"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
As elites e as pessoas “bem” morrem de doença prolongada ao passo que o povo e os “do reviralho” morrem de cancro. E na passada semana houve mais um a chamar a morte pelo nome. Podia esta posta ser sobre a identificação das causas da morte pelo “CSI jornalístico”, mas não é: é sobre pornografia. Quem é o público-alvo desta merda; quem é que compra uma merda destas?
O problema é que nós não queremos os jovens a trabalhar aos 16 anos, assim como a serem pais aos 16 anos, ou a consumir álcool aos 16 anos ou a conduzir aos 16 anos. Se o argumento “pode trabalhar” serve para desbloquear o “pode votar”, então serve para tudo. É o caminho mais fácil. Já que que não se consegue impedir que trabalhem dá-se-lhes o direito de voto. Numa coisa tem razão: há adultos que não sabem.
Miguel Portas, que não larga aquela camisa vermelha desde os tempos daqueles documentários de História na RTP onde andava à volta do mundo, aparece no cartaz do Bloco de Esquerda agarrado a uma muleta.
Por muito valor que tenha Miguel Portas, e tem; por muito competente que seja Miguel portas, e é, o Bloco é um albergue espanhol de Estalinistas-Trotsikistas-Maoistas-e-outros-istas desencabrestados e de má memória na história recente portuguesa, que vive à sombra da imagem de Francisco Louçã. O Bloco é cada vez mais Louçã, e se Louçã se vai o Bloco foi-se.
O candidato é o Miguel, mas o Francisco também aparece para lembrar ao povo anónimo e ignaro que estes somos nós.