"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Minions do "partido que não é putinista" nas redes a elogiarem o sentido de Estado do neo-fascista Órban, a toupeira de Putin na União Europeia, por afirmar que a guerra foi despoletada pela aproximação da NATO e da UE à fronteira russa, de uma assentada metendo no bolso detrás das calças o famoso "direito dos povos à auto-determinação e independência", na Constituição que tanto exigem ser cumprida, ou o direito de integrarem ou não blocos e alianças que muito bem entenderem, na famosa Acta de Helsínquia, sempre invocada pelos candidatos à Presidência da República e ao Parlamento Europeu, onde foi metida por Brejnev como defesa no tempo em que a fronteira da Rússia URSS ficava em Berlim.
De onde mais menos se espera sai um Jacques Doriot.
Speaking on #IDAHOBIT, Secretary General @jensstoltenberg said that NATO's mission extends beyond protecting territories to safeguarding our diverse populations
António Costa hasteou a bandeira arco-íris na residência oficial do primeiro-ministro e o Parlamento, como não se entendeu por causa de um bando de grunhos e pela cobardia do PSD, a pensar que assim rouba os votos que estão do lado dos grunhos, optou por iluminar a fachada. E logo os analistas-comentadeiros, escribas no Observador e com avença nos canais de televisão, os que fabricam o personagem Ventas e o levam ao ao colo até ao cimo do top of the pops, vieram falar nos brindes que se estavam a dar ao Chaga com esta atitude a de assinalar o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bisfobia. Depois veio a NATO, uma organização militar, de gajos e gajas de barba rija. Onde é que já se viu tamanha distribuição de prendas? Até parece que estamos no Natal.
Aos 133 dias, ou dezanove semanas, ou 3 191 horas de um impasse que era uma "operação especial" para durar 3 dias como o Carnaval, ainda mais rápido que a Blitzkrieg boche, num instante em Kyiv, um fantoche instalado no Palácio de Mariyinsky e ala para Moscovo que se faz tarde, Putin desafia o Ocidente, ler NATO, a derrotar a Rússia no campo de batalha. A NATO, que ainda não disparou uma bala, mexeu um tanque, perdeu sequer um homem em combate, e que está há 133 dias, ou dezanove semanas, ou 3 191 horas a assistir ao definhar do fantabulástico exército russo, o das histórias que o infante Vladimir Vladimirovitch ouvia sentado no joelho do avô Spiridon, na caminhada triunfal até ao hastear da bandeira no alto do Reichstag.
Depois de descobrirmos, por causa de uma guerra, que metade da Europa dependente do gás e petróleo russos, vamos descobrir, fazendo votos que não seja também por uma guerra, que temos toda a produção deslocalizada.
O figurão que a Europa faz ao nível ambiental, no cumprimento das metas de descarbonização e na redução do consumo de plástico, para atirar à cara e fazer exigências aos outros, quando tem toda a produção instalada na China e no sudeste asiático. Maravilhas da globalização, que elevou os miseráveis asiáticos até ao nível dos pobres ocidentais.
Democracia é desde que seja contra os 'amaricanos', mesmo nos sítios mais esdrúxulos como a Venezuela, Cuba, China e aquele sítio que não se sabe se é ou não é, a Coreia do Norte; autodeterminação e independência é desde que seja contra o imperialismo 'amaricano', sionista ou outro ista qualquer, tipo no Saara Ocidental ou na Palestina, ou no Afeganistão depois dos soviéticos terem sido derrotados se terem ido embora, todos os outros amocham porque está escrito na Acta que devem amochar. Democracia é quando o PCP decidir que é.
Mupis e outdoors de Moscovo começam a ser preenchidos com posters a identificar a Suécia como um país de nazis. "Desnazificar" a Suécia é a próxima "operação militar especial"?
A imagem de um pelotão no campo militar de Santa Margarida, a correr em formatura no meio da lama, de arma apontada, para António Costa ver, pela irracionalidade e nonsense, é absolutamente estúpida e dá mau nome a uma tropa, em princípio a elite que vai partir para a Roménia em missão NATO . Parece que voltámos ao tempo das guerras napoleónicas.
E, de repente, o número 3 do artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa é mandado às malvas, por quem desde sempre a traz no bolso, qual livrinho vermelho de Mao, e a brande bem alto em todas as ocasiões, com o argumento de não afrontar o "espaço vital" de uma potência autocrática - Rússia, que se vê atacada e ameaçada pelas decisões soberanas de um país - Ucrânia, que se deve abster de o ser, e se calhar até pedir desculpa por existir, e da expansão de uma organização militar - NATO, e de outra político-económica - União Europeia, que, para o bem e para o mal, são até à data o cimento e a garantia de maior período de paz e prosperidade no continente.
A questão que deve ser colocada é: por que razão ou razões todos os países saídos do ex Bloco de Leste ou das ex repúblicas soviéticas têm como objectivo primeiro sair da órbita da Rússia e abrigarem-se debaixo do guarda-chuva da NATO e da União Europeia?
Pessoas que nasceram e cresceram numa Europa de paz, prosperidade, liberdade e democracia, só possível por causa da União Europeia e da NATO, e que investem a sua qualidade de vida vida a invectivar a UE e a NATO e a tecer loas a Putin, e outros democratas do mesmo calibre.
«Carabinieri seized photographs of Hitler, swastikas and a book listing Jewish surnames during coordinated raids on Monday on the homes of 12 alleged members of the Roman Aryan Order, a Nazi-inspired white supremacist group. One of the accused was voted the winner of an online Miss Hitler beauty pageant in 2019, calling herself Miss Eva Braun.
The investigation began in 2019, as part of a wider probe into white supremacist and far-right movements. Police said in a statement that this group was “dedicated to publishing racist and discriminatory, Nazi-inspired, anti-Semitic and Holocaust-denying content, videos and images on social media.»
Trump pergunta a Macron na Cimeira da NATO se não quer de volta os terroristas do ISIS, paridos e criados pela guerra que os 'amaricanos' inventaram no Iraque com o objectivo oficial de espalhar a democracia ao redor, em efeito dominó, e que nos deu de bónus vagas infindáveis de milhares de refugiados, já descontando os outros milhares que se ficam pelo Mediterrâneo, mar, e o pessoal ri-se muito, os presentes na audiência e os presentes em casa, com a incapacidade de resposta rápida do candidato a Napoleão para o século XXI. Do que é que nos queixamos concretamente?
De um lado Trump, do outro Putin, do outro Erdogan, pelo meio o Brexit e os novos fascismos que, aqui e ali, vão nascendo na Europa, em Itália, na Polónia, na Hungria de Órban, com assento no Parlamento Europeu na mesma bancada do PSD e do CDS, a do PPE. E estamos entregues a isto...
"Li sobre isso nos últimos dois dias. Tenho lá muitas propriedades, ganhei as eleições por muito, os britânicos gostam muito de mim, enfim, ganhei um estado que o Reagan não ganhou. E é isso que acho do Brexit."