"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Nem o PCP faz o trabalho que a oposição – PSD e CDS, não sabem fazer; Nem o Bloco de Esquerda faz o trabalho que a oposição – PSD e o CDS, não sabem fazer; Nem na Fenprof e no comissário Nogueira já se pode confiar para esse efeito.
Os liberais de pacotilha, sem coragem para fundar um partido político de raiz para se apresentarem a votos a dizer preto no branco ao que vêm, fazendo fé na iliteracia política dos portugueses, tomaram o PSD de assalto por dentro com tretas do "fazer mais com menos", "desengordurar o Estado", "viver acima das nossas possibilidades", a "excelência da gestão privada" e as falinhas mansas da "social-democracia, sempre!". Agora, na segunda etapa para a consolidação, insurgem-se – de Insurgente, contra as vozes que se começam a fazer ouvir contra o logro e contra o desvio à matriz fundadora do partido. É tudo socialismo, é tudo socialista e, a próxima vítima, a seguir a Pacheco Pereira, do processo de intenções por delito de opinião que um próximo 'his master's voice' [Duarte Marques? Hugo Soares?] da Stasi situacionista-liberal há-de um destes dias propor vai ser o socialista José Eduardo Martins.
Vivemos num país livre e numa democracia, pelo menos na forma, e cada um é livre de dizer e de escrever as barbaridades que lhe aprouver e, os mais inteligentes de entre os bárbaros, até o fazem a coberto do chamado "sentido de humor" como precaução e para evitar cair no ridículo, mas há sempre rabos que ficam de fora, não é defeito é feitio, como diz o povo, "é a raça deles", e se não é com vinagre que se apanham moscas podemos sempre seguir-lhes o rasto pelas cagadelas deixadas na superfícies das coisas: 40 anos depois do 25 de Abril a direita herdeira de Salazar e do Estado Novo do Minho a Timor continua ressabiada com a descolonização e com a entrega do Ultramar aos turras e aos comunas: "Ministro da Defesa e do fim do Ultramar", a sério?!
"Adeus Guiné tenho já o dever cumprido, não estou arreprendido, de por ti lutar. Adeus Guiné serás sempre Portugal".
E o Correio da Manhã, o Público e o i porque as jornalistas na redacção estavam menstruadas, ao passo que o A Bola, o Record e o O Jogo porque o Benfica jogava para a Liga Europa com o Bordéus.
Continua a haver espaço na blogosfera para todos os palermas que saibam conjugar um verbo no presente do indicativo.
Um desgraçado com um historial clínico de doenças mentais atacou Sílvio Berlusconi e logo passou a " culto da barbárie" pelo facto de um energúmeno qualquer ter criado uma página no Facebook com o seu nome e que em poucas horas ganhou para cima de 40 mil fans.
Eu até tinha acordado mal disposto por causa do tempo, e isso, mas depois de um zapping pela blogocoisa o meu humor sofreu uma alteração de 180º.
No dia 30 de Outubro de 1938 Orson Welles avisou que ia ser uma dramatização mas ninguém o ouviu, e foi necessário interromper a transmissão para que a CBS repetisse que o programa de rádio era isso mesmo…um programa de rádio.
No dia 1 de Fevereiro de 2009 vai ser necessário interromper alguma coisa para chamar alguns à realidade? Parece que já os estou a ouvir: “nas próximas já não leva o meu voto!”
(Ainda fiquei indeciso entre A Guerra dos Mundos e A Alma Simples (Kipps) do mesmo H. G. Wells, e que saiu em Portugal pela Portugália Editora)
Um determinado produtor resolve baixar o preço a determinado produto. Não porque «tem melhor produtividade que os colegas de cartel» mas porque «tem maior facilidade em gerar sinergias com outros produtos que lhe compensam essa baixa de preço». A médio prazo toda a restante concorrência vai à falência e pura e simplesmente desaparece do mercado. Depois, como por artes mágicas, o alegado causador do dumping, como está só no mercado com um produto de grande procura, fica de mãos livres para subir o preço a seu bel-prazer. Para preços de mercado ainda mais elevados que os que anteriormente eram praticados pelos outros, os que faliram.
