"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Sair de casa para a porta da Assembleia da República no dia de tolerância de ponto a seguir ao Natal, qual sem-abrigo ou deserdado pela família, para vir elencar para as televisões a educação [um processo em evolução desde 1975], o combate à pobreza [secretário de Estado do Governo que mais pobres criou em 50 anos de democracia] e o emprego [do Governo que mais falências fomentou e mais emigrantes patrocinou desde os anos 60 do séc. XX] como uma boa herança do Governo da direita radical PSD/ CDS que integrou, ou é um brincalhão ou se faz de tolinho ou ambas.
Associar a precariedade à pobreza é uma posição ideológica. José Gomes Ferreira comenta a comunicação de Natal de António Costa, primeiro-ministro, na televisão do militante nº1 – SIC Notícias.
Almoços de Natal para sem-abrigo aos dias 11 e 18 de Dezembro para depois passarem a véspera e o dia sozinhos, no aconchego do cartão nas montras e vãos de escadas das lojas de marca, com rebajas preparadas para logo a seguir às trocas do que não acertou no sapatinho.
Já cumprimos [cumpriram] a parte que lhes cabe no voluntariado, já fizemos [fizeram] a boa acção da quadra, já limpámos [limparam] a consciência, o Natal pode ser aquilo que sempre foi, um hino ao consumismo no aconchego do lar, para o ano há mais.
Natal é quando um homem quiser, duas semanas antes está muito bem, "para quem é bacalhau basta", vox pop.