"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Ana Gomes, que entre Abril de 1974 e Janeiro de 1976 estava no MRPP ao lado de Durão Barroso [na imagem] diz no Twitter que "Celebrar o #25Novembro [ocorrido em 1975] é também celebrar o #25Abril. Diz quem, como eu, o viveu activamente. Ao lado do @psocialista de Mário Soares. @padaoesilva [Pedro Adão e Silva] ainda nem gatinharia, mas não devia distorcer a História. Aquele dia não dividiu: de facto uniu todos os que queriam #Democracia."
O MRPP bom, excluindo o MRPP que deu Durão Barroso a Portugal e à Europa, foi o MRPP que, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa e do CDS, apoiou a primeira candidatura de Ramalho Eanes à Presidência da República, nada comparado com o MRPP mau que declara apoio a Sampaio da Nóvoa e que faz a amnésia e a desonestidade intelectual da nova direita que não apoia Marcelo Rebelo de Sousa cata-vento mas que vota Marcelo Rebelo de Sousa eu-não-disse-o-que-disse.
Explicado às criancinhas e a outros analfabetos, com um mural do MRPP do "dia 26 de Novembro de 1975".
A transição dos fiéis escudeiros de Mao, o maior genocída da história da humanidade [ao pé dele Pol Pot era um menino escuteiro], para a democracia, directamente, "sem passar pela casa de partida" e sem que na consciência lhes pese a cúmplicidade, sempre prontos a adjectivar todos os que pensam de modo diferente de "socialistas", "estalinistas" [oh ironia!] e, crime grave, de "keynesianos"; os actores políticos em lugares chave da governação, departamentos de Estado e instituições públicas, empresas públicas e empresas privadas, o que realmente importa reter está aqui tudo condensado.
A verdadeira homenagem a fazer no dia 25 de Novembro não é a homenagem a Ramalho Eanes e a Jaime 'Busca! Busca! Ataca! Ataca!' Neves, não. A homenagem a fazer no dia 25 de Novembro é a Arnaldo Matos, o grande educador do neo-liberalismo. Já merecia medalha ou comenda no Dia da Raça.
A FuckItAll descobriu o Botas. Não “o Botas”; aquele; o tal da cadeira de lona igual à que eu tenho na varanda e de quem me lembro sempre antes de me sentar.
A FuckItAll descobriu o meu amigo (à época) alferes Botas; numa sessão de esclarecimento do MFA.
E veio-me à memória os tempos de 1975/ 76 em que eu puto, e o outro Botas puto, o irmão mais novo do alferes; o que era militante da UEC; praticávamos um desporto em que há muito havíamos ultrapassado os mínimos olímpicos.
Consistia esse desporto – e após 30 anos vou fazer uma confissão pública – em roubar as bandeiras que o MRPP hasteava todos os dias na sua sede na Av. 5 de Outubro em Setúbal; ali mesmo por cima do Farelo.
Era um desporto fácil de praticar. Eles hasteavam de dia e nos roubávamos à noite. Simples. Dezenas delas.
Há dias cruzei-me de carro com o alferes do PREC. Não deu para falar; só umas buzinadelas e um aceno.
O que é feito do Botas mais novo? Ainda tens as bandeiras; pá?