrão, em leito de ribeira ou em terreno de cheia, onde era suposto ser construída uma ponte, ou vamos recuperar o anedotário dos fundos comunitários de Cavaco Silva, primeiro-ministro, da época do ganhar mais com menos que havia de preceder a actual do fazer mais com menos?


[Imagem]

 

 

 

 

||| O Verdadeiro Artista

por josé simões, em 07.12.14

 

sapatos palhaço.jpg

 

 

Das obras faraónicas que nunca ninguém viu sair do papel que nunca ninguém viu e com benefícios só para alguns que toda a gente viu, da formação de um técnico camarário por m2 para aeródromo e heliporto na zona centro do país, do preço que foi pago por todos nós, do 'socialismo' que eles gostaram.


"Quantas obras foram realizadas em Portugal durante tantos anos, que nos pareceram quase faraónicas, sem que isso tivesse resultado em benefício de ninguém? Hoje sabemos, feitas as contas, que houve benefícios, mas não foi para todos, foi apenas para alguns. Mas também sabemos que o preço que será pago por isso será pago por todos e esse é o socialismo de que não gostamos"


[Imagem]

 

 

 

 

||| A sonsa

por josé simões, em 02.02.14

 

 

 

No partido com maior circulação de elites dirigentes entre cargos ministeriais e conselhos de gerência e/ ou administração de empresas privadas; no partido de maior circulação de militantes entre a administração do Estado e/ ou empresas públicas e o sector privado; no partido onde o líder, e o seu inner circle, cresceram e engordaram em empresas privadas abrigadas no guarda-sol do Estado e dos fundos comunitários; no partido da promiscuidade entre o Estado e o sector privado, abrimos muito a boca de espanto e fazemos uma grande cara de caso, porque vivíamos todos no mundo da Lua e não percebemos que o ataque cerrado às parcerias público-privadas era manobra de diversão do departamento de agit-prop do partido, concertado com uma comunicação social capturada e acéfala, e mostramos muito receio, fundado receio, por o Governo, que tem em cada gabinete ministerial uma foto emoldurada de Margareth Thatcher, voltar a apostar nas PPP.

 

«Manuela Ferreira Leite alerta para um eventual regresso às PPP, se o Governo insistir em envolver mais os privados no plano de obras públicas que agora se anuncia.»

 

[Imagem de autor desconhecido]

 

 

 

 

 

 

|| Mais do mesmo

por josé simões, em 20.06.12

 

 

 

Podia ser "custos dispararam na construção da estrada xis", "custos disparam na construção da barragem ípsilon", "custos disparam na construção do hospital não sei onde, e que vai ser gerido pelo privado tal", "custos dispararam na construção de um bairro de habitação social em cascos de rolha", e por aí. Sempre na ordem dos 40 e muitos por cento para cima e em benefício da meia dúzia de sempre.

 

Desculpem que mal pergunte…mas onde é que está notícia? A não ser que se acrescente um paragrafo final: E os imbecis, que somos, aceitam desde há 35 anos tudo isto com normalidade democrática [o democrático associado a normalidade compõe e fica bonito] e de boca calada.

 

[Imagem]

 

 

 

 

 

 

 

|| O Posto de Comando da Cova da Moura [Cap. II]

por josé simões, em 21.04.12

 

 

 

Adivinha-se nova série de entrevistas por Judite de Sousa.

 

[O Posto de Comando da Cova da Moura, cap. I]

 

 

 

 

 

 

 

|| Louis-Michel van Loo

por josé simões, em 03.11.10

 

 

 

 

 

Sempre aqui defendi o TGV, o aeroporto em Alcochete e a 3.ª travessia do Tejo, mas há um tempo para tudo e, definitivamente, este tempo de ruptura financeira não é tempo para tudo, é tempo para nada. Como diz o povo, “não há dinheiro não há palhaço”. E é um dado mais ou menos aceite (mais para mais do que mais para menos) por toda a gente de bom senso. Com excepção do PS de José Sócrates, e de José Sócrates himself, que tem um medo terrível de não ficar para a história, de não haver um Louis-Michel van Loo que lhe pinte o retrato.

