Viva o Estado de direito, viva! Pim!
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Um Estado dentro do Estado, pago pelo contribuinte.
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Não me lembro de ter votado, ou de alguém ter votado em Mário Nogueira ou em João Dias da Silva para ministros da Educação, mas dou de barato que possa estar enganado...
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Há que aliviar o peso do Estado na economia desde que o Estado não seja o dono ou o accionista maioritário porque desde que o Estado continue a entrar com o dinheiro dos impostos dos contribuintes o peso do Estado não pesa nada na Economia, absolutamente nada.
Há que dar às famílias a opção pela escola e pelos que professores que querem para si e para os seus filhos, pelos currículos que querem que sejam ministrados, desde que o Estado entre com o dinheiro dos impostos dos contribuintes para financiar a livre escolha das famílias, ainda que em zonas onde há escola pública gratuita, e ainda que a livre escolha das famílias não seja mais do que uma selecção efectuada pelas escolas aos filhos de famílias que pretendem nas turmas.
E sim, é uma questão de benefício e privilégio, é uma questão de falta de respeito pela liberdade de todos, pela democracia e pelo bem comum e por quem, com o esforço do seu trabalho e com o dinheiro dos seus impostos, financia dois sistemas de ensino paralelos e só tem acesso a um, o ensino público que, na "malabarice" dos rankings das escolas, concorre em desvantagem com o ensino privado, financiado pelo dinheiro dos contribuintes, especializado em fabricar alunos para fazerem um figurão em exames e provas várias e nada mais do que isso – sacos de vento do conhecimento.
[Imagem "Queensbridge housing project in Queens, New York" by Arthur Rothstein, June, 1942]
"Escolas deixam de poder definir critérios para contratar professores"
[Nuno Crato na imagem]
«A selecção dos novos 2882 funcionários das escolas já está a decorrer, e entre os candidatos, "estão a aparecer licenciados e até doutorados"»
«Alguns dos novos funcionários das escolas podem ser tratados por doutor»
[Imagem de Vincent Bousserez]
Todos os dias, religiosamente às 10:30 a. m. , toca a sirene nas fábricas e nos escritórios e uma voz marcial convoca todos os trabalhadores colaboradores para a ginástica laboral.
Podem tirar Nuno Crato do maoísmo mas o maoísmo nunca há-de sair de nuno Crato.
[Imagem cartaz chinês de propaganda]
«Alunos sem aulas para professores classificarem exames
«Surdos tinham de fazer prova de inglês que incluía ouvir CD»
[O ministro Nuno Crato na imagem]
«Miguel Seabra demite-se da presidência da Fundação para a Ciência e a Tecnologia»
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Nuno Crato, o éme-éle do fascismo e do social-fascismo e da burguesia a abater e do "materialismo dialéctico" como instrumento de trabalho para compreender e interpretar a sociedade, deu nisto, no estímulo à "elite burguesa" e no fomento da exclusão e das desigualdades sociais.
"Um terço das escolas superam-se e recebem "prémio" de Crato
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Tudo está a venda, tudo é comerciável e negociável, e tudo se pode regatear, desde que seja público.
Alínea a) Com excepção da dívida pública
Alínea b) Com excepção dos contratos PPP
Alínea c) Com excepção das rendas ao sector energético
Alínea d) Com excepção do financiamento aos colégios privados com contrato de associação que, ao contrário do que previa o memorando de entendimento com a troika, viram a verba do Orçamento do Estado aumentada.
O Governo a brincar ao "ir às compras a Marrocos" com o dinheiro e a educação dos portugueses:
"Uma das novidades presentes na proposta é o chamado "factor de eficiência" que premeia as câmaras que trabalhem com um número de docentes inferior ao tido como necessário para o respectivo universo escolar.
Assim, num município em que o número de docentes necessários seja, por exemplo, de 400, mas em que o número real de docentes seja 399, a autarquia passaria a receber um "prémio" de 12.500 euros por ano lectivo. Isto assumindo que esse docente custaria por ano ao ministério 25 mil euros, o custo estimado para um professor em início de carreira.
[...]
Trata-se de uma aritmética que "permitirá aos municípios trocar professores em troca de dinheiro""
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Quando uma das justificações do actual Governo da direita para a redução do número de professores contratados pelo Estado, aumentar o número de alunos por turma, reduzir o número de auxiliares de educação, é a de que o número de alunos a frequentar o ensino público é cada vez menor, importava perceber se a diminuição de candidatos ao ensino superior é consequência directa da diminuição de alunos no ensino secundário, e que justifica o desinvestimento na educação, mais propriamente no ensino público, ou se esta diminuição é simplesmente a consequência directa da política de 2 anos de coligação PSD/ CDS-PP, geradora de 1 milhão de desempregados, 50 mil novos emigrantes – oficialmente contabilizados, redução de salários – directamente ou indirectamente, redução e eliminação de subsídios e apoios sociais.
É que este Governo é bom, muito bom, a fazer contas de subtrair, e o filho do doutor é doutor e o filho do operário é operário e que se fodam, assim sucessivamente, como diria o João César Monteiro. Déjà vu.
[Imagem de autor desconhecido]
A propósito do "nobre" princípio de «dar às famílias a possibilidade de escolherem a escola em que querem colocar os seus filhos», vamos dar às escolas a possibilidade de seleccionarem e admitirem os filhos que querem e de quem querem. As Belas Vistas cada vez mais Belas Vistas, mais degradadas e mais no fundo dos rankings, e os Nossas Senhoras dos Rosários cada vez mais Nossas Senhoras dos Rosários, cada vez mais elitistas, cada vez mais no topo das tabelas e cada vez mais com critérios de avaliação cada vez mais subjectivos. E quem "não dá para os estudos", como se dizia nos idos de Salazar, vai trabalhar. Cada um no lugar que lhe é devido, cada qual com o estatuto com que nasceu.
Depois não digam que não foram avisados.
[Imagem de autor desconhecido]
Como "só" 75% dos alunos conseguia recuperar, em números qualquer coisa como 142 423 no ano lectivo de 2009/ 2010, não vale a pena o investimento. O que importa e interessa ao(s) sindicato(s) é o horário de emprego trabalho da classe o mais reduzido possível, um ordenado alto e a reforma cedo. Traduzido para português técnico, o "vínculo laboral", porque, e ao contrário dos alunos, os stôres não podem ser dispensados, mesmo que alguns 25% não tenham recuperação possível, seja qual for o plano.
A escola existe em função do professor, o objecto da escola é o professor, o actor principal é o professor, e tudo o resto é acessório e figurante. Estamos conversados.
[Imagem de autor desconhecido]