Não percebo nada de economia, mas há qualquer coisa mal contada nesta teoria.
Via Atlântico tomei conhecimento de que o O Insurgente foi tomado de assalto. Vamos lá por partes. Como “puta batida” desconfio da coisa. Cheira-me mais a manobra de propaganda. Aquilo não é conversa de esquerdalho nem de okupa. Aquilo é parlapiêt de direita; como a direita pensa que a esquerda raciocina e escreve. Mas, partindo do princípio que é mesmo verdade, sou eu próprio tomado de assalto por um sentimento ambíguo.
O primeiro sentimento. É um enorme sentimento de alegria e satisfação. Sim, sim, não escondo o meu passado de insurgente, no outro lado da barricada. Aliás, não tenho problemas nenhuns com isso. Para mim o O Insurgente é assim como uma espécie de PC ao contrário. As duas faces da mesma moeda. É rara a visita em que não venha de lá “que nem uma barata”. Os gajos são mesmos reaccionários. O PC do avesso. O Jerónimo de fato Armani.
O segundo sentimento. Isto é mau. Muito mau. Putos; façam como eu; refinem a subversão e deixem-se de golpes baixos. Eu sei que estão a curtir à brava, mas não sejam Okupas por muito mais tempo. Deixem passar o terceiro aniversário da espelunca, e libertem a casa. Afinal todos temos direito a dizer o que nos vai na alma. É uma das regras do jogo democrático. Mesmo que sejam das maiores barbaridades reaccionárias, como é o caso no O Insurgente.
E agora que já escrevi O Insurgente mais vezes do que alguma vez possa ter imaginado, dou por finda a prédica com um: Abaixo o Hayerk! Abaixo o Ron Paul! Abaixo o O Insurgente!
(Vou guardar religiosamente o manifesto Okupa, mas, continuo desconfiado de que tudo isto não é mais do que uma manobra dos insurgentes…)
Sobre o escrito por Luís Silva no blogue O Insurgente, a que cheguei via Atlântico; eu que conhecia aqueles terrenos como as palmas das minhas mãos; eu que na minha infância brinquei naqueles descampados da Bela Vista, antes de serem “a Bela Vista”, eu que fui “inaugurar” a primeira Escola Secundária da Bela Vista antes de ser “a Escola da Bela Vista”, apraz-me escrever o seguinte:
- O bairro da Bela Vista foi um erro colossal de danos incalculáveis numa zona que-poderia-ser-nobre da cidade, pela sua situação geográfica. A todos os níveis. Começando pelo arquitectónico – e todos sabemos como o “embrulho” ajuda – ao mais grave de todos: o social.
Quando foi construído (“com o dinheiro de todos os contribuintes” LS dixit, e é verdade), o bairro da Bela Vista veio, ao princípio, solucionar um problema grave na cidade: o bairro da lata. O que se fez então foi, o que mais tarde se viria a fazer com os centros comerciais: juntar num mesmo espaço mercearias, cafés e prontos-a-vestir que antes estavam espalhados pela cidade; para o caso juntar as barracas que haviam espalhadas pela cidade. Famílias de etnia cigana, imigrantes provenientes dos PALOP, e emigrantes chegados à cidade com a vaga da industrialização da Península de Setúbal.
Aqui chegados podíamos esmiuçar as razões por detrás dos diversos bairros de lata. Culturais e económicas. Fica para outra, porque isto é um post num blogue.
Numa coisa estou de acordo com Luís Silva: quem quer casa que a alugue ou que a compre. Como milhões de portugueses – onde me incluo – fizeram, e que bem me esfalfo todos os meses para a pagar.
