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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

Gostava de ter escrito isto

por josé simões, em 20.09.16

 

 Para a nossa direita os pobres, grupo social em que estão incluídos todos os que vivem de rendimentos do trabalho e pensões, são um peso, os seus rendimentos são um custo e quanto mais ganham menor será a competitividade das empresas. Os ricos são, por definição, investidores, o seu dinheiro é considerado capital que não deve ser sujeito a impostos.


O consumo dos pobres é um desperdício e quanto menos consumirem melhor para o país, se em vez de serem eles a optar pela poupança e forem os patrões a poupar graças a salários baixos melhor para a economia, as poupanças dos patrões são capital, as dos pobres servem apenas para desperdiçar em bens de consumo. É por isso que, por definição, os pobres consomem sempre acima das suas possibilidades e todas as conquistas sociais desde o tempo da escravatura ou da servidão são um grave prejuízo para a competitividade.


Se um pobre compra um carro em segunda mão está a consumir acima das suas possibilidades, se um rico comprar um luxuoso carro topo de gama está a investir. Se um pobre compra um apartamento com crédito está a contribuir para o endividamento do país estimulando o crescimento de um sector inútil para a economia. Se um rico ou um chinês comprar uma vivenda de luxo, está investindo no país e criando emprego, por isso deve beneficiar de isenções ficais, vistos gold e outras mordomias que lhes sejam úteis.


Um chinês que enriqueceu com a corrupção do regime comunista da Ásia, que parte porque noutro Estado-membro da EU lhe oferecem um visto gold com menos exigências é um investidor que foi perdido pelo país. Quando um quadro altamente qualificado, cuja formação custou ao país centenas de milhares de euros, decide abandonar o país a direita elogia-o porque não foi piegas e partiu em busca da sua zona de conforto, dando uma preciosa ajuda ao ajudar a taxa de desemprego a baixar.


Os patrões, são designados preferencialmente por investidores ou empreendedores, os pobres são mão-de-obra, activos ou, em empresas mais modernaças, conseguem ser tratados por colaboradores, isso até que o presidente do banco decide desligar-lhes o computador e convidá-los a assinar uma rescisão amigável.


Se um pobre se esqueceu de pagar uma conta ao fisco é um malandro que não paga os seus impostos e deve ser perseguido por todos os meios. Se for um rico a recusar-se a pagar um imposto é recebido com tapete vermelho nos gabinetes governamentais e tem ao seu serviço uma equipa de advogados, todos eles ex-secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, que assegurarão que entre truques e cunhas tudo farão para que a dívida prescreva nos corredores dos tribunais. Já para os pobres esses tribunais não existem, para ter direito à decisão de um juiz a dívida deve ser superior a 5.000 euros, o pobre leva com a decisão do chefe do serviço de finanças, come e cala.


Esta abordagem da nossa direita tem mais fundamentos no modelo social do feudalismo do que no capitalismo moderno saído da revolução industrial. O prolongamento durante décadas do colonialismo e de um regime laboral apoiado na PIDE levou a que a nossa direita tivesse mumificado ideologicamente. Neste modelo social de capitalismo feudal o progresso não se mede no bem-estar de toda a nação, mas apenas no nível de enriquecimento e felicidade dos mais ricos. Para a nossa direita os ricos devem ser tratados como senhores feudais capitalistas e todos os outros como plebeus proletários que graças à bondade dos outros já não são nem servos, nem escravos.


Os ricos e os pobres segundo a nossa direita

 

 

 

|| Blogue em papel

por josé simões, em 02.03.10

 

 

 

Que os blogues e o Twitter andam sempre um passo à frente, e por via disso marcam a agenda dos restantes órgãos de comunicação social, já não é novidade para ninguém.

Novidade é o aparecimento nas bancas de um mau blogue editado em papel, de segunda a sábado, domingo não há porque é dia de missa e da família.

 

Adenda: ler «Inspecção das Finanças leu emails de funcionários para tentar detectar fugas de informação»

 

(Sou um leitor de O Jumento que não sabe quem é o dono nem o autor do blogue. Nem estou interessado em saber.)

 

 

 

 

|| Anyone But Barroso

por josé simões, em 16.04.09

 

«E os cidadãos da Europa se opusessem aos cozinhados no Conselho Europeu e impedissem a recondução de Durão Barroso?»

 

Eu vou assinar a petição “Anyone But Barroso”

 

(Via O Jumento)

 

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A Nobreza republicana – apêndice

por josé simões, em 02.10.08

 

Agora que se aproxima o centenário da implantação da República, é moralizador saber que já somosdois a brandir espadas contra o novo sangue azul.

 

Puta sabida, algo me diz que o contra-ataque deve estar a ser delineado. É que não é uma qualquer nobreza pé-descalço; é a nobreza de Lisboa (se bem que alguns sejam “importados”). É que tal qual há cem anos, Portugal é Lisboa e o resto é paisagem.

 

«E toda a gente sabe como morar em Lisboa é essencial para se ter acesso à rede de amiguismo e cumplicidades, perdão, é essencial ao processo criativo»

 

Adenda: Leitura complementaraqui.

 

(Imagem via Mary Evans Picture Library)

 

 

 

Um monopólio muito "peculiar"

por josé simões, em 16.09.08

 

Depois de ler n' O Jumento um post intitulado As Explicações do Presidente da Galp, lembrei-me que na altura, as "explicações" além de não me convencerem minimamente, deixaram-me desconfiado da honestidade das mesmas.

 

Principalmente aquela parte em que o senhor diz que apesar da Galp deter o monopólio das duas únicas refinarias existentes em Portugal, isso não tem a mínima influência no preço final do combustível, porque a Galp recebe combustíveis de vários fornecedores (!!!).

Que por acaso – digo eu – e só por acaso, continuam a baixar o preço do combustível que a Galp compra...

Mas isso sou eu, que não percebo nada de economia, a falar.

 

 

 

 

Ler os outros

por josé simões, em 23.05.08

 

E eles pimba; por José Teófilo Duarte no Blogoperatório

 

O Avante não defende os ditadores birmaneses, mas; no O Jumento

 

Poluições; por João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos

 

Ordem Espontânea; por Miguel Madeira no Vento Sueste

 

(Foto de Bruno Roels)

 

 

 

Ler os outros

por josé simões, em 29.01.08
Escolher fumar… sem ter de comprar cigarro!; no O Insurgente
 
A Flexisegurança à portuguesa; no O Jumento
 
A maior parte da corrupção da política não é, por enquanto, corrupção criminal; no Sobre O Tempo que Passa