"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Verdade universal, do senso comum e da óptica do utilizador, quando se reduz o caudal da água as pessoas deixam a torneira aberta o dobro do tempo para compensar. Ainda para mais em edifícios públicos, "é o Estado que paga", "cambada de ladrões", "é só encher o cu". Não aprenderam nada com a redução da capacidade dos autoclismos e as pessoas a fazerem duas descargas. Nunca mais chove, essa é que é essa.
"Não ganhamos nada em criar conflitos". A menos que seja com os médicos, ou com os enfermeiros, ou com os professores, ou com os funcionários públicos, ou com os pensionistas e reformados, ou com os polícias, ou com os trabalhadores em geral, ou com os trabalhadores em particular. A maioria absoluta socialista com "o Orçamento mais à esquerda de sempre".
Que o Governo não impediu o negócio das barragens do Douro "porque não quis" já todos tínhamos percebido assim como também todos tínhamos dado pela coincidência de o negócio se ter realizado depois de uma alteração cirúrgica na legislação dos benefícios fiscais, agora que o Governo mesmo que o quisesse fazer não o faria porque "caía o Carmo e a Trindade", um Governo a governar, cof, cof, em função do que lhe possa cair em cima - a não governar, apesar de mandatado pelos eleitores, em eleições livres e democráticas, abstendo-se da defesa do bem comum e com isso beneficiar uma entidade privada e os seus accionistas, essa é que é a novidade. "Socialismo" e "ética republicana", uma conjugação fantástica no Partido Socialista. Um artista este alegado ministro do Ambiente.
O alegado ministro do Ambiente, que autorizou alteração à Rede Ecológica Nacional e ao ordenamento da orla costeira para permitir a construção de um campo de golfe que implicou o abate de sobreiros em Vila Nova da Cacela, Algarve, é o alegado ministro do Ambiente que quer reflectir no preço da água, bem de primeira necessidade e essencial à vida, a escassez do recurso, como se de trufas brancas para restaurante gourmet se tratasse.
Ver o alegado ministro do Ambiente nas televisões a dizer que não senhor, que não vai haver uma privatização das praias coisíssima nenhuma, que sim senhor, que em Portugal as praias são públicas, como toda a gente sabe, sem explicar, para toda a gente que não sabe, nem se calhar o alegado ministro do ambiente e é por isso que não explica, na versão benigna, porque até pode saber e assobiar para o lado, como é que, por exemplo, nas praias da Figueirinha e Galapos em Setúbal/ Arrábida, na imagem retirada do Maps vazias, talvez início de Junho ou final de Setembro, onde são bem visíveis as concessões e o espaço deixado livre para o pagode que vai ensardinhado na 'camineta da carreira', vão ser cumpridas as regras do distanciamento social - metro e meio entre chapéus de sol e 3 metros entre toldos e colmos, sendo que os donos das praias, também conhecidos por concessionários, já andam também nas televisões a chorar que assim não vai ser rentável e que há que alargar as concessões, aquelas que ninguém sabe quem fiscaliza os metros quadrados de área ocupada, exageradamente ocupada, mesmo em tempo de normalidade, e com a absurda regra de não ser permitido abrir chapéu de sol à frente, coisa que em Espanha, por exemplo, não acontece.
Se a ideia é motins na praia em pelo verão, não está nada mal pensado, não senhor.
"O ministro do Ambiente e da Transição Energética garantiu hoje que a base aérea do Montijo é segura para ser transformada no novo aeroporto complementar de Lisboa."
"O ministro do Ambiente e da Transição Energética sugeriu no início desta semana que algumas aldeias do Baixo Mondego podem vir a ter de ser deslocalizadas no futuro devido às cheias que atingem periodicamente aquela região."
A ver na televisão João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética, no Parlamento justificar a supressão de carreiras da travessia do Tejo com uma greve às horas extraordinárias sem que nenhum deputado lhe pergunte por que razão ou razões uma empresa pública tem todo o serviço alicerçado e estruturado na hora extraordinária.
«Governo fez as contas e atribuir os extintos passes "4-18" e "sub 23" a todos os jovens portugueses, independentemente das respectivas condições socioeconómicas, "custaria 20 milhões de euros", diz o ministro do Ambiente »
«Governo dá 17 milhões aos taxistas, mas abre claramente a porta a uma nova regulamentação que pode deixar a Uber a operar livremente no mercado. Taxistas não gostaram.
O ministro do Ambiente, que até percebe da poda e é medalhado e tudo, a sacudir a água do pacote do Governo que eliminou auditorias obrigatórias à qualidade do ar interior, num retrocesso em relação a tudo o que se tinha feito até à data e numa cedência ao lobby do "por cima de toda a folha" em prol da mais-valia do patrão e dos accionistas, e a anunciar uma inspecção à empresa Adubos de Portugal, a decorrer "nas próximas horas" e que servirá para averiguar um "eventual crime ambiental por libertação de microrganismos para o meio ambiente". Quem é que é o criminoso, aqui, no admirável mundo do liberalismo de pacotilha?
Depois da campanha massiva de intoxicação da opinião pública, desde os jornais às televisões, passando pela bloga e pelas redes sociais, por parte daqueles que, depois de ganhas as eleições e afastados os despesistas e irresponsáveis e e naïfs socialistas da aposta nas energias renováveis e na mobilidade eléctrica, seriam contratados e encaixados como "especialistas" e "técnicos" em tudo o que é ministério e secretaria de Estado:
Mas como esta gentinha não dá ponto sem nó e como «o modelo passa por liberalizar a rede pública de carregamento de carros eléctricos, que é gerida actualmente pela Mobi.e, abrindo-a à concorrência e permitindo "tornar o carregamento mais próximo dos cidadãos"» há que garantir ao cidadão que «poderá fazer o carregamento em qualquer ponto (casa, condomínio, trabalho, centros comerciais, via pública), sempre com o mesmo cartão pré-pago ou pós-pago, sendo as tarifas fixadas pelo operador de ponto de carregamento e pelo operador de comercialização de electricidade para a rede de mobilidade eléctrica». Casa, condomínio, trabalho, mais três fontes de rendimento para a iniciativa privada, que bem necessitada anda, coitada, desenganem-se os cidadãos e as empresas que isto não é carregar telemóveis, smartphones e tablets. Bem que podiam começar a testar o sistema mesmo por aí, cartões pré-pagos e pós-pagos para carregar baterias de androids e iPhones.
Em 4 – quatro - 4 anos de Governo dei 3 vezes pelo ministro do Ambiente: a dar a cara pelo saque do litoral alentejano e do pouco que resta do Algarve com os projectos PIN, a propor a redução das coimas nos crimes ambientais, e a lançar a bisca para um próximo aumento do preço da água.
Um “empresário”, daqueles que nós sabemos, com aspas, dificilmente faria melhor.
Hoje descobri (God Bless Cavaco) que as Nações Unidas têm um secretário-geral! Pelo nome – Ban Ki-moon – deve ser coreano…
Estes dias têm sido pródigos em descobertas.
Já esta semana tinha descoberto que Portugal tem um ministro do Ambiente! (God Bless Nissan), pelo nome – Nunes Correia – deve ser construtor-civil ou dono de uma unidade hoteleira…