"Podem ainda não estar a ver as coisas à superficie, mas por baixo já está tudo a arder" - Y. B. Mangunwijaya, escritor indonésio, 16 de Julho de 1998.
Capicua, um dia em Belém a dizer merdas a convite de Marcelo, no dia a seguir na Festa do Avante! a dizer merdas a convite do comité central, quando podia ter ficado para a história como uma gaja que dizia coisas.
Ainda sou do tempo em que os músicos e os artistas tinham princípios. O deslumbramento, a doença infantil do protesto.
Os 2,7% de crescimento económico que com António Costa eram "poucochinho", e os 2% de Luís Montenegro, a herdar de António Costa, que "não há disto na Europa". Ainda não disse se dissolve o Parlamento no caso do chumbo do Orçamento do Estado.
Há muito, muito tempo, mais precisamente em 2023, Frederico Pinheiro, exonerado do cargo de adjunto do ministro das Infra-estruturas, agrediu duas mulheres no ministério, atirou a bicicleta contra o vidro da fachada do ministério, abriu bué telejornais, não menos primeiras páginas de jornais, motivou uma comissão par[a]lamentar de inquérito, uma rebaldaria sem rei nem roque do Governo socialista.
Há bocado, João Soalheiro, director do Património Cultural, atirou cadeiras pelo ar, exerceu bullying sobre os trabalhadores colaboradores, e os telejornais foram em directo para Marienfeld saber do estado de espírito do Ró náldo, as primeiras páginas foram sobre as lágrimas do CR7, o sofrimento da sua excelentíssima mãe e o sofrimento das não menos excelentíssimas irmãs.
Do Governo "propaganda em movimento" temos Luís Montenegro a chegar à Figueira da Foz, recebido por um Santana Lopes, marreco e com cara de defunto, a propósito do naufrágio de um barco de pesca, mimetizando Marcelo, mais rápido que o INEM, a chegar à queda de um bimotor no telhado de um hipermercado em Tires. Todos os votos contam nas eleições daqui a 6 meses.
Os baptizados "inimigos do povo", pelo líder do partido da taberna, continuam alegremente a representar o papel de "inimigos do povo".
Numa fuga ao segredo de justiça, onde o Correio da Manha [sem til] não foi tido nem achado, um parágrafo vem a público no dia 7 de Novembro de 2023 entre as dez e meia da manhã, hora da saída de António Costa, primeiro-ministro, da audiência com o Presidente da República, e o meio-dia e vinte, hora da saída de Lucília Gago, Procuradora-Geral da República, 50 minutos depois de ter entrado para falar com Marcelo, e faz cair um Governo de maioria absoluta.
Duas gémeas próximas do doutor Nuno, com cunha do doutor Nuno, despachadas pelo pai do doutor Nuno para a Casa Civil da Presidência do pai do doutor Nuno, constituem um ex -secretário de Estado arguido por abuso de poder, e alvo de buscas cinco anos depois do caso e passados 3 meses depois de ter vindo a público, a três dias de umas eleições para o Parlamento Europeu, perante a inocência do doutor Nuno, a inimputabilidade do pai do doutor Nuno, e a Casa Civil do pai do doutor Nuno que só faz aquilo que lhe mandam fazer.
Atormentado pelo gozo e pela culpa, o Presidente chega a ir a Fátima de 15 em 15 dias para rezar. As sondagens menos positivas voltam a mergulhá-lo na solidão [...].
Todas as manigâncias são possíveis, todas as intrigas e jogadas de bastidores são admissíveis, todas as mentiras e meias verdades são ética e moralmente aceitáveis, porque a seguir estamos perante Deus para o perdão, saímos como novos, voltamos às manigâncias, às intrigas e às jogadas de bastidores, às mentiras e às meias verdades, assim sucessivamente num eterno retorno. O Presidente beato católico, do recalcamento da culpa, que obedece à Igreja e responde a Deus, em vez de à Constituição e ao povo, de quem só quer massagens no ego. Temos o que merecemos.
[Na imagem a primeira página da revista do Expresso]
Marcelo encontrou-se por acaso com Teresa Leal Coelho num semáforo de Lisboa; Marcelo encontrou-se por acaso com Carlos Moedas na Feira do Livro ao Parque Eduardo VII; Marcelo encontrou-se por acaso com Sebastião Bugalho na Ovibeja; Marcelo só não se encontrou por acaso com Luís Montenegro na FIL ao Parque das Nações porque por acaso um climático despejou uma lata de tinta. Somos uma cambada de cornos, é a conclusão óbvia a retirar.
Marcelo foi eleito 20.º Presidente da República em Março de 2016. E ainda só vamos em Maio de 2024. Entretanto Marcelo foi e veio, andou por aí à roda do mundo, e recebeu em casa, tudo em representação do país. E das conversas que teve à mesa das refeições, que não tiveram o azar de ver a luz dos media, só Deus sabe, como diz o povo.
Rebelo de Sousa, para se limpar, quer que os portugueses acreditem fez saber que cortou relações com o filho por causa do affair gémeas brasileiras. A seguir vai cortar relações com a Casa Civil por ser indmissível esta ter vida própria e independente da Presidência. Ainda não o disse mas é o que vai acontecer. Uma notícia do dia 24 de Abril, de 2024, mas ainda assim não deixa de ser 24 de Abril.
Otelo Saraiva de Carvalho, o estratega do 25 de Abril, foi a enterrar sem funeral de Estado nem luto nacional, quase às escondidas, por causa das FP25, do terrorismo e coise.
António de Spínola, Presidente da República por recusa da primeira escolha para o cargo - Costa Gomes, presidente da Junta de Salvação Nacional pela necessidade de um general para receber o poder das mãos do poder deposto, conspirador-mor contra a revolução e líder de uma organização terrorista-bombista, foi medalhado às escondidas por causa do MDLP, do terrorismo e coise.
Para a história era Marcelo Rebelo de Sousa Presidente da República, cargo que ocuparia com ou sem revolução, se calhar até mais cedo se o regime não tivesse sido derrubado.
Marcelo tinha mandado dizer na véspera das eleições que com ele o taberneiro não entrava no Governo. Eleições feitas e o taberneiro vai a casa de Marcelo com mais de um milhão de votos no bolso e à saída diz que o Presidente não se importa que ele faça parte do Governo. Ainda o taberneiro estava a passar a língua pelas beiças para pontuar o discurso como é seu timbre e já Marcelo fazia sair uma nota a dar conta de que "Como tem repetidamente afirmado, o Presidente da República não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais.". E aqui é que reside a arte do artista Marcelo. Marcelo não diz que afinal já quer o taberneiro no Governo, "aquilo antes das eleições foi no gozo, lol, caíram que nem patinhos", ou "disse aquilo para o pagode não ter medo de votar na minha facção, não resultou, temos pena", ou ainda "o que disse antes das eleições não fui eu quem o disse, foi "a fonte"", não, Marcelo diz que não comenta o comentário do taberneiro. É o que está lá escrito, escusam as pitonisas, comentadeiros e paineleiros vir com efabulações, Marcelo não desmentiu, Marcelo não confirmou, Mar-ce-lo não co-men-ta. Pon-to.
[Link na imagem]
Podia Marcelo ter acrescentado duas alíneas ao "o Presidente da República não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais:
a) Excepto no Governo da 'Geringonça'
b) Excepto no Governo da maioria absoluta do Partido Socialista