 

(Imagem)

 

 

 

 

 

 

 

|| O Diabo está nos "peru menores"…

por josé simões, em 06.10.10

 

 

 

 

 

 

«menos de dois anos depois do início das obras, sem derrapagens nos custos»

 

«PSD rejeita comissão para fiscalizar reconstrução pós-temporal na Madeira»

 

(Imagem de autor desconhecido)

 

 

 

 

 

 

 

|| Como diz “o outro”: há muita fraca memória na política e nos políticos…

por josé simões, em 30.04.10

 

 

 

 

Até aqui tudo bem. O problema reside na ganância do lucro e na ausência de regulação e fiscalização pelas entidades competentes, que é como quem diz o Estado. Trocando por miúdos: as grandes construtoras ganham a adjudicação da obra que depois é executada com recurso a empreitadas, desdobradas em subempreitadas e em subsubempreitdas, e que para serem minimamente rentáveis recorrem a mão de obra estrangeira, por mais barata que a nacional, sem contratos de trabalho, com cargas horárias desumanas, sem regalias sociais, e maior parte das vezes imigração ilegal. E este modus operandi teve um “pai”.

 

(Em stereo)

 

(Image from the Tod Browning’s movie ‘The Show’, 1927)

 

 

 

|| Eu vou ali e já venho…

por josé simões, em 14.01.10

 

 

 

Procurar um sítio onde Portugal seja mesmo Portugal:

 

Depois de Gaia transformada na «pequena Londres do Mediterrâneo», Lisboa transformada na «praia de Madrid»

 

Banda sonora do dia: Vamos a la playa oh oh oh

 

(Na imagem os Beatles na piscina (em Portugal?))

 

 

 

|| Os "outsiders"

por josé simões, em 27.06.09

 

 

 

A leitura do manifesto dos “outsiders”, comparativamente com o manifesto das “28 bruxas regimentais”, deve ser feita pelo fim; pelas assinaturas que o subscrevem.

 

O manifesto “das bruxas”, mais do que ser assinado pelos lugares-cativos-do-regime é essencialmente elaborado por personagens da área da Economia, Finanças e sistema bancário. O manifesto dos "outsiders" é elaborado e assinado por gente de áreas tão diversas e díspares como o são a Economia, Sociologia, Universidade, ensino, História, Psicologia, Sociologia, Engenharia e Geografia.

 

São duas concepções radicalmente oposta da sociedade. No manifesto dos "outsiders"  a sociedade numa perspectiva multidisciplinar, uma visão muito mais abrangente e integrada. Nas “bruxas” o capital continua a comandar comanda a vida.

 

Ainda faz sentido falar em Esquerda e Direita.

 

(Imagem de Dorothea Lange via_Museum of Contemporary Photography, Columbia College, Chicago)

 

 

 

 

 

|| Com amigos destes…

por josé simões, em 24.06.09

 

 

 

"Dizer que se fazem as obras e depois deixar as contas para os outros é uma coisa um bocado triste".

 

Saiu-lhe da boca para fora com a “nobre” intenção de entalar Santana Lopes na corrida a Lisboa, sem sequer lhe passar pela cabeça que, ao usar exactamente o mesmo argumento que o PSD de Dona Manuela usa contra o TGV: quem vai pagar são as gerações futuras, estava era a tramar o camarada e líder do partido e primeiro-ministro, José Sócrates.

 

Um bocado triste” é o denominado n.º 2 do PS falar “da boca para fora” sem pensar nas consequências que daí poderão advir. Municiar o “inimigo” é o que é.

 

(Na imagem Harold Lloyd at Hollywood via Bettman/ Corbis)

 

 

 

 

|| As bruxas

por josé simões, em 20.06.09

 

 

 

Desculpem lá a ingenuidade, mas estes 28 crânios não são aqueles que defendem que a recuperação da economia nacional e a competitividade das empresas portuguesas passa por congelar ou até reduzir salários (que não os próprios)?

 

Estes 28 crânios não desempenharam quase todos eles funções governativas nos últimos 35 anos; não estiveram quase todos eles à frente do sistema - com toda a carga pejorativa que o termo “sistema” carrega - bancário português; estes 28 crânios não são todos eles responsáveis pelo desgraçado estado em nos encontramos?

 

Muito mais grave ainda, estes 28 crânios enquanto responsáveis e/ou titulares de cargos, nunca fizeram a ponta de um corno para evitar termos desembocado num beco quase sem saída. Antes pelo contrário, trataram da vidinha e atenderam aos lóbis amigos e amigos do “sistema”.

 

E é de tratar da vidinha que isto trata.

