"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Jogava-se um CCCP – Portugal de apuramento para o Europeu de 84 e vi uma sala inteirinha cheia de “camaradas” nascidos e criados em Setúbal, portugueses de gerações a perder nos tempos, desde que pelo menos Fernão Mendes Pinto aqui começou a sua Peregrinação, defensores da Democracia e dos ideais de Abril e do Controlo Operário e da Reforma Agrária e das “amplas liberdades democráticas” e contra o Fascismo e contra as injustiças e de autocolante ao peito e por aí, saltarem das cadeiras como se molas tivessem debaixo do rabo a gritar "gooolooooo!" de cada vez que Manuel Galrinho Bento foi buscar o esférico aos fundos da baliza. E foram 5 as vezes que saltaram e gritaram e vibraram sem contar com os ameaços das bolas a rasar os postes e as traves.
“Grupo da Morte”?! Não me lixem! (com F grande). Estão é todos borrados de medo e já entrámos a perder ainda falta mais de 6 meses para o primeiro jogo, essa é que é essa. Mais valia ficarem todos em Vila Moura a beber caipirinhas no Bar do China e a seguir os jogos pela televisão, nos intervalos das fotos para a Caras e para a Gente, que é o que fazem melhor.
Na África do Sul havia um Cabo das Tormentas e não foi por causa dum grupo de portugueses borrados de medo que se passou a chamar Cabo da Boa Esperança.
(Na imagem Painel do Salão Nobre da Assembleia da República representando Bartolomeu Dias dobrando o Cabo das Tormentas)
Queremos estar entre os melhores, queremos ser campeões da Europa, campeões do Mundo, campeões do Mundo e arredores, mas estamos sempre a tentar fugir do confronto com os cabeças-de-série como os suíços fogem dos minaretes: