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DER TERRORIST

"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.

|| In Memoriam

por josé simões, em 01.10.12

 

 

|| Caim

por josé simões, em 18.10.09

 

 

 

Mesmo sem ter lido o livro – o que espero vir a fazer – e estando 100% de acordo com o que aqui se diz e escreve, como soi dizer-se: “Saramago sabe muito mas anda a pé”. O livro teria de ser rigorosamente Caim, o criminoso. Nunca Abel, o inocente.

 

Escreve Karl Marx no capítulo “Teoria da Mais Valia” do Capital:

 

«O criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto as relações que existem entre este ramo de produção e a sociedade no seu conjunto, ultrapassaremos muitos preconceitos. O criminoso não cria apenas crimes: é ele que cria o direito penal. (…) Mais: o criminoso cria todo o aparelho policial e judiciário – polícias, juízes, carrascos, jurados, etc. – e estas diferentes profissões, que constituem igual número de categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem diferentes faculdades do espírito humano e criam ao mesmo tempo novas necessidades e novos meios de as satisfazer.

  

O criminoso cria uma sensação que participa da moral e do trágico e ao fazê-lo oferece um «serviço», mobilizando os sentimentos morais e estéticos do público. Não cria apenas tratados de direito penal: cria igualmente arte, literatura, ou seja, tragédias, sendo disto testemunhas não só La Flaute de Müllner e Les Brigands de Schiller; mas também Édipo e Ricardo II. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana da vida burguesa, pondo-a assim ao abrigo da estagnação e suscitando a interminável tensão e agitação sem a qual o estímulo da própria concorrência enfraqueceria. Estimula assim as forças produtivas (…).

Descobrindo incessantemente novos meios de se dirigir contra a propriedade, o crime faz nascer incessantemente novos meios para a defender, de modo que o criminoso dá à mecanização um impulso tão produtivo como aquele que resulta das greves. Para lá do domínio do crime privado, teria o mercado mundial nascido se não houvesse crimes nacionais? E as próprias nações? (…).»

 

Leitura aconselhada. Ver também Marxismo em estado puro

 

(Na imagem Malcolm John Taylor aka Malcolm McDowell em A Clockwork Orange)

 

 

 

Marxismo em estado puro

por josé simões, em 23.10.08

 

 

 

O “camarada” diz: « (…) eu sou ladrão rapaz, eu não gosto de trabalhar, não (…) é a minha profissão (…) se eu não roubar ninguém tem trabalho (…) o repórter, o escrivão, o delegado, o juiz, o promotor, tudo através de mim que sou ladrão (…) estou contribuindo para o bem de todos (…) »

 

Agora que Karl Marx voltou à agenda, façamos um reload ao que está escrito nas páginas do Das Kapital no capítulo «Teoria da Mais-Valia»:

 

«O criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto as relações que existem entre este ramo de produção e a sociedade no seu conjunto, ultrapassaremos muitos preconceitos. O criminoso não cria apenas crimes: é ele que cria o direito penal. (…) Mais: o criminoso cria todo o aparelho policial e judiciário – polícias, juízes, carrascos, jurados, etc. – e estas diferentes profissões, que constituem igual número de categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem diferentes faculdades do espírito humano e criam ao mesmo tempo novas necessidades e novos meios de as satisfazer.

 

(…)

 

O criminoso cria uma sensação que participa da moral e do trágico e ao fazê-lo oferece um «serviço», mobilizando os sentimentos morais e estéticos do público. Não cria apenas tratados de direito penal: cria igualmente arte, literatura, ou seja, tragédias, sendo disto testemunhas não só La Flaute de Müllner e Les Brigands de Schiller; mas também Édipo e Ricardo II. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana da vida burguesa, pondo-a assim ao abrigo da estagnação e suscitando a interminável tensão e agitação sem a qual o estímulo da própria concorrência enfraqueceria. Estimula assim as forças produtivas (…).

Descobrindo incessantemente novos meios de se dirigir contra a propriedade, o crime faz nascer incessantemente novos meios para a defender, de modo que o criminoso dá à mecanização um impulso tão produtivo como aquele que resulta das greves. Para lá do domínio do crime privado, teria o mercado mundial nascido se não houvesse crimes nacionais? E as próprias nações? (…).

 

Duvido que o “camarada” tenha alguma vez lido Marx. Ou sequer que saiba quem foi. Mas que é a prova viva da validade da teoria, disso não tenho a mais pequena dúvida.

 

(Há por aí falta de monitores para ministrar cursos de “quadros”?)

 

 

 

 

Marxista desde pequenino!

por josé simões, em 19.06.08

 

Quem não se recorda daquele(s) jogadore(s) de futebol que "toda a vida" envergaram a camisola de um clube e, na hora da mudança para o clube rival, ou até mesmo para um clube no estrangeiro, na apresentação aos sócios e/ ou à imprensa, chegam e dizem: “Sou deste clube desde pequenino!”? Nem vale a pena falar em nomes...

 

Não é o caso. “Eu sou Marxista desde pequenino!”. Fiquei logo fã desde a primeira vez, quando vi "Irmãos Marx no Far West" no saudoso Cine-Esplanada de Setúbal. Nunca mais descansei enquanto não li as obras, perdão, não vi os filmes todos!

 

(Imagem daqui)