La solitude *
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France's President Emmanuel Macron, Italian Prime Minister Mario Draghi and German Chancellor Olaf Scholz visit Irpin, Ukraine. Ludovic Marin/ Pool via Reuters
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A independência do banco central, e do respectivo Governador, inimputável e isento de críticas – pressões inaceitáveis e inqualificáveis da 'esquerda totalitária', só se aplica a Carlos Costa, biombo da direita no Banco de Portugal, apesar das conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito ao BES, renomeado pela direita para o Banco de Portugal, renomeação a pagar, com juros, pelos portugueses, durante os próximos muitos e bons anos. E a independência do Banco Central Europeu, e do seu Governador, também. Até ao dia em que o master fala e as voices escutam atentamente e dizem que sim e argumentam com o inevitável e insuspeito princípio do totalitarismo "manda quem pode" ler "manda quem paga" e a Alemanha é que paga pode.
No BCE a direita da 'escola alemã' não precisa de um biombo, precisa de um sniper.
O Palácio de Belém não é propriamente um reality show; O Presidente da República não é a personagem principal de uma ópera rock; o Presidente da República não governa; a Constituição da República Portuguesa não prevê a participação de convidados no Conselho de Estado - órgão consultivo de aconselhamento do Presidente no exercício das suas funções que não são a governação do país nem a regulação financeira da zona euro. Por muito jeito que dê a António Costa e à Geringonça ter um Presidente da República a dar rabecadas, em directo e a cores, ao primeiro-ministro no exílio, há que dar razão a Pedro Passos Coelho nas condições que fez constar na moção apresentada ao congresso para o apoio do PSD a um candidato presidencial.
Cata-vento errático, protagonista, em busca da popularidade fácil. Frantic Marcelo. Mais cedo ou mais tarde vai sobrar para o lado esquerdo.
[Aqui e título do post]
Não sei o que é que Pedro Passos Coelho andou a fazer quando devia estar na escola e aprender porque é que começou a II Guerra Mundial, mas gostava de saber.
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«Liberalização dos despedimentos; cortes salariais, diminuição do subsídio de desemprego, na duração e no valor a pagar; eliminação de apoios vários e de outros subsídios; aumento da carga horária; redução dos períodos de descanso e de férias; eliminação da contratação colectiva; privatização de todos os serviços públicos». "Reformas estruturais" são as palavrinhas mágicas e Mario Draghi veio da Goldman Sachs, do you know what i mean?
«A compra de 60 mil milhões de euros de dívida por mês por parte do Banco Central Europeu (BCE) é uma boa notícia para a zona euro, mas tem de ser complementada por acções noutras áreas, defende o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Paralelamente à compra de dívida, diz Christine Lagarde, é "essencial" que esta "política acomodatícia" seja suportada por outras "medidas abrangentes e tomadas em devido tempo noutras áreas", seja por reformas estruturais que aumentem o crescimento potencial dos países da zona euro [...]»
«Constitucional alemão ameaça programa do BCE que “salvou” o euro
Tribunal diz que BCE foi além do seu mandato e enviou caso para o Tribunal Europeu de Justiça.»
Assim de repente levanta, para já, algumas questões interessantes, a primeira, e a mais óbvia, é a Alemanha, quase 100 anos depois, outra vez como factor de desestabilização da Europa, a Alemanha como instigadora de ódios entre nações e instigadora do anti-germanismo, a Alemanha da memória curta, e daqui até ao caos vai um bocadinho assim; a segunda é que ao invés de se andar permanentemente a questionar a permanência dos países periféricos no Euro começar a equacionar uma zona Euro sem a Alemanha; and, last but not the least, caso o Tribunal Europeu de Justiça venha a dar razão aos argumentos do Tribunal Constitucional alemão vamos finalmente, para mal dos nossos pecados, ter oportunidade para confirmar na pele a "credibilidade" e a nossa "boa imagem restaurada lá fora" mais as "reformas estruturais" e o "milagre económico" da dupla Coelho/ Portas e a "confiança" dos investidores.
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E até bateram o pé à troika na questão da "flexibilização salarial", os patriotas. E não fazem fé nos baixos salários. E até porque o corte no preço da hora extra, os feriados eliminados, os dias de férias a menos, as talhadas nas indemnizações por despedimento, todos os subsídios e apoios sociais reduzidos, tiveram a ver com o "aumento da produtividade" e não com o aumento da mais-valia para o patrão, como dizem as más-línguas.
A avaliação foi positiva [e já lá vão 10], a troika tem plena confiança no executivo e não vem auto-avaliar-se [ia escrever "e não sem vem" mas arrependi-me a tempo], como dizem a Igreja e as organizações patronais e os socialistas e os comunistas e outros que tais terminados em istas, e mais aqueles que não terminam em coisíssima nenhuma, e que todos juntos fazem figas para que tudo corra mal e que até ficam irritados e fora de si [deles] quando as coisas correm bem. Tsc… tsc…
E depois há o "programa cautelar" que ninguém sabe o que é. E como ninguém sabe o que é tanto pode ser carne como ser peixe. Ou bacalhau, que, como toda a gente sabe, não é carne nem peixe, mas que já ficou decidido que é assim a modos que um seguro, só faltando saber o preço do prémio a pagar.
E podia ter corrido melhor, e podia correr melhor do que o ter corrido melhor, não fora o Tribunal Constitucional que também pertence ao gang dos terminados em istas e que só sabe desfazer e deitar abaixo o trabalho de quem quer trabalhar a bem da… err… vocês sabem, os patriotas.
Esses malandros do Constitucional é que são os culpados. Eles e a oposição. E os sindicatos e os polícias nas escadarias e os médicos e os enfermeiros e os transportes públicos e os professores e os estivadores e os velhos nos bancos dos jardins a jogar às cartas e sempre na televisão e arrematar o Governo.
E se esses malandros vierem armados, só cortes, má onda, aos patriotas resta o Plano B. Não, não é ir abanar o capacete nas noites de fim-de-semana ali para os lados dos Clérigos no Porto, é mesmo arrumar de vez com a procura interna pela subida do IVA. Mas assim como assim a procura interna também ia ser arrumada pelos cortes previstos no Orçamento do Estado 2014… Ah, esses malandros do Constitucional e da oposição e… prontes, os istas.
Mas até té lá vamos vendo e depois logo se vê.
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Ouvido ao balcão do café: "Hoje foi o dia em que a Alemanha começou a perder a III Guerra Mundial".