"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
So far, Mário Centeno, Marques Mendes, Tozé Seguro, agora Santana Lopes. Não se percebe como é que o almirante ganha a todos com uma perna as costas nas intenções de voto, não se lhe conhece "o pensamento político", dizem. Não lhes ocorre que ganha a todos, enquanto limpa o cu a meninos, precisamente por isso, por toda a gente conhecer os outros de ginjeira.
O nome de Leonor Beleza é chutado para cima da mesa das presidenciais e ninguém se lembrou de ir ouvir a Associação Portuguesa dos Hemofílicos. Como dizia o outro, "há muita fraca memória na política".
O ministério das polícias é assaltado e o segurança, de uma empresa privada, não dá por nada. O ministério das polícias tem segurança privada. E tudo isto é normal porque, como dizia o outro, "há Estado a mais na vida das pessoas" e se calhar também dentro do Estado, e outro, amigo dele, remata "o liberalismo faz falta".
Pior que Marques Mendes ser aventado para candidato a Presidente da República é Marques Mendes ele próprio se achar candidato a Presidente.
No país de Marcelo, com um ele, nomeado em homenagem a Marcello, o dos dois eles, ao domingo e em horário nobre, dois ex líderes dos dois partidos que constituem o Governo, explicam à bovinidade a bondade das políticas governativas.
Que Augusto Santos Silva corre o risco de não ser eleito deputado e que se tal acontecer é a primeira vez que um presidente do Parlamento em exercício não é reeleito e que tal é consequência de Augusto Santos Silva ter andado a provocar o Chega na Assembleia da República porque os eleitores não gostaram do que viram. Lá mais para a frente, na avença semanal que tem na televisão do militante n.º 1, Marques Mendes também falou qualquer coisa como "meridiana inteligência política" a propósito de maiorias parlamentares e presidências de comissões e assim. E esta coisa é "conselheiro de Estado".
A direita que convive bem com a propaganda dominical de Luís Marques Mendes e Paulo Portas em horário nobre - Velhos de Portugal, mascarada de análise isenta e desinteressada, é a mesma direita que ficou em estado de alerta com os Jovens de Portugal nas redes e no tubo, pela desmontagem da propaganda da direita, com recurso à memória do que foi a anterior governação da velha direita, agora regressada e apresentada como nova. Uns estarão a incorrer em várias infracções, os outros não estão a incorrer em infracções nenhumas e ainda são pagos para isso.
[Na imagem a cerimónia tomada de posse de Carlos Moedas como presidente da câmara na Praça do Município em Lisboa]
"Censos 2021 – Portugal a perder população, pela primeira vez desde a década de 60/70 do século passado. Não é uma grande surpresa. Mas é uma enorme preocupação. Provavelmente o problema mais sério que o país tem pela frente."
Imigrantes qualificados para trabalharem nas estufas de Odemira ou na construção da futura barragem do Pisão. Na homilia semanal, com conversa de Chega, herdada do CDS, muito preocupado com a míngua de pessoas de que padece o território, sem explicar por que cargas de água um país que exporta os mais qualificados da Europa para o mundo precisa de "imigração qualificada", já que o obrigava a chegar aos salários dignos, ao mérito, ao reconhecimento, e a contrariar a narrativa do "baixar os custos do trabalho foi a reforma que ficou por fazer" que é o ADN do PSD.
A diferença entre Clara de Sousa e um cone de sinalização de trânsito é que o cone tinha confrontado Marques Mendes quando, pela enésima vez, diz que disse sobre a "abertura no Natal" aquilo que não disse, em linguagem comum: mente com quantos dentes tem na boca.
"Os chefes partidários privilegiam a fidelidade em vez do mérito". E depois há os fidélis que se revelam no mérito por mérito e isso trás um problema acrescido à nova liderança com novos fiéis em carteira. São como os melões, nunca se sabe até abrir. Aconteceu a Marques Mendes, aconteceu com Marques Mendes, acontece com a herança de Passos Coelho a Rui Rio e acontece desde sempre com os nomeados, sem saberem ler nem escreve,r para cargos políticos e de administração pública e que depois de terminada a sinecura ficam com currículo e com vantagem em relação à concorrência. A partir daqui vamos entrar num campo de discussão que não interessa a nenhum partido nem a nenhuma liderança do chamado "arco da governação" e ia estragar o espaço de comentário de um pantomineiro encartado como Marques Mendes, no início dos tempos privilegiado pela fidelidade ao chefe.
