"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Faz um ano em Abril quando o soviético António Filipe se chegou à frente com aUcrânia como Goa e Zelensky como Salazar, "fff, sem querer fazer uma comparação que possa ser mal interpretada, eheh", hoje o russo Lavrov compara a invasão russa da Ucrânia com guerra em Angola, quando a URSS apoiou o MPLA, "fff, a ideia é mesmo a interpretação que a comparação possa ter, eheh", a Ucrânia como parte integrante da Rússia, o não reconhecimento à sua identidade própria e independência, de Vladivostok a Lisboa, a mãe dos povos, o imperialismo bom.
Diz a filha mais nova que encontra em Portugal muito preconceito, que é, na novilíngua, a palavra equivalente a racismo. Entrou num shopping [e só uma angolana vir a Portugal e a referência ser o entrar num shopping só por si ser todo um programa] e eram os africanos que estavam a servir à mesa, que estavam nas cozinhas, algumas mulheres a dobrar roupa nas lojas. E foi ao almoço, tivesse ido de madrugada e via os africanos a varrer e lavar o chão, a limpar as casas de banho. Podia ter dito que chega a Portugal e vê Anselmo Ralph júri de um concurso líder no prime time da televisão generalista, que vê Matias Damásio encher festivais de Verão, ambos, Anselmo e Matias, no top of the pops, a vender em Portugal mais do que vendem em Angola, mais pop stars aqui do que lá, mas não disse. Disse antes que quando chega a Angola e vai para o shopping os portugueses que vê são donos das lojas, são os membros do conselho de administração e pergunta, em jeito de lamento, a razão para que quando se vai a África e se vê um português, em qualquer situação ele está numa situação de vantagem, ou de igualdade na pior das hipóteses, e quando se vem a Portugal e se vê um africano ele está sempre numa posição de desvantagem. E com isto disse tudo sobre os 38 anos da cleptocracia e do regime corrupto do senhor seu pai, e de que ela é directa e dilecta benifeciária, de uma elite multimilionária e em ponte aérea para as as compras nas lojas de luxo da Avenida da Liberdade na antiga capital do império, contra o investimento zero em saúde e educação, contra o investiomento zero em habitação en segurança social, muito abaixo dos idos do colonialismo, que ainda assim formou os líderes dos movimentos de libertação. A menos que a filha mais nova pensasse que só por ser angolano, ex-colónia, PALOP, país irmão, a mesma língua, blah-blah-blah, sem formação lhe dava direito a cargo em administração de empresa, responsável por shopping, director de banco e não mais que empregado de limpeza ou pedreiro em obra alimentada por mão-de-obra clandestina.
Uma associação de malfeitores, que está à frente dos destinos de Angola há quase tanto tempo quanto o tempo que durou a guerra de libertação do colonialismo português, condenou, num julgamento político, 17 concidadãos a uma pena de prisão pelo crime de ousarem pensar pela sua própria cabeça e de o dizerem e partilharem com outros seus semelhantes. O que já foi um movimento de luta contra a opressão e a injustiça – o MPLA, transformado naquilo contra o que sempre lutou e que esteve na génese da sua criação.
Neocolonialismo: Quando o herói da luta contra a opressão colonial e pela independência se torna ele próprio no algoz dos seus compatriotas de forma ainda mais violenta e cruel que a ex-potência colonial que invoca para justificar a opressão que exerce sobre o seu próprio povo.
Eu sou pela liberdade de expressão, mas... Eu sou pela liberdade de manifestação, mas... Eu sou pela liberdade de reunião, mas...
Eu sou pela liberdade de associação, mas... Eu sou pelos direitos humanos, mas... Eu até sofro pelos que sofrem por causa dos actos irresponsáveis e irreflectidos dos outros.
«Haja pudor e decência», pediu Portas, criticando os que, este domingo, vão receber o presidente de Angola como se fosse um democrata, [...] e não dirigisse um país onde os dirigentes gozam de opulência, luxo e riqueza enquanto o povo está entregue à fome e à miséria».
«Esta Repartição vem através desta, convocar a todos os professores e alunos desta escola a fazerem parte de uma marcha em apoio a candidatura de José Eduardo dos Santos a presidente da República nas eleições de 2012, no dia 23 do mês de Junho do ano em curso pelas 07 horas no campo do SATEC.
OBS: Ausência dos professores e alunos, aplicar-se-á sanções disciplinares de acordo a lei em vigor»
Desculpem que mal pergunte mas o MPLA, nos intervalos de receber Jerónimo de Sousa e o PCP, tem assento na Internacional Socialista, certo?
Lembrei-me disto depois de ontem ter visto João Soares, brother in arms do carniceiro-racista Jonas Savimbi, todo empertigado no telejornal da SIC ‘Mário Crespo’ Notícias com os negócios da filha de José Eduardo dos Santos em Portugal e com os anos que o dito leva no poder.