"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
A 18 de Setembro de 1939, um dia depois do início da invasão da Polónia pelo Exército Vermelho, e menos de um mês após o Pacto Molotov-Ribbentrop, o PCP explicou aos seus militantes os motivos da ocupação. Fê-lo através da distribuição clandestina de duas folhas volantes queencontrei em maços do Arquivo do Ministério do Interior, e que tinham sido apreendidas em rusgas e detenções da GNR na Grande Lisboa. Na foto podem ler uma das páginas. (Arq. MI, Torre do Tombo)
Incrível como 83 - oitenta e três - 83 anos depois o discurso se mantém o mesmo, inalterado ao longo dos tempos para justificar o injustificável: RDA em 1953, Hungria em 1956, Checoslováquia em 1968, Afeganistão em 1979, e o recente contorcionismo de declarações sobre a invasão russa da Ucrânia.
Para a restauração do relacionamento de Deus [Relvas] com o homem [opinião pública/ eleitor] é necessário que um cordeiro seja sacrificado no altar. Bode e[s]xpiatório parece descontextualizado, já que continuamos em registo religioso.
«Não, não são só os media; é também a sociedade portuguesa que está condicionada. Nunca, como hoje, se sentiu este ambiente de condicionamento da liberdade. Do ponto de vista dos valores processuais da liberdade de opinião e da liberdade de expressão, vivemos, aqui e agora — ai de nós! —, num tempo de verdadeira «claustrofobia constitucional», de verdadeira «claustrofobia democrática».
[…]
Como aperfeiçoar um sistema democrático, se, ao fim de 30 anos de experiência e maturação, esse sistema declina, desliza e derrapa para um modelo simplista e «concentracionário» do «Grande Intendente», que tudo supervisiona, tudo tutela, tudo vigia?
Com o Pedro Passos Coelho fora do país, 24 horas foi exactamente o tempo que levou para o ministro da Propaganda delinear e escrever o guião a ser lido e interpretado pelo primeiro-ministro.
Ainda me passou pela cabeça escrever alguma coisa sobre o affair Público e o trapalhão e desajeitado e inculto ministro da Propaganda… mas como se ele se encarrega de "escrever" tudo por nós?
Fico-me só por uma citação de Groucho Marx: "Uma criança de cinco anos perceberia isto. Enviem alguém que vá buscar uma criança de cinco anos."