Marques Mendes foi à televisão do militante n.o 1 ganhar 700 € em 10 minutos para explicar às pessoas que ganham 600 € em 30 dias que cada vez há mais velhos e menos novos e como se não bastasse os velhos cada vez morrem mais velhos e as mulheres cada vez têm menos filhos, o que não é compensado com uma política de imigração inteligente, porque os que têm filhos às carradas não interessa que venham para cá e os dos vistos gold vêm lavar dinheiro e não fraldas [esta parte ele não disse, é um aparte que me ocorre de todas as vezes que ouço falar em "imigração inteligente"] e que temos de encontrar uma solução para o futuro da Segurança Social, para a sustentabilidade do sistema de pensões, e que o estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos é um estudo válido, mais que não seja para trazer o tema para a praça pública e goste-se ou não das conclusões tem o mérito de lançar a discussão.
se na era da informatização, da automação, da robotização, do online, que tornam o factor humano cada vez mais dispensável, o tempo em vez de lazer e fruição deva ser de trabalho e de "prisão" para que alguém que ganha 52 vezes mais que o seu semelhante e 120 vezes mais que a média dos seus empregdos se dê não ao prazer da redistribuição mas ao de patrocinar estudos que lhe apontam formas de ficar ainda mais rico.
"Os parâmetros de exigência da sociedade eram outros. A sociedade tolerava alguma coisa que agora já não tolera" e Marques Mendes batia na mulher porque sim e quando lhe apetecia porque entre marido e mulher ninguém metia a colher;
"Os parâmetros de exigência da sociedade eram outros. A sociedade tolerava alguma coisa que agora já não tolera" e Marques Mendes insultava e mandava bocas aos homossexuais com quem se cruzava, na escola, na rua, no trabalho, os paneleiros de merda;
"Os parâmetros de exigência da sociedade eram outros. A sociedade tolerava alguma coisa que agora já não tolera" e Marques Mendes sabia da existência de menores abusados sexualmente, na igreja, na escola, no seio de alguma família e encolhia os ombros, "o que é que se há-de fazer? Pôs-se a jeito...";
"Os parâmetros de exigência da sociedade eram outros. A sociedade tolerava alguma coisa que agora já não tolera" e Marques Mendes também atirava pedradas aos gatos para se divertir e biqueiradas nos cães que encontrava no caminho para casa;
"Os parâmetros de exigência da sociedade eram outros. A sociedade tolerava alguma coisa que agora já não tolera" e Marques Mendes arreava arraiais de porrada nos filhos com a fivela do cinto, quando o Benfica perdia, quando tinham más notas na escola, quando respondiam torto a alguém, porque estava a educar e na educação dos filhos ninguém se mete;
"Os parâmetros de exigência da sociedade" estão na personalidade dos indivíduos que constituem e formam a sociedade e nos valores que nos foram transmitidos pela nossa família e que transmitimos aos nossos filhos.
Marques Mendes, na avença semanal na televisão do militante n.o 1, a enganar os portugueses perante o silêncio cúmplice da pivô de plantão ao telejornal [a partir do minuto 04:30].
Rui Rio ao pedir a presença de Manuel Pinho no Parlamento criou um problema ao Bloco de Esquerda [Porquê? Isso agora não interessa nada]. O Bloco de Esquerda que, acossado pelo problema criado por Rui Rio, ensaiou a fuga em frente ao pedir uma comissão parlamentar de inquérito às rendas da energia [as pessoas, burras, ignorantes, acéfalas, não percebem nada de rendas de energia mas ouvem falar e acham que está mal e por isso aplaudem a iniciativa do Bloco de Esquerda]. Rendas de energia que começaram com Durão Barroso e Santana Lopes e se prolongaram até hoje, daí a iniciativa do Bloco de Esquerda, de forma a envolver toda a gente e a entalar o PSD. Eu, ele, não acredito nas comissões parlamentares de inquérito mas se esta servir para esclarecer alguma coisa então está bem. Resumidamente Marques Mendes na avença semanal na televisão do militante n.º 1.
Perceberam como é que isto começou, o Bloco de Esquerda entalado por Rui Rio?