"Marxismo cultural" ou sexta-feira à noite na televisão do militante número 1
"Marxismo cultural" ou sexta-feira à noite na televisão do militante número 1.
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"Marxismo cultural" ou sexta-feira à noite na televisão do militante número 1.
[Imagem de autor desconhecido]
Uma corja saudosa de um tempo que não viveu - Portugal orgulhosamente só e ausência de qualquer liberdade que não a do regime suprimir a dos cidadãos, organiza um arraial debaixo da lona "Europa e Liberdade". Engana quem quiser ser enganado.
Circulam pelas redes os memes do Ilusão Liberal com os ministros de Guterres que transitaram para o Governo de Sócrates para depois transitarem para o Governo de António Costa, uma corja, prontamente papagueados pelos comentadeiros-cartilheiros de serviço nas televisões, antes do fenómeno "redes sociais" denominados opinion makers, e depois citados sem citação pelos pivôs em todas as televisões: a escumalha socialista que meteu o país no buraco, bandidos. Todos. Todos menos um, o bonzo Luís Amado, para todos os efeitos e para o efeito reunião da extrema-direita - Movimento Europa e Liberdade, como "militante socialista". Caído do céu. Sem cadastro. Ainda não há muito tempo a isto chamava-se "idiota útil".
[Imagem de autor desconhecido]
Antes do almoço:
"David Justino, vice-presidente do PSD, não iria à convenção promovida pelo Movimento Europa e Liberdade, da próxima semana, em que participa o Chega. “Só não sei porque não convidam o PNR, já agora! Também era bem-vindo, pelos vistos”, diz, na entrevista PÚBLICO- Rádio Renascença."
Depois do almoço:
"Mas se é verdade que o primeiro-ministro construiu a tal cerca sanitária em torno da direita, temos a direita que não consegue construir uma cerca sanitária em torno da extrema-direita. Logo, e provavelmente, o que António Costa fez foi de alguma sensatez.
Como coligar-se à extrema-direita?
E acha que é isso que passa para as pessoas?
[...]
Falemos então de Suzana Garcia, candidata à Câmara da Amadora.
[Link na imagem]
A questão não é o que faz Sérgio Sousa Pinto nos "estados gerais" da direita dita democrática que legitima a extrema-direita a dizer meia-dúzia de baboseiras sobre a "esquerda democrática" a "extrema-esquerda" o "socialismo democrático" blah-blah-blah Mário Soares e o caralho, a questão é porque é que foi Sérgio Sousa Pinto o convidado para abrilhantar o evento.
[Imagem de autor desconhecido]
A direita dita democrática, e cada vez faz mais sentido colocar o dita à frente de democrática, deu o passo que faltava: legitimar a extrema direita. E não é a direita trambiqueira do dia-a-dia do debate político, que também aparece em cartaz na 3.ª Convenção do Movimento Europa e Liberdade, é a direita da cultura e da academia que dá a cara. Nomes como Miguel Poiates Maduro, Francisco José Viegas, António Nogueira Leite, José Adelino Maltez ao lado de André Ventura e Jaime Nogueira Pinto.
E depois o case study Sérgio Sousa Pinto, em tempos de blogues e início de redes sociais com estatuto de next bih thing do PS, e que nos últimos tempos se notabilizou na primeira linha do combate à "Geringonça", no painel de debate "A intolerância cultural e a ditadura do politicamente correcto", encerrado pelo líder do Chaga, exímio em destilar ódio contra minorias étnicas e culturas diversas. O raciocínio de Sérgio Sousa Pinto, sempre com a boca cheia de Mário Soares, quase quase quase, falta-lhe dar esse passo, a reclamar ser o guardião do seu legado político, é que se o então fundador e líder do PS trouxe o CDS para o "arco da governação", também o actual PS pode fazer o mesmo com o Chaga, ignorando que com o fascismo não se debate, combate-se.
Mais fascismo menos fascismo o ponto de vista é simples: se o programa económico do Chaga e da Ilusão Liberal, semântica e léxico à parte, mais ponto menos vírgula, é exactamente o mesmo - privatizar, privatizar, privatizar, desmantelar o Estado e o estado social em benefício de interesses privados, se não vamos [vão] lá pela boa educação e discurso elaborado, vamos [vão] pelo discurso primário do Chaga, mais mobilizador do eleitorado. Os fins justificam os meios.
[O título do post foi o que li da primeira vez que vi o flyer, e não deve andar muito longe disso.]