"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Depois do fantabulástico choque fiscal que afinal não é mais que a redução de IRS do "Governo socialista", os ministros e secretários de Estado que afinal não estavam a responder ao "questionário Costa" coisíssima nenhuma, como nos foi vendido nas televisões dias a fio. Há um padrão que se começa a desenhar, o do embuste, o da mentira, o de esconder a verdade aos portugueses.
No dia a seguir ao Governo ter baixado o juro nos certificados de aforro para ver se o pagode fugia com as poupanças para a banca Marcelo pediu à banca "um esforçozinho" para um aumento das taxas de juro nos depósitos porque o pagode está a fugir para os certificados de aforro, quando toda a gente esperava que a caixa, o banco do Estado, aumentasse as taxas de juro sobre os depósitos e assim pressionar a banca privada.
"Um esforçozinho" para não sentir uma vergonha imensa pelo Presidente fala-barato que age como se fosse primeiro-ministro e como se todos os actos da governação de si dependenssem; "um esforçozinho" para não sentir uma vergonha imensa por um Governo alegadamente socialista mais rápido que a própria sombra a satisfazer desejos de banqueiros e uma eternidade perante a degradação do Serviço Nacional de Saúde e da saúde dos portugueses.
A medida é justificada com a dificuldade em contratar técnicos para as várias direções do Ministério das Finanças e com a exigência das funções desempenhadas por estes trabalhadores.
Fosse numa empresa, privada, e era despedido sem apelo nem agravo nem indemnização ou, em última instância, ficava a trabalhar, com uma parte do salário cativada mensalmente pela entidade empregadora, até que todos os lesados fossem ressarcidos dos prejuízos e depois era despedido sem apelo nem agravo nem indemnização. Como é no Estado, que os liberais de pacotilha querem gerir e administrar com se de uma empresa, privada, se tratasse, não só não é despedido como o Governo que integra ainda nomeia uma comissão para estudar como é que o dinheiro dos contribuintes vai ser usado para pagar aos contribuintes a incompetência, a falta de rigor e de profissionalismo e a cegueira ideológica de um ministro. Como se já não bastasse o prejuízo causado aos alunos e às famílias. É prejuízo vezes dois
Como cantava o Gary Glitter nos idos de 1984, boys will be boys. Durante 5 anos. É o mimetizar do aparelho do Estado pelos aparelhos do PSD e do CDS. O próximo Governo que se cuide com os guerrilheiros infiltrados.
Como se partidos da maioria e Governo não fossem uma e a mesma coisa, como se o Governo não fosse uma emanação do espírito reinante na maioria, como se houvesse pensamento próprio dentro das bancadas da maioria que não o de seguidismo amorfo e o do sim-sim acéfalo, como se na hora das votações se assistisse a tomadas de posição por motivos de "objecção de consciência" ou a rebeldias motivadas por consciência social e/ ou política, como se estas coisas não fossem todas previamente combinadas e acertadas antes de passarem para a opinião pública, como se estas coisas não tivessem sempre todas origem numa "fonte próxima" ou num "envolvido no dossier".
Brutal aumento de impostos e queda contínua, e continuada, do consumo interno, e apesar do aumento da eficácia da máquina de cobrança do fisco. "Chegou o momento do investimento". Pois sim.
Primeira regra para quem fica preso em areias movediças: manter-se quietinho enquanto o socorro não chega e nunca, mas nunca, começar a espernear e esbracejar freneticamente.
Independentemente da questão de fundo se manter, Pais Jorge era o responsável comercial do Citigroup para as entidades públicas, sabia o que vendia, e vendia maquilhagem de forma a que as contas públicas escapassem ao controlo do Eurostat, aguarda-se, da parte do Governo, a participação da "inventona swap" às entidades competentes, Ministério Público, Polícia Judiciária, SIS, ou outro[s] , para cabal esclarecimento dos cidadãos.