E fiscalizações activas das Câmaras para prevenir o nascimento de mais bairros de lata, como os que estão a surgir novamente em vários pontos de Setúbal. A história vai-se repetir. É uma pescadinha de rabo-na-boca…
Mas o que não pode nem deve ser ignorado é que a Bela Vista começou a “dar problemas” de há dez / quinze anos a esta parte, mais coisa menos coisa. Os ciganos, tirando os “acertos” entre famílias, nunca causaram danos de maior; as coisas foram sempre “entre eles”. Temos assim que o problema está localizado: “os pretos” e a "minoria branca" do bairro. Estes últimos, descendentes do lumpen proletariado deserdado da industrialização, e, incrívelmente absorvidos e diluídos pela "cultura negra".
Os primeiros habitantes da Bela Vista eram / são todos trabalhadores honrados e honestos, como gostam de dizer; e é verdade. De baixa escolaridade, de baixas qualificações profissionais, mas trabalhadores orgulhosos do que fazem, e onde a grande maioria se esfarrapa todos os santos dias, para levar para casa no final do mês salários inferiores a 700 euros.
E têm vergonha do que por lá acontece. E ter vergonha do que por lá acontece means ter vergonha dos próprios filhos e dos próprios netos! E aqui é que está o busílis da questão. O que é que falhou aqui. E enquanto não for feito o diagnóstico da falha a história vai ser Never Ending Storie. Que o diga Sarkozy com Paris a arder; esperemos pela nossa vez de ver Lisboa e Setúbal em chamas.
- Compreendo perfeitamente que o comum do setubalense possa falar nas ruas, nos autocarros, nos cafés, nas colectividades, da maneira como Luís Silva escreve n’O Insurgente. Mas isso é o cidadão comum. Não é alguém com a responsabilidade de escrever num blogue como O Insurgente. Isto é populismo e demagogia. Daquela mazinha; que leva invariavelmente ao racismo e à xenofobia. Que pode por exemplo, incendiar.
Rita Vaz, líder da Juventude Nazi, perdão, Juventude Nacionalista, a propósito da operação levada a cabo ontem pela Direcção Geral de Combate ao Banditismo e que levou à detenção de 27 pessoas ligadas à extrema-direita, manifesta esperança que a reunião nazi-fascista, perdão, nacionalista, agendada para o próximo sábado se venha a concretizar. Lembra a Ritinha que, os partidos nazi-fascista, perdão, nacionalistas, na Europa «são alvo de constantes perseguições policiais».
Interessante ponto de vista sobre as perseguições – policiais para o caso – vinda daqueles que apregoam o ódio e a morte; que perseguem em bando transeuntes pretos no Bairro Alto e os pontapeiam até à morte; que ameaçam o Gato Fedorento e as suas famílias por uma acção de humor (a este propósito ler Contra o Fanatismo de Amos Oz e a incapacidade do fanático se rir dele próprio); que profanam cemitérios judaicos em França e na Alemanha, que utilizam um espectáculo lúdico e de família – o futebol – para, e através das claques, semear o ódio e a violência.
Li e registei. Para memória futura.
Post-Scriptum: A este propósito das direitas, extremas-direitas, liberdades, democracias, perseguições e o coiso e tal; proponho-vos um exercício simples de fazer. Seleccionemos um blog, dos mais linkados na blogosfera, O Insurgente http://www.oinsurgente.org/. Assumidamente de Direita, defensores do liberalismo, iniciativa privada, liberdade e democracia, menos Estado na vida dos cidadãos, tolerância e por aí.
Todas as semanas no O Insurgente há um blogue em destaque. Há umas semanas atrás o destacado era o Observatório da Jihad, que entre outros mimos contêm este:
Esta chamada é especialmente para aqueles que se Insurgiram contra um post meu, em que classificava a direita do PREC de trauliteira e caceteira, intolerante e desrespeitadora das liberdades, tanto ou mais que a esquerda – A Geração de Paulo Portas. Era e continua a ser.