|| Horizontes Culturais. Pode o Fascismo ser Pimba?
Sempre António Ferro. Ranchos folclóricos, galos de prata nos campanários das aldeias mais portuguesas de Portugal, marchas populares, a etnografia do "camponês-esteta", a música popular como contraponto, e alternativa "nacional é bom", ao que vinha lá de fora e corrompia, numa primeira fase o jazz, depois o rock, combatido com o nacional-cançonetismo e o ye-ye. Tudo isto não é mais do que um upgrade do camponês que já não é esteta mas urbano e, desiludido com o cosmopolitismo, defraudado pela modernidade, regressa à terra dos avós, não pela auto-suficiência alimentar mas pelo desenvolvimento da lavoura e pelas exportações e pela criação de emprego, as Casas do Povo e a FNAT substituídas pelas IPSS. A música continua popular, mesmo sem cavaquinhos, acordeões e violas braguesas, dançada nos adros das igrejas e nas festas dos Santos, nas romarias datadas para o regresso dos emigrantes. Organização: Eurodeputado Nuno Melo.
[Fascismo, sim. É procurar no Tubo e nos arquivos online das televisões e das rádios as vezes que o querido líder Paulo Portas se refere a Salazar num tom de respeitosa admiração, e sem esboçar o sorriso cínico de superioridade iluminada com que costuma pontuar as frases telegráficas, como "O Doutor Salazar"]