O Estado de direito sob a égide do regionalismo-futeboleiro
Diz Rui Moreira, presidente eleito da Câmara do Porto, a propósito do chumbo do Tribunal de Contas ao projecto para o antigo matadouro industrial do Porto, que "não é possível governar uma cidade cumprindo a palavra dada ao cidadão eleitor, se se continuar a permitir que órgãos não eleitos extravasem as suas funções e violem o princípio da separação de poderes", de uma assentada mandando à merda a Constituição da República Portuguesa e defendendo a inauguração de uma nova era no Estado de direito democrático:
- a da eleição dos juízes dos tribunais pelo voto popular depois de animada campanha patrocinada pelos caciques e barões diversos dos partidos?
- a da instituição de um tribunal a jeito por cada futura região administrativa a criar, caso o povo se decida por votar "Sim" em novo referendo à regionalização?
Não perguntaram os jornalistas nem explicou o caudillo Moreira, critico do anacrónico modelo de voto português e apologista da regeneração do sistema político pela ditadura, que é só uma questão de léxico já que "quando o Salazar chegou ao poder [...] criou o nome ditadura nacional e não era nada insultuoso".
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