||| In Memoriam
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… é um disparate tal que só qualifica a inteligência ou a seriedade de quem o escreve». Paulo Pinto de Mascarenhas, jornalista do Correio da Manhã e ex assessor de Paulo Portas.
[A entrevista é de hoje e a imagem é daqui]
Na ressaca do chamado boom do rock português, depois dos Chicos Fininhos e das Ruas do Carmo e de Portugais na CEE e de O Corpo É Que Paga, entre outros, e que levaram as editoras e as rádios a apostar em toda a merda que surgia desde que fosse quatro por quatro e com um refrão manhoso, propiciando o aparecimento de aberrações e flops editoriais como os NZZN, Roquivários, e perdoem-me os que ficaram esquecidos que só de me lembrar destes já fico com pele de galinha, e com essa fobia da next big thing e consequente mina de ouro, deitar fora o bebé junto com a água do banho, a coisa estagnou: nem as editoras gravavam o que quer que fosse de “rock português”, nem as rádios passavam o que quer que fosse de “rock português” – só “grandes músicas”, avant la lettre.
Foi com o aparecimento das rádios piratas e com a aposta no alternativo, e na maior parte das vezes alimentadas as emissões com gravações também elas piratas, que se voltou a falar em rock feito em Portugal. E foi assim que o “1º de Agosto” dos Xutos & Pontapés foi um hit antes do estúdio, e foi assim que conseguiram furar o bloqueio e gravar. A primeira banda a gravar depois da ressaca. A partir daí é história.
Esteve muito bem o ministro, Miguel Guedes que esteja caladinho (e os Xutos também).
(Na imagem o pirata mais famoso do mundo: Errol Flynn)
Adenda: Afinal parece que não... Ainda assim não invalida nada do que escrevi.
“Fomos surpreendidos pela profundidade das ligações, a profundidade das implicações. Hoje vemos que existem muitos interesses que procuram encerrar a nossa instituição de forma a calar a verdade e enterrar o passado. Para que nada se descubra. Outros querem apenas acertar contas e usam-nos como arma de arremesso.”
Pode ser lido em carta entregue pela SIDES – entidade gestora da Universidade Independente – ao ministro Mariano Gago.
Se assim é, o que é que falta saber? Que interesses são estes? Que “ligações” são estas? Qual, ou de quem é o passado que interessa “enterrar”?
Simples “teoria da conspiração”, ou acusações bastante graves a exigirem uma rápida investigação e um cabal esclarecimento?
Ou será que, como já por aí li algures, o ministro Mariano Gago limitou-se a varrer o lixo para debaixo do tapete?
Depois do blá-blá-blá de ontem do ministro Mariano Gago, o que falta esclarecer, retirado do Público de hoje:
Licenciatura
As perguntas mais importantes que esperam uma resposta do primeiro-ministro
1 Por que razão José Sócrates deixou o ISEL para acabar o curso na UnI?
2 José Sócrates pediu equivalência a 25 cadeiras das 31 que completavam a licenciatura na UNI. Acabou por receber equivalência a mais uma disciplina, ou seja, a UNI deu-lhe equivalência a 26 cadeiras. Por que motivo no ISEL teria de completar mais 12 cadeiras para se licenciar e na UNI apenas teve que fazer mais cinco?
3 António José Morais, então director do Departamento de Engenharia Civil da UNI, leccionou quatro das cinco cadeiras concluídas na Independente. Segundo o próprio, este grupo de disciplinas, algumas do 3º ano, outras do 5º, representava todas as cadeiras leccionadas por aquele professor na UNI. António José Morais foi, simultaneamente ao período em que lhe deu aulas, adjunto do secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, colega de Governo de Sócrates, e mais tarde director do Gabinete de Equipamento e Planeamento do Ministério da Administração Interna.
3. 1 José Sócrates já conhecia António José Morais antes de este ser seu professor na UNI?
3. 2 António José Morais já havia sido seu professor no ISEL?
3. 3 Por que razão José Sócrates não identificou António José Morais como tendo sido seu professor, nas conversas que manteve com o Público, ao longo de uma semana?
3. 4 Quantas horas de aulas por semana compunham o horário curricular?
4 Nessas conversas que manteve com o Público, antes da publicação da primeira peça sobre o caso, Sócrates afirmou-se “insultado” pelas perguntas que lhe foram feitas, disse ter frequentado as aulas e concluído os exames com aproveitamento, mas nunca forneceu provas sobre o que afirmava.
4. 1 José Sócrates não guardou nenhuma prova documental da sua carreira académica? Nunca levantou nenhum dos diplomas?
4. 2 Qual o motivo que levou Sócrates a delegar no reitor da UNI todos os esclarecimentos, documentais ou testemunhais, sobre o caso, sabendo-se que Luís Arouca já havia estado na origem de indicações erradas sobre o seu currículo publicadas no jornal 24 Horas, em que terá referido cadeiras que não existiam no seu plano de curso?
4. 3 Por que razão Sócrates se recusou sempre a responder por escrito às perguntas formuladas, também por escrito, pelo Público?
4. 4 Como é que, durante quase uma semana, não foi capaz de citar um seu colega ou um dos seus dois professores na UnI?
4. 5 Qual o motivo por que não apresentou, por exemplo, a sua monografia de Projecto e Dissertação, tese final de curso?
5 Da matrícula de José Sócrates na UnI consta que não apresentou qualquer documento de prova das cadeiras já feitas no ISEC e no ISEL e só apresentou o atestado das 12 cadeiras concluídas no ISEL, em Julho de 1996, ou seja, quando estava praticamente a concluir o curso na UnI.
5. 1 A que se deveu este atraso?
5. 2 Como pôde a UnI aceitar a inscrição, aprovar um plano de equivalências, permitir a frequência de aulas e a realização de exames sem o documento que atestava as cadeiras finalizadas no ISEL?
6 Quatro notas das cadeiras concluídas na UnI foram lançadas em Agosto e o diploma tem data de 8 de Setembro de 1996.
6. 1 Sabendo-se ser anormal o lançamento de notas em Agosto, bem como a passagem de diplomas ao domingo, que justificação é dada para isso?
7 Numa das folhas consultadas pelo Público aparece a palavra “isento” no topo da página.
7. 1 Sócrates pagou propinas?
7. 2 Que valor foi fixado?
7. 3 A despesa entrou no IRS?
8 O reitor Luís Arouca disse por várias vezes que só conheceu Sócrates quando este ingressou na universidade. No entanto, em trocas de correspondência anteriores, Sócrates despedia-se “… do seu, José Sócrates”.
8. 1 Quando é que Luís Arouca e José Sócrates se conheceram?
9 A que se referia José Sócrates quando, num fax enviado a Luís Arouca que está no seu dossier de licenciatura, escreveu: “Caro Professor, aqui lhe mando os dois decretos (o de 1995 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo.”
10 Por que motivo não foram corrigidos todos os erros constantes da biografia publicada no Portal do Governo, mantendo-se a referência errada a uma pós-graduação em Engenharia sanitária e continuando a ser omitido o MBA em gestão já depois do termo “engenheiro” ter sido substituído pelo de “licenciado em Engenharia Civil”?