 

Isto é para levar a sério? É. Na medida de que isto é um mau sinal para o futuro de José Sócrates e do Governo PS. Na medida em que quando estas "bruxas" do regime, que têm o dom de adivinhar para que lado vão soprar os ventos, se começam a demarcar quer dizer exactamente que já se estão a posicionar para o que aí vem.

 

Lá diz o povo que quando o barco começa a afundar os primeiros a fugir são os 28, perdão, são os ratos. Verdade verdadinha! E Verdade verdadinha é que está nas mãos do povo tirar “a razão” às bruxas.

 

Adenda: uma resposta que nunca iremos ter é, se os resultados das europeias tivessem sido diferentes este “manifesto” teria visto a luz do dia?

 

 

 

|| Tudo como dantes, Quartel-General em Abrantes

por josé simões, em 07.05.09

 

Resolve nada. A quota até podia ser “zero imigrantes” que ia dar no mesmo.

 

O problema resolve-se atacando as máfias.

A máfia da imigração ilegal.

A máfia dos empreiteiros e subempreiteiros e sub-subempreiteiros que se auto-denominam de “empresários” e que pagam 100 - quando pagam! - e deviam pagar 200, sem contratos, sem descontos, sem segurança social.

 

E isto não tem nada a ver com racismo e xenofobia e o raio que os parta. Tem a ver com humanidade e legalidade.

 

(Imagem fanada no Times)

 

 

 

|| Do desemprego em Cabo Verde e na Ucrânia

por josé simões, em 17.04.09

 

Talvez agora consigam perceber o que Manuela Ferreira Leite quis dizer. A xenofobia e o racismo existem, são reais, mas também têm as costas largas. E a senhora não diz só barbaridades.

 

(Imagem via Archivo Fotografico Fondo Giovanni Bortolotti)

 

Portuguese jobs for portuguese workers (oxalá me engane!)

por josé simões, em 03.02.09

 

Mas a crise que lhes bate à porta é a mesma crise que começa também a bater à nossa. E não vai ser como no poema “batem, batem, levemente…”, aqui vai bater com pancadas fortes, dadas com os punhos cerrados. E também está tudo a contar com o ovo no cu da galinha, que para o caso é o cu do Estado, mais a enxurrada de obras públicas que se avizinha. Ele é auto-estradas, pontes, barragens e aeroporto. Tudo boas intenções, e não estou a ser irónico. E atrás das obras públicas vêm as majors da construção civil, que por sua vez se desdobram em empreitadas e sub-empreitadas e sub-sub-empreitadas, numa estratégia de maximização de lucros e minimização de encargos. É a famosa ganância referida por Obama no discurso inaugural e que fez as delícias de alguns - eu incluído - cá deste lado do Atlântico. E no fim desta cadeia toda, mesmo mesmo cá em baixo, estão os desgraçados que lutam pela vidinha. Pela sua e pela da sua família; na maioria dos casos. Arduamente. Uma enxurrada de imigrantes ilegais, que são os que encaixam na perfeição na estratégia de lucro rápido dos tais ganancioso, e que vai aparecer por aí, oriunda dos mais variados cantos do planeta, dalguns que nem lembra ao Diabo. E vêm ganhar o dobro ou o triplo do que ganham no país de origem porque se assim não fosse não valia a pena ser imigrante. Mas vêm também ganhar pela metade do que ganha um trabalhador português. E nós como não somos melhores que eles, os bifes – antes pelo contrário –, só que não o admitimos é publicamente, nem sequer entre a família, nem sequer nas sondagens (que são à porta fechada); mas como em situações de crise e emergência social o falso pudor costuma ir às urtigas, também mais tarde ou mais cedo – assim comecem as obras – vamos andar na rua a reclamar contra os brasileiros e os cabo-verdianos e os ucranianos e os romenos e sei lá quem mais. E depois vamos ver que afinal a Dona Manuela não era xenófoba. E que se calhar isto vai ficar para a história como a única coisa acertada que disse no seu desgraçado consulado.

 

E o que vai valendo – por enquanto – é que por aqui ninguém passa cartucho àquele sujeito com aspecto de marroquino e com o cérebro um pouco mais pequeno que o do Homer Simpson e que diz que é contra os imigrantes e pela supremacia branca.

 

(Foto encontrada no El  Mundo)

 

Adenda: ler Dominic Lawson no Independent